Introdução a uma ciência pós-moderna
Por: Dani Muzenza • 23/2/2019 • Resenha • 982 Palavras (4 Páginas) • 384 Visualizações
Nesse texto, ciência é entendida como um conjunto de conhecimentos que servem explicar e para orientar como podemos usufruir nossas vidas, como habitamos, como trabalhamos, que riqueza produzimos, o que consumimos, que animais e relações sociais humanas preservamos, tudo isso para vivermos melhor. Para Santos (Santos, 1988) na concepção atual a ciência moderna naturalizou a explicação do real, a ponto de não podermos conceber a realidade senão nos termos por ela propostos.
Boaventura de Sousa Santos, em sua obra “Um discurso sobre as ciências na transição de uma ciência pós-moderna” faz importantes considerações sobre as ciências, mostrando a realidade da ciência moderna, a qual também chama de paradigma dominante, a crise pela qual esse paradigma está passando e pressupõe que um novo paradigma está para surgir, ou seja, a emergência de uma ciência pós-moderna. O autor propõe como deve ser este paradigma emergente que, segundo ele, é um “paradigma de um conhecimento prudente para uma vida decente”. Portanto, a única forma de conhecimento aceita pelo paradigma dominante é aquela que segue suas doutrinas. Ademais, este paradigma científico luta contra toda forma de dogmatismo e autoridade e desconfia das evidências das experiências imediatas, considerando essas como formas de conhecimento vulgar e, portanto, ilusórias.
O instrumento de análise utilizado pela ciência moderna é a matemática, que tem por objetivo fornecer um conhecimento mais profundo e rigoroso da natureza. No que diz respeito às condições sociais, essas não têm tratamento detalhado no texto. De acordo com o autor, o que a ciência ganhou em rigor nos últimos quarenta ou cinquenta anos, perdeu em capacidade de auto-regulação. É necessário saber viver outras formas de conhecimento, e não apenas o conhecimento racional que orienta o paradigma dominante. Na ciência pós-moderna, o senso comum enriquecerá a relação do homem com o mundo.
Aristóteles distinguiu quatro tipos de causas: material, formal, eficiente e final. As leis da ciência moderna são tipos de causa formal que privilegia o como funcionar das coisas em detrimento de qual o agente ou qual o fim de coisas. Este tipo de causa formal que permite prever e portanto intervir no real e que, permite que a ciência moderna responda as perguntas sobre os fundamentos do seu rigor e da verdade.
Segundo a mecânica newtoniana determina exatamente por meio de leis físicas e matemáticas, um mundo estático e eterno a flutuar num espaço vazio, um mundo que o racionalismo torna cognoscível por sua decomposição nos elementos que a constituem.
O Determinismo mecanicista é o horizonte certo de uma forma de conhecimento que se pretende utilitário e funcional reconhecido pela capacidade de compreender. E o horizonte cognitivo mais adequado aos interesses da burguesia que começava a dominar o estado final da evolução da humanidade. A crise do paradigma dominante é o resultado interativo de uma pluralidade de condições, distingue entre condições sociais e condições teóricas a identificação dos limites das insuficiências estruturais do paradigma do cientifico moderno é o resultado do grande avanço do conhecimento que ele propiciou.
As leis da natureza fundamentam seu rigor nas formalizações matemáticas, mas, Gödel diz que a matemática precisa de fundamento, então, pode-se redefini-lo como forma de rigor, cujas condições de êxito na ciência moderna não pode continuar a ser concebidas como naturais e óbvias, além do que como qualquer outro rigor, o rigor matemático tem um lado construtivo e um lado destrutivo.
A teoria das estruturas dissipativas e o princípio da "ordem através de flutuação " que é a quarta condição teórica da crise
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