Introdução à Gestão Ambiental
Pesquisas Acadêmicas: Introdução à Gestão Ambiental. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: EduOli • 24/9/2013 • 3.592 Palavras (15 Páginas) • 459 Visualizações
A perturbação e a degradação do solo, resultantes das atividades antrópicas, ocorre desde tempos remotos, sendo que as causas que produziram tais distúrbios foram as mais variadas. A demanda cada vez mais acentuada por terras férteis, planas e agricultáveis, tem reduzido de forma acentuada as formações vegetais, pressionando drasticamente os recursos naturais. A expansão demográfica atingiu grandes proporções nestas últimas décadas, como pode ser observado no Quadro 1, preocupando em termos de produção de alimentos que garantam a segurança alimentar.
QUADRO 1 - Crescimento da população mundial
Ano População (milhões de hab.) Taxa de crescimento anual (%)
1650 500 Não disponível
1800 900 0,16
1850 1200 0,53
1900 1600 0,64
1950 2500 0,89
1990 5250 1,60
1999 5947 1,00
2001 6134 1,00
Fonte: Banco Mundial (2000/2001) e ONU (2001).
Mesmo tendo havido, recentemente, queda na taxa de crescimento, ainda impressiona o tempo necessário, cada vez mais reduzido, para acréscimo da população, como se pode observar no Quadro 2.
QUADRO 2 - Tempo necessário para acrescentar mais 1 bilhão à população mundial
Ordem (bilhão) Tempo necessário (anos) Ano em que atingiu
Primeiro 2.000.000 1830
Segundo 100 1930
Terceiro 30 1960
Quarto 15 1975
Quinto 11 1986
Sexto 9 1995
Fonte: Nações Unidas, apud BROWN (1990).
Somados a esse desproporcional crescimento, historicamente, o descuido do homem com os recursos naturais, como nas atividades agropecuárias. Primitivamente, e em alguns casos nos dias atuais, baseava-se no extrativismo predatório, com a derrubada de matas nativas e o uso do fogo para a implantação de atividades agrícolas. Posteriormente, quando se tornavam menos produtivas, eram direcionadas à pecuária com a introdução de pastagens sem a devida utilização de práticas conservacionistas e de manejo, que conduziam à sua degradação. O maior problema resultante desse procedimento era a sua contínua repetição, impactando locais diversos, direta e indiretamente, reduzindo a biodiversidade, afetando drasticamente a qualidade, a quantidade e a distribuição dos recursos hídricos, com reflexos nos dias atuais. No Quadro 3 pode-se observar a drenagem de águas pluviais e a sua distribuição, influenciadas por interferência humana que alteraram o ciclo da água em diversas regiões e países, identificando projeções dessas alterações afetando a sua disponibilidade.
QUADRO 3 - Drenagem pluvial anual per capita de 10 países em 1983, com projeções para 2000
País 1983 (1.000m3) 2000 (1.000 m3 ) Alterações (%)
Suécia 23,4 24,3 +4
Noruega 91,7 91,7 0
Japão 3,3 3,1 -6
União Soviética 16,0 14,1 -12
Estados Unidos 10,0 8,8 -12
China 2,8 2,3 -18
Índia 2,1 1,6 -24
Brasil 43,2 30,2 -30
Nigéria 3,1 1,8 -42
Quênia 2,0 1,0 -50
Fonte: Modificado de POSTEL (1997).
Estima-se, atualmente, que 120 mil Km3 de água doce com potencial de utilização pelo homem, encontram-se contaminados; para 2050, espera-se uma contaminação de 180 mil Km3, caso persista a poluição. O problema se agrava quando ocorre contaminação das águas subterrâneas, composta por várias substâncias ou elementos, dificultando seriamente a sua recuperação. Mais de 1 bilhão de pessoas têm problemas de acesso à água potável e 2,4 bilhões não têm acesso ao saneamento básico, aumentando os riscos de contaminação, tanto das águas de superfície, como das subterrâneas. Em função dessa realidade, a diversidade global dos ecossistemas aquáticos vem sendo significativamente reduzida. Mais de 20% de todas as espécies de água doce estão ameaçadas ou em perigo, devido, principalmente, ao desmatamento, com vistas à abertura de novas fronteiras agropecuárias, construção de barragens e urbanização, causando diminuição do volume de água e danos por poluição e contaminação (UNESCO, 2003).
Com a introdução do modelo agroquímico, na década de 60, a agricultura atingiu um sofisticado nível de mecanização, incorporando tecnologias de manejo de solo e melhoramento genético, mas com o uso intensivo e abusivo de equipamentos pesados. Uma das principais conseqüências nocivas da implantação desse modelo foi o desflorestamento, resultando na redução da biodiversidade. De acordo com o IBAMA (2003), o Brasil apresenta a maior diversidade do planeta, com aproximadamente 70% das espécies vegetais e animais, distribuídas nos biomas e nas diversas formações florestais brasileiras. Entretanto, existem algumas regiões onde remanescentes da vegetação natural são mínimas ou inexistentes, interferindo no controle biológico espontâneo, em face da destruição de habitats naturais.
Entre os diversos problemas advindos da retirada da cobertura florestal, além da redução da biodiversidade, destacam-se (PERLIN, 1992): a) o esgotamento dos estoques de lenha (fonte primária de energia para 75% da população dos países em desenvolvimento); b) as inundações severas; c) a degradação acelerada do solo; d) a erosão e a desertificação gradativa; e e) a redução da produtividade primária da terra. Esses problemas tornam-se mais graves nos países subdesenvolvidos. Nas economias industrializadas, os problemas ambientais geralmente estão associados à poluição, cujas políticas ambientais são orientadas para a reversão
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