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Ligia Fagundes

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Por:   •  15/9/2013  •  1.766 Palavras (8 Páginas)  •  382 Visualizações

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Escola municipal de ensino médio Santa Rita de Cássia

Biografia

Lygia Fagundes Telles, advogada, contista e romancista, nasceu em São Paulo, SP, em 19 de abril de 1923. Eleita em 24 de outubro de 1985 para a Cadeira n. 16, sucedendo a Pedro Calmon, foi recebida em 12 de maio de 1987, pelo acadêmico Eduardo Portella.

Filha do magistrado Durval de Azevedo Fagundes e de Maria do Rosário de Azevedo Fagundes, passou a maior parte da infância em cidades do interior do Estado onde seu pai foi delegado e promotor público. Voltando à capital, cursou o ginásio do Instituto de Educação Caetano de Campos, tendo sido aluna do professor Silveira Bueno, de quem recebeu os primeiros incentivos para a carreira literária. Formou-se na Escola Superior de Educação Física e, a seguir, ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo. Ali participou ativamente da vida literária universitária, integrando a comissão de redação das revistas Arcádia e XI de Agosto.

Casou-se com o professor Goffredo da Silva Telles Júnior. Desse casamento tem um filho, Goffredo da Silva Telles Neto, cineasta. Foi casada depois com o professor e escritor Paulo Emílio Salles Gomes, fundador da Cinemateca Brasileira, falecido em 1977.

Como funcionária pública, veio a ser Procuradora do Estado. Foi presidente da Fundação Cinemateca Brasileira em São Paulo durante quatro anos e também vice-presidente da União Brasileira de Escritores.

Começou a escrever contos ainda adolescente. Estava na Faculdade quando seu livro Praia viva foi publicado em 1944. Em 1949, seu volume de contos O cacto vermelho recebeu o Prêmio Afonso Arinos da Academia Brasileira de Letras. Mais tarde, porém, a autora rejeitou seus primeiros escritos, por considerá-los imaturos e precipitados.

Segundo o professor Antônio Cândido, seu romance Ciranda de pedra, publicado em 1954, seria o marco da sua maturidade intelectual. Sua obra tem merecido a melhor crítica no Brasil e no exterior, com livros publicados com grande sucesso. A presença de Lygia Fagundes Telles na vida literária brasileira é constante também pela sua participação em congressos, debates e seminários.

Participou do ciclo de conferências em homenagem a Machado de Assis, realizado no Centro Cultural Banco do Brasil, em 1989. Em 1990 esteve na Suécia, a convite da Sociedade de Escritores Suecos, para participar, em Göteborg, da Feira Internacional do Livro; em Buenos Aires, participou do Congresso de Escritores Ibéricos e Latino-Americanos e, em março de 1992, do Congresso Internacional de Escritores, onde apresentou um trabalho sobre "A personagem feminina segundo Lygia Fagundes Telles".

Cronologia

1923-1950 - Do nascimento ao primeiro casamento

1923 - Nasce em 19 de abril, em São Paulo.

1931 - Influenciada pelas histórias que ouvia das empregadas de sua família, a menina recheia de imagens aterrorizantes as suas primeiras narrativas, escritas em cadernos escolares e contadas em casa.

1936 - Seus pais se separam, mas não se desquitam.

1938 - Numa edição financiada por seu pai e assinando Lygia Fagundes, lança seu primeiro livro, Porão e sobrado, com doze contos. A escritora nunca mais autorizaria a republicação deste livro.

1941 - Inicia o curso de Direito no Largo de São Francisco e conclui o de Educação Física. É apresentada a escritores como Oswald de Andrade e Mário de Andrade e conhece o crítico de cinema Paulo Emílio Salles Gomes, com quem viria a se casar mais de 20 anos depois. Consegue emprego como funcionária da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo.

1944 - Ainda estudante de direito, publica Praia viva (Martins), seu segundo livro de contos.

1945 - Seu pai morre num hotel na cidade de Jacareí, interior paulista.

1946 - Forma-se bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais.

1949 - Publica outro volume de contos, O cacto vermelho (Martins). O livro conquista o Prêmio Afonso Arinos, da Academia Brasileira de Letras, mas também não voltaria a ser reeditado, embora alguns desses contos estejam incluídos em Antes do baile verde, em 1970.

1950 - Casa-se com o jurista e ensaísta Goffredo da Silva Telles Jr., seu ex-professor de Direito. Muda-se para o Rio para acompanhar o marido, que ocupava na Câmara Federal uma cadeira de deputado pelo Partido de Representação Popular, de orientação Integralista.

1952-1981 - De Ciranda de pedra, o livro, até Ciranda de pedra, a novela.

1952 - Volta a viver em São Paulo, onde começa a escrever seu primeiro romance, Ciranda de pedra, em parte também escrito na Fazenda Santo Antônio, da família Silva Telles, próxima de Araras, onde se hospeda com freqüência. Esta fazenda pertencera à avó de Goffredo, Olívia Guedes Penteado, e nela se reuniram expoentes da intelectualidade que formou a Semana de Arte Moderna de 22, entre eles Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, Villa-Lobos e Anita Malfatti.

1953 - Sua mãe, Maria do Rosário, apelido Zazita, pianista, morre na capital paulista.

1954 - Nasce em São Paulo Goffredo da Silva Telles Neto, seu único filho (que mais tarde lhe daria as netas Lúcia Carolina e Flora Margarida). É lançado o romance Ciranda de pedra (O Cruzeiro), o marco de sua maturidade intelectual na opinião do crítico Antonio Candido.

1958 - Histórias do desencontro (José Olympio) é lançado e premiado pelo Instituto Nacional do Livro.

1960 - Separa-se do primeiro marido, Goffredo da Silva Telles Jr.

1961 - É nomeada procuradora do Instituto de Previdência do Estado de São Paulo.

1963 - Publica seu segundo romance, Verão no aquário (Martins) Começa a viver com Paulo Emílio Salles Gomes num apartamento da Rua Sabará, em São Paulo.

1967 - Escreve de parceria com Paulo Emílio Salles Gomes um roteiro de cinema inspirado no romance Dom Casmurro, de Machado de Assis, a pedido do diretor Paulo César Saraceni. O filme de Saraceni chega às telas em 1968 com Othon Bastos, Isabella e Raul Cortez no elenco. O roteiro seria publicado apenas em 1993 sob o título Capitu (Siciliano).

1970 - É publicado Antes do baile verde (Bloch), seleção de contos

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