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Elio Otica e Ligia Clarke

Seminário: Elio Otica e Ligia Clarke. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  1/4/2014  •  Seminário  •  1.441 Palavras (6 Páginas)  •  278 Visualizações

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Hélio Oiticica e Lygia Clark

Expoentes do experimentalismo nas artes plásticas nos anos 1960 e 1970 no Brasil construíram percursos que nasceram na pintura e se projetaram para o espaço tridimensional. Cada um a seu modo construiu intenso cruzamento arte-vida e ambos nutriram grande admiração mútua. Como vetor motriz comum, o conceito de “não-objeto” formulado pelo crítico Ferreira Gullar os articula na superação de uma arte de cunho geométrico-representacional para a proposição de experiências artísticas vivenciais centradas no corpo.

Para Clark e Oiticica, a prioridade era a “necessidade do corpo humano, de modo que expresse a si mesmo ou que seja revelado como em uma experiência primária”. Clark acreditava que o objeto “tinha perdido seu significado” e a “esquematização de tudo” deveria ser evitada, dando lugar à participação mediada, porém rudimentar, aberta e imediata. Oiticica diz que o artista é desflorado pelo espectador e que a interação e o momento da participação, embora importantes para essa desfloração, se encontravam num estado precário e, no lugar da interação, quem se sobressai é a consciência.

A recuperação de Clark e Oiticica da “vivência poética” na prática relacionada ao concreto é refletida na mudança de linguagem e da prática entre os artistas britânicos e seus defensores.

Mais do que isso, as obras e práticas de Clark e Oiticica, representaram a mudança de uma linguagem equivalente à prática arquitetônica para uma outra, cheia de idéias de jogo e envolvimento direto da audiência.

Devido estarem insatisfeitos com o que consideravam excesso de racionalismo, eles aliam ao Concretismo uma dose maior de sensualidade. Isso é feito com o uso mais livre da cor nas telas e com a criação de objetos que dependem da manipulação do espectador. Por isso Lygia Clark e Hélio Oiticica foram artistas muito importantes do Brasil, que tiveram seu trabalho reconhecido em todo o mundo. Ambos participaram do Grupo Frente e do grupo Neoconcreto que se formaram no Rio de Janeiro e tiveram um percurso semelhante.

Começaram com imagens geométricas e foram buscando uma interação com os/as espectadores (quem observa os trabalhos). O trabalho só é completado quando as pessoas estão se movimentando e atuando com o artista.

Enfim ambos são considerados por muitos uns dos artistas mais revolucionários de seu tempo, onde suas obras experimentais são inovadoras é reconhecida internacionalmente.

Lygia Clark e suas principais obras

Lygia Clark (Belo Horizonte, 23 de outubro de 1920 - Rio de Janeiro, 25 de abril de 1988) iniciou seus estudos artísticos em 1947, no Rio de Janeiro, sob a orientação de Roberto Burle Marx e Zélia Salgado. Em 1950, Clark viajou a Paris, onde estudou com Arpad Szènes,Dobrinsky e Léger. A artista dedicou-se ao estudo de escadas e desenhos de seus filhos, assim como realizou os seus primeiros óleos. Após sua primeira exposição individual, no Institut Endoplastique, em Paris, no ano de 1952, a artista retornou ao Rio de Janeiro e expõe no [[Ministério da Educação e Cultura (Brasil)|Ministério da Educação e Cultura .

Em 1959, integra a I Exposição de Arte Neoconcreta, assinando o Manifesto Neoconcreto, ao lado de Amílcar de Castro, Ferreira Gullar, Franz Weissmann, Lygia Pape, Reynaldo Jardim eTheon Spanudis. Clark propõe com a sua obra, que a pintura não se sustenta mais em seu suporte tradicional. Procura novos vôos. Nas “Unidades, 1959”, moldura e “espaço pictórico” se confundem, um invadindo o outro, quando Clark pinta a moldura da cor da tela. É o que a artista chama de “linha orgânica”, em 1954: não é uma pintura fechada nela mesma; a superfície se expande igualmente sobre a tela, separando um espaço, se reunindo nele e se sustentando como um todo.

As obras querem ganhar o espaço. O trabalho com a pintura resulta na construção do novo suporte para o objeto. Destas novas proposições nascem os “Casulos, 1959”. Feitos em metal, o material permite que o plano seja dobrado, assumindo uma busca da tridimensionalidade pelo plano, deixando-o mais próximo do próprio espaço do mundo. Em 1960, Lygia cria a série “Bichos”: esculturas, feitas em alumínio, possuidoras de dobradiças, que promovem a articulação das diferentes partes que compõem o seu “corpo”. O espectador, agora transformando em participador, é convidado a descobrir as inúmeras formas que esta estrutura aberta oferece. Com esta série, Clark torna-se uma das pioneiras na arte participativa mundial. Em 1961, ganha o prêmio de melhor escultura nacional na VI Bienal de Arte de São Paulo, com os “Bichos”. Elaborou mais tarde trabalhos como Nostalgia do Corpo: Diálogo (1968), que propõe ao espectador sentir coisas simples, como o sopro da respiração e o contato com uma pedra na palma da mão; A Casa É o Corpo: Labirinto (1968), que simula um útero a ser penetrado pelo visitante, que é levado a experimentar sensações táteis ao passar por compartimentos; eBaba Antropofágica (1973), no qual várias pessoas derramam, sobre alguém deitado, fios que saem de suas bocas. Lygia desenvolveu experiências terapêuticas com seus objetos sensoriais, principalmente entre seus alunos da Sorbonne, onde lecionou (1970-1975). No Rio de Janeiro, passou a dar consultas terapêuticas particulares (1978-1985).

Hélio Oiticica e suas principais obras

Hélio Oiticica (Rio de Janeiro, 26 de julho de 1937 — Rio de Janeiro, 22 de março de 1980) foi um pintor, escultor, artista plástico e performático de aspirações anarquistas.

Até os dez anos, “Hélio Oiticica não freqüentou escolas”, mas foi educado pela mãe. “Em 1947, transferiu-se com a família para Washington (EUA), quando seu pai recebeu uma bolsa da Fundação Guggenheim.” “De volta ao Brasil, em 1954, iniciou estudos de arte na escola de Ivan Serpa,

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