Livia Santos
Casos: Livia Santos. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Liviasantos • 5/11/2013 • 818 Palavras (4 Páginas) • 538 Visualizações
O MOVIMENTO DE RECONCEITUAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL E O
PROCESSO DE RENOVAÇÃO CRÍTICA DA PROFISSÃO A PARTIR DA
DÉCADA DE 1980 NO BRASIL.
VALÉRIA COELHO DE OMENA*
INTRODUÇÃO
O Serviço Social é uma profissão cujo processo de construção não aconteceu de forma contínua e linear, da sua gênese à sua trajetória sócio histórico, possuem características complexas, que nem sempre são apreendida e compreendida pela sociedade e até mesmo dentro da própria categoria há apreensões divergentes quanto ao seu processo de transformação e atuação profissional. Neste texto pretendemos apreender como uma profissão que surge no seio da Igreja Católica, que teve sua base teórica os conceitos morais, confessional do Neotomismo, em meio a uma conjuntura sócio-histórica e contexto institucional, tem hoje em sua fundamentação teórica e prática o método dialético de Karl Marx Para entender todo esse processo de renovação crítica do Serviço Social se faz necessário pontuarmos a denuncia do conservadorismo profissional, iniciada ainda na década de 1960 e desenvolvida nas décadas de 1970 a 1980, sob a influencia do Movimento de Reconceituação do Serviço Social Latino Americano, contextualizando a conjuntura histórica da época no mundo e principalmente na América latina.
DESENVOLVIMENTO
1.1 O CONSERVADORISMO PROFISSIONAL
O Serviço Social tem em sua gênese, na sociedade capitalista monopolista, mediante as necessidades da divisão sócio-técnica do trabalho, marcado por um conjunto de variáveis que vão desde a alienação, a contradição ao antagonismo. Neste contexto, no Brasil, o Serviço Social buscou afirmar-se historicamente como uma prática de cunho humanitária, através da legitimação do Estado e da proteção da Igreja, a partir da década de 1940.
O Conservadorismo profissional pode ser identificado na prática profissional desta época, onde ação profissional consistia em forma de intervir na vida dos trabalhadores, ainda que sua base fosse à atividade assistencial; porém seus efeitos eram essencialmente políticos: através do “enquadramento dos trabalhadores nas relações sociais vigentes, reforçando a mutua colaboração entre capital e trabalho”
(IAMAMOTO, 2004, p. 20).
Conforme Iamamoto (2004, p. 20-21) observa-se que diferentemente da caridade tradicional, que se limitava à reprodução da pobreza, a profissão propõe: Uma ação educativa, preventiva e curativa dos problemas sociais através de sua ação junto às famílias trabalhadoras; Diferentemente da assistência pública, por desconhecer a singularidade e as particularidades dos indivíduos, o Serviço Social passa a orientar a
“individualização da proteção legal, entendida como assistência educativa adaptada aos
problemas individuais; Uma ação organizativa entre a população trabalhadora, dentro da
militância católica, em oposição aos movimentos operários que não aderiram ao
associativismo católico. Iamamoto e Carvalho conceituam o conservadorismo profissional
como:
[...] uma forma de intervenção ideológica que se baseia no assistencialismo como suporte de uma atuação cujos efeitos são essencialmente políticos: o enquadramento das populações pobres e carentes, o que engloba o conjunto das classes exploradas. Não pode também ser desligado do contexto mais amplo em que se situa a posição política assumida e desenvolvida pelo conjunto do bloco católico: a estreita aliança
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