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Ludicidade: O Brincar Na Educação Infantil

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Por:   •  18/11/2013  •  3.705 Palavras (15 Páginas)  •  3.506 Visualizações

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Resumo

Este trabalho tem o seguinte tema: A Ludicidade no contexto escolar, com enfoque

na demonstração da importância dos jogos e brincadeiras para o desenvolvimento e

aprendizagem infantil. O objetivo deste estudo é ressaltar a importância do lúdico no

desenvolvimento infantil dentro do contexto escolar, estimulando as crianças através

de atividades com brincadeiras, jogos e brinquedos e verificando como a criança,

através do lúdico, desenvolve capacidades como: Socialização; Criatividade;

Memorização; Imaginação e amadurecimento. Entre os autores pesquisados,

Vygotsky propõe o trabalho de jogos com crianças na faixa etária de 4 a 5 anos da

Educação Infantil, onde podem ser utilizados diversos conteúdos complementares,

comomovimento, linguagem oral e escrita, natureza e sociedade, artes e música.

Por meio deste estudo conclui-se que a criança, enquanto brinca, cresce e

desenvolve as potencialidades que fazem emergir sua estrutura e constrói

significados objetivando a assimilação dos papéis sociais.

.

Palavras chaves: Ludicidade, jogos, brincadeiras, brinquedos.

Abstract

The work presented hereafter have the following theme: the ludic on the school

context, focused on showing the importance of games on the childhood development

andlearning. The objetive of this study is to highlight the importance of the ludic onthe

childhood development within the school context, encouraging the childrenthrough

activities with games and toys and, after all, verifying how the children,trough the

ludic, develops habilities like: Socialization; Creativity; Memorization;Imagination and

maturation. Among the researched authors, Vygotsky proposes the gameworking

with children on the range of 4 to 5 years in the Children Education, wheremay be

used several complementary contents, like movement, oral and write

language,nature and society, arts and music. This study can conclude that the

children, whileplaying, grow and develops the potential that emerges his structure

and build upmeanings aiming the assimilation of the social roles.

Keywords: Playfulness, games, toys.

1 INTRODUÇÃO

A aplicação desse projeto foi no CMEI Durvalina Pereira Oliveira de

Assis, localizado na zona leste de Londrina e justifica-se pela necessidade verificada

através dos estágios realizados ao longo do curso de Pedagogia sobre a falta de

atividades lúdicas no contexto educacional.

O principal objetivo é ressaltar a importância do lúdico no

desenvolvimento infantil dentro do contexto escolar. Perceber como a criança

através de jogos e brincadeiras desenvolve importantes capacidades como:

criatividade, imaginação, socialização, amadurecimento e memorização. A

brincadeira é de fundamental importância para o desenvolvimento infantil, através

dela a criança acaba por aprender e desenvolver diversas habilidades, na medida

em que podem transformar e produzir novos significados. O mundo do lúdico é um

mundo onde a criança está em constante exercício.

Nesta perspectiva, a brincadeira infantil assume uma posição

privilegiada para a análise do processo de constituição do sujeito; rompendo com a

visão tradicional de que ela é atividade natural de satisfação de instintos infantis,

portanto "A criança vê um objeto, mas age de maneira diferente em relação ao que

vê. Assim, é alcançada uma condição que começa a agir independentemente

daquilo que vê”. (Vygotsky, 1998, p. 127).

Durante as atividades, pretendeu se olhar a temática da brincadeira

enfatizando o papel do lúdico na infância dentro do contexto escolar e chegamos a

destacar que através dos jogos, das brincadeiras e dos brinquedos, pode-se

despertar na criança um espírito de companheirismo, cooperação e autonomia. A

criança precisa interagir de forma coletiva, apresentar seu ponto de vista, discordar,

apresentar suas soluções.

O papel do educador durante o processo didático-pedagógico foi

provocar participação coletiva e desafiar o aluno a buscar soluções. É necessário

também criar um ambiente propício e incentivar as crianças a terem pensamento

crítico e participativo. O lúdico é muito importante no ambiente escolar, tendo em

vista que faz parte do universo infantil e proporciona momentos agradáveis dando

espaço a criatividade e consequentemente a uma melhor aprendizagem.

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Os jogos e brinquedos, embora sendo elementos sempre presentes

na humanidade, em seu início, não tinham a conotação que têm hoje, eles eram

vistos como fúteis e tinham como objetivos a distração e o

entretenimento.Recentemente, com o aparecimento do jogo e do brinquedo como

fatores do desenvolvimento infantil, se proporcionou um amplo de estudos e

pesquisas onde a importância do lúdico é hoje conhecida como

consensual.Podemos considerar o jogo como toda atividade onde se observam as

seguintes características: ordem, tensão, movimento, mudança, ritmo, entusiasmo e

voluntário para possibilitar o total desenvolvimento da criança. Segundo Kishimoto

(1996), Fröebel postula a brincadeira como ação metafórica, livre e espontânea da

criança. Aponta, no brincar, características, como: atividade representativa, prazer e

autodeterminação.A infância é a aprendizagem necessária à vida adulta, portanto o

surgimento do verdadeiro comportamento lúdico está ligado ao despertar da

personalidade.

“Quando a criança está brincando, a criança cria situações imaginárias em

que se comporta como se estivesse agindo no mundo de adultos. Enquanto

brinca, seu conhecimento desse mundo se amplia, porque, nesta atividade,

ela pode fazer de conta que age como os adultos agem, imaginando realizar

coisas que são necessárias para operar com objetos com os quais os

adultos operam, ele ainda não.” (Professor da pré-escola, 1992, p.89).

As atividades lúdicas são uma parte necessária das experiências de

crescimento da criança, são maneiras de liberar energia e de dar-lhe a oportunidade

de planejar, organizar e produzir, oferecendo-lhe, também, lições de valor, com que

ela aprende ao lidar com outras crianças de sua idade. Brincar é poder construir

conceitos, em cima da experiência vivida. Quanto mais uma criança tem a

oportunidade de brincar, mais a sua mente pode amadurecer, formar um acervo

estratégico de soluções para os problemas que vão surgindo no seu cotidiano.

“Através de uma brincadeira de criança, podemos compreender como ela vê

e constrói o mundo – o que ela gostaria que ele fosse quais as suas

preocupações e que problemas estarão lhe assediando. Pela brincadeira,

ela expressa o que teria dificuldade de colocar em palavras.” (Professor da

pré-escola, p. 89).

O mundo do jogo poderíamos dizer que é uma antecipação do

mundo das ocupações sérias, através do mesmo a criança conquista sua

autonomia, personalidade, e esquemas práticos necessários à vida adulta.O jogo

representa, para a criança, o papel que o trabalho representa para os adultos, a

criança sente-se crescer com suas proezas lúdicas. A criança que não quer brincar e

jogar é uma criança cuja personalidade não se afirma, se contenta emperder e não

tem determinação.A brincadeira de “faz de conta” permite reviver situações que lhe

causaram enorme exercitação e alegria, alguma ansiedade, medo ou raiva,

podendo, nesta situação mágica e descontraída, expressar e trabalhar emoções

muito fortes ou difíceis de suportar.Segundo Almeida (1998), é importante relembrar

que todos os jogos de que as crianças participam que inventam ou pelos quais se

interessam nessa fase, constituem verdadeiros estímulos que enriquecem os

esquemas perceptivos (visuais auditivos e sinestésicos, operativos, memória,

imaginação, lateralidade, representação análise, síntese, causa, efeito).Dessa

forma, os jogos transformamse em construção adaptadas, há a exigência de um

trabalho que seja efetivo e participativo no processo de aprendizagem.

“O jogo mantém relações profundas entre as crianças e as faz aprender a

viver e a crescer conjuntamente nas relações sociais. O jogo não é uma

atividade isolada de um grupo de pessoas formadas ao acaso: refletem

experiências, valores da própria comunidade em que estão inseridas.”

(ALMEIDA, 1998, pg.53)

A fim de melhor compreender o jogo para desenvolvimento infantil

torna-se necessário buscar alguns princípios teóricos nas abordagens de Piaget e

Vygotsky.Piaget estrutura o jogo em três categorias sendo elas: jogo de exercício,

onde o objetivo é exercitar a função em si, o jogo simbólico, onde o indivíduo coloca

significado independente das características do objeto, funcionando em esquema de

assimilação e o jogo de regra, onde esta implícita uma relação por parte do sujeito.

Em relação ao jogo de exercício, Piaget exemplifica o ato de mamar no contexto de

dupla condição – assimilativa e acomodativa.

[...] chama de “jogos de exercícios” à estrutura que contém esses contatos

lúdicos. Nos jogos de exercícios prevalece sempre um caráter assimilado,

isso porque, quando uma criança mama por mamar, o aspecto mais

importante é o próprio caráter centrípeto da ação. Piaget (apud MACEDO,

1997, 156).

O jogo de exercício possibilita a criança analisar em termos práticos

os reais valores de sua ação ou mesmo com os objetos os quais se relacionam.No

decorrer do segundo ano de vida, Piaget apud Macedo, 1997, p.156, afirma que os

jogos de exercícios vão cedendo lugar para uma nova estrutura, a qual ele deu o

nome de jogo simbólico, nessa estrutura há uma valorização do objeto, este

possibilita ações, de pular, correr, agarrar e saltar. Nos jogos simbólicos a criança

inventa conteúdos para os objetos, nele há uma alteração estrutural do surgimento

das convençõescomo condição fundamental, constata-se que a criança se insere no

mundo da cultura, da civilização e da sociedade. Nessa fase do desenvolvimento

infantil sempre haverá uma ação com uma significação e quando a criança brinca

através do jogo simbólico e o explica por intermédio do mesmo mundo, acrescenta a

história várias formas de fazer a mesma coisa, criar explicações, teorias e mitos.

Ainda no contexto das classificações do jogo por Piaget, podemos situar os jogos de

regras, que têm por sua função o jogar certo, respeitando as regras, as mesmas são

externas aos jogadores. Para o jogo se tornar algo social, tem que se submeter às

regras, uma vez que sem elas o egocentrismo de cada jogador pode impossibilitar

qualquer sentido de atividade cooperativa, contudo é preciso que o jogo conserve

seu caráter também de ‘diversão’, em que predomine a criatividade, a invenção.

Lima (1980) enfatiza que na medida em que aparecem as regras, o jogo de exercício

ganha identidade e o jogo simbólico torna-se lógico. Na perspectiva Piagetiana os

jogos não são apenas uma forma de diálogo e entretenimento para gastar a energia

das crianças, mas meios que enriquecem o desenvolvimento intelectual,

estabelecem limites e regula as relações entre as pessoas.

Em relação ao jogo Vygotsky define o brinquedo e o jogo como algo

que preenche necessidades da criança, porque através do brinquedo ela cria uma

situação imaginária.Segundo Vygotsky (1984), a situação imaginária de qualquer

forma de brinquedo já contém regras de comportamento, não são as regras

previamente formuladas e que mudam durante o jogo, mas aquelas que têm sua

origem na própria situação imaginária. Para esse autor, a imaginação é um processo

novo para a criança que constitui uma característica típica da atividade humana

consciente. É enorme a influência do brinquedo no desenvolvimento da criança, pois

é durante a atividade que ela aprende a agir em uma esfera cognitiva. Vygotsky

(1984) caracteriza o jogo como oportunidade para o preenchimento de necessidades

irrealizáveis e também a possibilidade para exercitar-se no domínio do Simbolismo.

Quando a criança brinca ela exerce uma atividade de estar imitando através de uma

situação imaginária, para satisfazer certos desejos que muitas vezes não podem ser

satisfeitos imediatamente, assim ela cria um mundo ilusório. Brincando, a criança

cria situações fictícias, transformando com suas ações o significado dos objetos (que

podem ser brinquedos, bonecas ou simples cabos de vassoura), de acordo com as

necessidades do jogo. De acordo com o autor, o brinquedo simbólico das crianças

pode ser entendido como um sistema muito complexo de fala através de gestos que

comunicam e indicam os significados dos objetos usados para brincar. É somente na

base desses gestos indicados que esses objetos adquirem, gradualmente, seu

significado, assim como o desenho que, de início apoiado por gestos, transforma-se

num signo independente.

A brincadeira pré-escolar, palco de muitas interações sociais, faz

com que a criança desenvolva a iniciativa, comunique-se e adquira informações

sobre o seu contexto histórico-cultural.Na idade escolar, o brinquedo não

desaparece, mas permeia as realizações em relação à realidade. Ele tem sua

própria continuação interior na atividade compulsória baseada em regras, que ocorre

na situação de instrução escolar e trabalho. Caracterizam que pela situação do jogo

ocorre o controle de impulsos, surgindo o conflito entre o que impõe. Entretanto, no

jogo a criança tem que se resignar, o que contribui para que entre em contato com o

real.Sendo os jogos e as brincadeiras a atividade principal na vida da criança,

enfatizamos que os mesmos devem estar presentes também no contexto escolar,

mesmo sendo considerado algo impraticável por muitos professores. Para

Friedmann (1996), a proposta de aproveitar o jogo na sala de aula não deve se

reduzir a um mero instrumento didático, pois:

“A participação de todas as crianças durante o jogo é fundamental, pois

envolve a atividade mental ativa e o sentimento de parceria do ponto de

vista da criança. A possibilidade de atividade mental está também

intimamente relacionada com a possibilidade de atividade física. O contexto

do jogo deve ser estimulante para a atividade mental da criança e deve ser

proposto segundo suas capacidades para a cooperação.” (Friedmam 1996,

p75).

Portanto o professor ao utilizar-se do jogo como metodologia de

trabalho, deve definir o espaço do tempo que o jogo irá ocupar em suas atividades

no cotidiano da sala de aula. Outro aspecto importante que deve ser levado em

consideração, diz respeito aos objetivos que o professor pretende alcançar através

do jogo na sala de aula. Desta maneira o professor deve auxiliar no jogo, aquilo que

o mesmo propiciar em termos de aprendizagem das aulas. Friedmann (1996) propõe

alguns aspectos que o jogo pode desenvolver em termos de habilidades: a -

habilidades cognitivas de raciocínio; b – comportamento social de cooperação,

conflito, integração; c – interesse, motivação, satisfação, tensão aparente durante o

jogo; d – valores e idéias; e – habilidades físicas e psicomotoras gerais; f –

verbalização e linguagem; g – iniciativas, criatividade e autonomia. Para que os

jogos e brincadeiras possam fazer parte da rotina escolar, é fundamental a ação do

professor, pois é ele quem possibilitará aos alunos o acesso ao mundo prazeroso

que as brincadeiras proporcionam.

"É o adulto na figura do professor, portanto, que, na instituição, ajuda a

estruturar o campo das brincadeiras na vida das crianças.

Conseqüentemente é ele que organiza sua base estrutural, por meio da

oferta de determinados objetos, fantasias, brinquedos ou jogos, da

delimitação e arranjo dos espaços e tempo para brincar." (Brasil, 1992,v.2.

p.28)

Por meio das brincadeiras, o professor pode observar e constituir

uma visão dos processos de aprendizagem e desenvolvimento de seus alunos. No

entanto, as aprendizagens devem estar baseadas não apenas nas propostas do

professor, mas na opinião dos alunos e na compreensão do papel que

desempenham na construção do próprio conhecimento. Almeida (1998), propõe

algumas atitudes ao professor no desenvolvimento dos jogos e das brincadeiras na

sala de aula: a – ser um guia enquanto orienta as atividades; b – ser um desafiador,

um estimulador da inteligência; c – ser problematizador, desafiando os alunos a

encontrar solução para problemas; d – ter consciência do que faz e saber por que

faz; e – ser um libertador; não temer os padrões rígidos e a julgamento dos outros; f

– motivar se com os alunos, trabalhar com eles, mostrar-se sempre segura,

passando-lhes a confiança necessária (...) p.122. De acordo com Almeida (1998), é

preciso recuperar o verdadeiro sentido da escola, principalmente se os jogos e as

brincadeiras fizerem parte deste universo.

De um modo geral, defendemos que as escolas devem priorizar o

trabalho com jogos nos conteúdos desenvolvidos.Independentemente da filosofia

adotada pela escola, enfatizamos que a educação lúdica deve estar presente. Neste

sentido, o brincar precisa ser valorizado no currículo escolar como um todo; na ação

educativa dos professores e no aprendizado do aluno.Cabe, portanto à escola

oferecer os instrumentos básicos para o desenvolvimento dos jogos no contexto da

sala de aula, fazendo desse espaço, um ambiente prazeroso e rico em novas

aprendizagens.

3. TEMA E LINHA DE PESQUISA

A Ludicidade no Contexto Escolar.

Qual a importância dos jogos e brincadeiras pra o desenvolvimento e aprendizagem

infantil?

3.1 JUSTIFICATIVA

Na Educação Infantil, as crianças compartilham um conjunto de

situações regulares em sua forma e frequência, que envolvem ações estruturantes

para o bem-estar das crianças na escola e para a progressiva construção de valores

significativos na interação social, como a autonomia e a cooperação. Propor um

espaço para brincar e conviver com os outros, a Educação Infantil destaca a

interação com os diversos aspectos da cultura como eixo estruturante da

aprendizagem nesse segmento escolar.Os jogos são instrumentos lúdicos de

aprendizagem que de forma agradável e eficaz proporcionam velocidade no

processo de mudança de comportamento e aquisição de novos conhecimentos.

Aprender jogando é a maneira mais prazerosa, segura e atualizada de ensinar.

Desta forma os alunos estão de maneira lúdica, através de jogos em sala de aula

aprendendo de forma diferenciada.

Nos dias atuais não vemos mais isto acontecer, pois ninguém mais

tem tempo para brincar com seus filhos, o que se vê é cada vez mais um número

maior de escolinhas de esportes, escolas de línguas, de computação, de danças,

entre outras. Não há mais como ausentar o lúdico do processo pedagógico, pois ele

é o agente de um ambiente motivador e coerente. Ao se separar as crianças do

ambiente lúdico estão automaticamente ignorando seus próprios conhecimentos,

pois quando a criança entra na escola, ela já possui muitas experiências que lhes

foram proporcionadas através das brincadeiras e do jogo.Não devemos negar que a

escola tenha também o seu lado sério, o problema é a forma pela qual ela interage

com as crianças. O fato de apresentar-se séria não quer dizer que ela deva ser

rigorosa e castradora, mas que ela consiga penetrar no mundo infantil para a partir

daí, poder desempenhar a sua real função de formadora afetivo intelectual. É

necessário que a mesma valorize a seriedade na busca do conhecimento,

resgatando o lúdico, o prazer do estudo, sem, contudo reduzir a aprendizagem ao

que é apenas prazeroso em si mesmo.

3.2 PROBLEMATIZAÇÃO

As pesquisas indicam que cada vez mais, as brincadeiras que

favorecem o desenvolvimento da criança estão sumindo no âmbito escolar, e até

mesmo os profissionais da área não buscam introduzir o lúdico como ferramentas

essenciais para o crescimento saudável das crianças, em seus conteúdos dados em

sala de aula.Durante a observação nos estágios realizados ao longo do curso de

Pedagogia surgiram alguns questionamentos que nos fizeram refletir sobre:

1. Qual a importância do lúdico para o desenvolvimento infantil?

2 .Qual é a concepção sobre os referenciais teóricos do Lúdico como

fator de influência no comportamento infantil?

3. Como introduzir as brincadeiras aos conteúdos em sala de aula?

4. Como a criança desenvolve através do lúdico importantes

capacidades como: socialização, criatividade, memorização, imaginação e

amadurecimento?

5. Qual o papel do educador na mediação das brincadeiras?

3.3 OBJETIVOS

Ressaltar a importância do lúdico no desenvolvimento infantil dentro

do contexto escolar.

Perceber como a criança através do lúdico desenvolve importantes

capacidades como: socialização, criatividade, memorização, imaginação e

amadurecimento.

Estimular o potencial lúdico das crianças, através do

desenvolvimento de atividades com brincadeiras, jogos e brinquedos.

3.4 CONTEÚDOS

· Movimento:

Utilização expressiva intencional do movimento nas situações cotidianas e em suas

brincadeiras.

Percepção de estruturas rítmicas para expressar-se corporalmente por meio de

brincadeiras.

· Natureza e Sociedade:

Participação em brincadeiras, jogos e canções que digam respeito às tradições

culturais de sua comunidade e de outros grupos.

· Música:

Participação em situações que integrem músicas, canções e movimentos corporais.

· Artes:

Exploração dos espaços bidimensionais e tridimensionais na realização de seus

projetos artísticos.

Exploração e utilização de alguns procedimentos necessários para construção.

· Linguagem oral e escrita:

Uso da linguagem oral para conversar e brincar.

Observação e manuseio de materiais impressos como livro e revistas.

Valorização da leitura como fonte de prazer e entretenimento.

Participação em situações cotidianas.

3.5 PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO

Este projeto foi aplicado em crianças da Educação Infantil na faixa

etária de 4 e 5 anos de idade, que estudam no CMEI Durvalina Pereira Oliveira de

Assis, localizado na Zona Leste de Londrina. Ele constituiu na aplicação de jogos e

brincadeiras. Em todas as aulas as crianças foram convidadas a sentarem-se,

formando assim uma roda de conversa, discutimos sobre os mais variados assuntos

( como foi o final de semana, brinquedos favoritos, brincadeiras favoritas, as

principais diversões familiares, a chamada, quanto somos hoje, exploração do

contexto escolar em geral por meio de cartazes ou material concreto, entre outros).

Na seqüência foi apresentado a proposta sobre o projeto e as atividades que seriam

trabalhadas no dia vigente ( brincadeiras e jogos).

Brincadeiras do Projeto:

1. Põe a mão na cabeça (música boneca de lata):

Objetivo: Contribuir para o desenvolvimento corporal identificando as partes do

corpo, além da socialização das crianças e para o desenvolvimento da linguagem

enquanto cantam a música.

Procedimento: Ao cantarem a música boneca de lata, as crianças repetiram os

gestos mostrando as partes do corpo nelas referidas.

2. Produção de Massinha:

Objetivo: Desenvolver a criatividade e a coordenação motora.

Procedimento: Fizemos a massinha com farinha de trigo, demonstrando todas as

etapas para as crianças, em seguida dividimos entre elas a massinha, pedindo-lhes

que fizessem uma escultura para que pudéssemos deixar secando e expormos no

dia seguinte para que outros alunos da escola pudessem ver e apreciar.

Jogos do Projeto:

1. Jogo da memória com frutas:

Objetivo: Desenvolver o raciocínio lógico, atenção, concentração, a memorização e

principalmente a capacidade de observação.

Procedimento: Recortamos quadrados de 15cm X15cm, onde foram desenhadas

algumas frutas, escolhidas pelas crianças. As figuras foram confeccionadas em

pares. Além de desenharem e pintarem o material, foi muito divertido de brincar.

2. Boliche de garrafas pet:

Objetivo: Desenvolver noções de quantidade e sequência numérica.

Procedimento: Confeccionamos um boliche com 10 garrafas pet, contendo a

sequência numérica de 1 a 5. Ao apresentarmos o jogo, os alunos foram se

familiarizando com os numerais e em seguida, ao jogar, foram incentivados a

contagem do número de garrafas que foram derrubadas, bem como dizerem quais

os numerais que estavam nas garrafas que foram derrubadas.

3.6 TEMPO PARA A REALIZAÇÃO DO PROJETO

O tempo de duração da aplicação das brincadeiras e jogos foi de

aproximadamente 4 dias.

3.7 RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS

Cartolina, papelão, canetinhas, garrafas pet, tinta guache, cola,

farinha de trigo, rádio,cd, folhetos de supermercados, tesoura, entre outros.

3.8 AVALIAÇÃO

Foi feitacom base na observação e participação das crianças, ao

longo da aplicação das atividades do projeto. Percebeu-se que todos os objetivos

propostos foram alcançados gradativamente, tendo em vista que o planejamento

diário proporcionou o resgate constante dos objetivos propostos.

A relevância observada no projeto foi a valorização do jogo e

brincadeira como metodologia inovadora para melhor aproveitamento das crianças

em atividades de animação e integração, promovendo a construção do processo de

aprendizagem na educação infantil.

A contribuição deste projeto objetiva a melhoria do ensinoaprendizagem

da criança quanto à sua linguagem, o pensamento, a socialização, a

iniciativa e a autoestima, preparando para ser um cidadão capaz de enfrentar

desafios e participar na construção de um mundo melhor.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

No decorrer da aplicação desse projeto foi possível compreender a

importância do brincar para o desenvolvimento infantil, pois conclui-se que quando a

criança brinca ela cresce, desenvolve as potencialidades que emergem sua

estrutura particular e brincando ela constrói significados objetivando a assimilação

dos papéis sociais. A criança através das atividades lúdicas libera energia e tem

oportunidade de planejar, organizar e produzir.

Dessa forma, conhecendo a importância e a necessidade do brincar, a

ludicidade deverá estar presente no contexto escolar, pois como o jogo auxilia no

desenvolvimento infantil, oportunizará também nas áreas afetivas, físico motoras e

sócio-morais, sendo assim, adotamos uma postura precisa para definirmos o espaço

e tempo que o jogo ocupou durante as atividades da sala de aula. Concluímos que o

jogo oportunizou mudanças no comportamento das crianças, sendo estas pontuais

nas tarefas e possuindo capacidade de expressão de pensamento.

Durante a realização deste projeto percebemos que foi necessário

possibilitar as nossas crianças jogar, para que estas possam estar se

desenvolvendo de forma integral. A atividade lúdica desencadeou o uso da

imaginação criadora, enriquecendo a identidade, pelo fato de que ela experimenta

outra forma de ser e de pensar, ampliando suas concepções sobre as coisas e

pessoas, pois fez desempenhar vários papéis sociais enquanto brincávamos.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Paulo Nunes. Educação Lúdica: Técnicas e Jogos Pedagógicos. São

Paulo: Loyola, 1998.

BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação

Fundamental. Departamento de políticas Educacionais. Coordenação geral da

Educação Infantil. Professor da Pré-escola. V.1. Brasília: MEC/SEF/DPE/COEDI/

Fundação Roberto Marinho, 1992.

FRIEDMANN, Adriana. Brincar: crescer e aprender: o resgate do jogo infantil.

São Paulo: Moderna, 1996.

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogos Tradicionais, 1996.

LIMA, Lauro de Oliveira. Piaget para principiantes. São Paulo: Sumnaus, 1980.

MACEDO, Lino de.; PETTY, Ana Lúcia Sicóli; PASSOS, Norimar Christe. Quatro

cores, senha e dominó: oficinas de jogos em uma perspectiva construtivista

psicopedagógica. 2.ed. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1997.

. Ministério da Educação e do Desporto. Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional: Lei n.9304/96 de dezembro de 1996. Brasília, 1999.

VYGOTSKY, Lev Semenovitch. A formação social da mente. São Paulo: Martins

Fontes, 1984.

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