A FUNÇÃO DA LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Por: panaina • 30/6/2015 • Trabalho acadêmico • 4.725 Palavras (19 Páginas) • 1.650 Visualizações
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINTER
PATRÍCIA APARECIDA NEVES CHAVES
RU: 773676
A FUNÇÃO DA LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL
CONDEÚBA/BA
2014
A FUNÇÃO DA LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Muito se tem discutido sobre a função da ludicidade na Educação Infantil e para isso, primeiramente é importante que se entenda que o trabalho na Educação Infantil é algo que vai além do ato de cuidar e pensando assim, é primordial refletir sobre a ação de ensinar e aprender nessa primeira fase do processo ensino e aprendizagem.
Muitos educadores buscam formas de levar o conhecimento às crianças de maneira alegre e agradável fazendo com que essas criem gosto pelo mundo educacional e assim, utilizam-se da ludicidade para estimular o conhecimento de cada uma delas.
E por falar em ludicidade, primeiramente é importante que se entenda o significado desse termo.
O lúdico é um estado interno do sujeito e ludicidade é uma denominação geral para este estado – “estado de ludicidade”; essa é uma qualidade de quem está lúdico por dentro de si mesmo. [...] Nesse contexto, ludicidade não decorre diretamente do mundo exterior a cada um de nos, mas sim do nosso mundo interior, que se relaciona com o exterior (LUCKESI, 2007, p.15).
Compreendendo, então, a necessidade do lúdico, é de extrema importância acolher e compreender as necessidades das crianças fazendo com que estas aprendam os conteúdos e também adquiram competências e habilidades para agir na sociedade da qual fazem parte.
Sabe-se que desde cedo as crianças são inseridas no mundo dos jogos e dos brinquedos e através disso entram no mundo da imaginação fazendo com que elas compreendam o mundo a sua volta. Assim sendo, o educador deve inserir tanto os jogos quanto os brinquedos e brincadeiras em sua sala de aula, mas para isso ele deve utilizar desses recursos com um objetivo traçado e não apenas como um pretexto para a criança ficar quieta.
Vale salientar ainda que o lúdico serve como ferramenta para promover a interação social, assim, é possível associar através do brincar o lado físico, afetivo e intelectual fazendo com que a criança construa o seu próprio conhecimento e nesse caso, o educador é o mediador do processo.
Por essa razão, é importante que o educador selecione os jogos e os brinquedos os quais serão usados em sala de aula, no entanto, é importante que este conduza as atividades a serem desenvolvidas e não faça desse momento algo mecânico, assim, o educador precisa dar vida as suas aulas e a criança ao entrar no mundo educacional busca liberar as emoções e ocupar o seu tempo com algo que a faça sentir-se bem. Sendo assim, a ludicidade deve ser algo indissociável da docência na Educação Infantil.
De acordo com Olivier (2003) cinco aspectos são fundamentais quando se trata do lúdico:
1. o lúdico é um fim em si mesmo, ou seja, ele não é o meio através do qual alcançamos outro objetivo: seu objetivo é a vivência prazerosa de sua atividade;
2. o lúdico é espontâneo; difere assim, de toda atividade imposta, obrigatória; é aqui que prazer e dever não se encontram, nem no infinito, nem na eternidade;
3. o lúdico pertence à dimensão do sonho, da magia, da sensibilidade; os princípios da racionalidade não são aqui enfatizados;
4. o lúdico baseia-se na atualidade: ocupa-se do aqui e do agora, não da preparação de um futuro inexistente;
5. o lúdico privilegia a criatividade, a inventalidade e a imaginação, por sua própria ligação com os fundamentos do prazer (p. 22).
Nesse contexto todo é relevante que se entenda as funções da ludicidade na Educação Infantil. Trata-se de uma forma mais ampla de conhecimento uma vez que envolve diversas áreas do saber: afetivo, cognitivo, emocional e social, fazendo com que as crianças interpretem, conheçam, criem e recriem o mundo a sua volta.
O brincar é agradável por si mesmo, aqui e agora. Na perspectiva da criança, brinca-se pelo prazer de brincar, e não porque suas consequências sejam eventualmente positivas ou preparatórias de alguma outra coisa. No brincar, objetivos, meios e resultados tornam-se indissociáveis e enredam a criança em uma atividade gostosa por si mesma, pelo que proporcionou no momento de sua realização. Este é o caráter autotélico do brincar. Do ponto de vista do desenvolvimento, essa característica é fundamental, pois possibilita à criança aprender consigo mesma e com os objetos ou pessoas envolvidas nas brincadeiras, nos limites de suas possibilidades e de seu repertório. Esses elementos, ao serem mobilizados nas brincadeiras, organizam-se de muitos modos, criam conflitos e projeções, concebem diálogos, praticam argumentações, resolvem ou possibilitam o enfrentamento de problemas (MACEDO, 2005, p. 14).
Percebe-se o quanto a criança gosta de brincar e o quanto isso se torna uma necessidade na vida das mesmas. Assim, os materiais utilizados pelo educador devem ser estimulantes permitindo que os pequeninos convivam com as regras e também criem os seus próprios regulamentos, facilitando assim o processo de interação.
O educador da Educação Infantil precisa ir muito além das atividades as quais envolvem o lápis e o papel, pois a criança é antes de tudo um ser “brincante”, sendo assim, a ludicidade deve ser incorporada no processo ensino e aprendizagem, no entanto, não se trata de encher a sala de aula com atividades lúdicas acreditando na resolução dos problemas. É preciso de atividades as quais surtam efeitos para a vida cotidiana das mesmas. Assim, uma das funções da ludicidade é promover a aprendizagem, de maneira que os pequenos alunos possam explorar o ambiente de maneira alegre e motivadora.
Quando se fala em brinquedos e brincadeiras é relevante à seleção de cada um o qual será aplicado no contexto escolar, pois é fundamental que eles sejam educativos, nesse caso, o educador precisa ser criativo e criar condições favoráveis para que os alunos sejam levados a produzir o seu conhecimento. De acordo com Santos e Cruz (1999,
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