LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS
Pesquisas Acadêmicas: LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: RosaniMaria • 20/11/2013 • 4.246 Palavras (17 Páginas) • 534 Visualizações
UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP
CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
CURSO DE PEDAGOGIA
LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS
Daiane Parreto Ferreira - RA: 400827 - daiane_p_ferreira@hotmail.com
Lisandra de Carvalho Miranda – RA: 356484 – lisandramiranda@aedu.com
Luzia Fernandes Ribeiro - RA: 381314 - luzia.fernandesribeiro@gmail.com
Rosani Maria de Oliveira Ferreira Cauneto – RA: 376991 – rosani.cauneto@aedu.com
Atividade Prática Supervisionada (ATPS) entregue como requisito para conclusão da disciplina “Língua Brasileira de Sinais”, sob orientação do professor-tutor a distância Camila de Melo Andriotti.
MARÍLIA
2012
Levantamento histórico
Para começarmos a falar de educação de surdos, faz-se necessário um retorno à história, não com o intuito de analisar, mas sim buscar compreender como ocorreu esse processo de “educar” surdos e seus reflexos nos dias atuais. Começamos, portanto, analisando o trabalho de Ana Cristina Guarinello, intitulado O Papel do outro na escrita de sujeitos surdos, obra essa usada aqui como base para nossas reflexões, pois a autora nos proporciona um resgate histórico abrangente. Passemos então ao trabalho.
Segundo Guarinello, (2007, p. 19) “até o sec. XV as ideias vigentes sobre os surdos e a surdez tinham conotações negativas. Na Antiguidade eram considerados seres castigados pelos deuses”.
Para Aristóteles (384-322 a. C.) os surdos eram também mudos, sendo assim não podiam falar nenhuma palavra. Para ele a audição era o canal mais importante de aprendizado o que tornava os surdos em pessoas não treináveis. Esse veredicto de Aristóteles permaneceu sem questionamentos por séculos. Já para os Romanos os surdos não tinham nenhum direito legal, ou seja, eram impedidos de fazer testamento e necessitavam de curador para todos os seus negócios.
No século XIV um impulso inicial foi dado pelo escritor Bartolo della Marca d’Ancona ao aludir que os surdos podiam ser instruídos por meio da língua de sinais e pela linguagem oral, com isso percebeu-se que o surdo era uma pessoa capaz de fazer discernimentos e tomar suas próprias decisões.
Após as alusões de d’Ancona existe uma lacuna de mais de um século, somente em meados do Século XVI, com Girolano Cardano, ocorre novo avanço na situação dos surdos. Ele propôs que os surdos poderiam ser ensinados. Chegou inclusive a elaborar um tipo de código de ensino, porém nunca o colocou em prática. Nesse mesmo século temos o surgimento do considerado o primeiro professor de surdos, o Monge beneditino Pedro Ponce de Leon, que ensinava crianças surdas, filhas de nobres, a falar, escrever, ler, fazer contas, orar e confessar-se pelas palavras com o objetivo de serem reconhecidas como pessoas nos termos da lei e poderem, assim, herdar os títulos e propriedades da família. Ponce de Leon tinha como objetivo ensinar seus alunos a falar e para atingir esse objetivo utilizava os outros sentidos, visão e tato, além da leitura e da escrita, bem como uma forma de alfabeto manual no qual cada letra correspondia a uma configuração de mão.
Em 1620 encontramos o que foi considerado o precursor do oralismo, ou seja, o escritor espanhol Juan Pablo Bonet, que se interessou pela educação de surdos e os ensinava a falar por meio da leitura, do alfabeto manual e da gramática, juntamente com a manipulação dos órgãos fonoarticulatórios. Ele acreditava que os surdos estariam aptos a falar somente após dominarem a leitura, a escrita e o alfabeto digital.
Durante o Século XVII encontramos, em vários países da Europa, iniciativas para o ensino de surdos. Em 1648 John Bulwer afirmava, em seu livro Philocopus, que a “língua de sinais era capaz de expressar os mesmos conceitos que a língua processada pelo canal oral/auditivo” (Guarinello, 2007, p. 22). Para ele os surdos “deveriam primeiro aprender a ler e escrever e depois a falar, pois esse procedimento tornaria mais fácil o aprendizado da leitura labial” (ibdem, p. 22).
Na Inglaterra temos os Reverendos Willian Holder e John Wallis. Wallis que, segundo Guarinello (2007, ibdem) é “considerado o pai do método escrito de educação de surdos”. Ele usava a palavra escrita e o alfabeto manual para ensinar.
O escocês George Dalgarno (1626-1687) declarou, em meados do Séc. XVII que se os surdos recebessem educação adequada poderiam alcançar níveis iguais aos dos ouvintes, pois tinham o mesmo potencial que estes para aprender.
Durante o Séc. XVIII temos um aumento de interesse pela educação dos surdos com a divulgação de diferentes métodos de ensino. Nesse período o alemão Wilhelm Keger defendeu a educação obrigatória para todos os surdos, ele usava a escrita, a fala e os gestos no aprendizado de seus alunos.
Nesse mesmo período o espanhol Jacob Rodrigues Pereira seguia as ideias de Bonet utilizando a fala e proibindo os gestos no ensino de surdos. Seu objetivo era que a comunicação dos surdos se desse pela forma oral e escrita.
França, 1750, aqui encontramos o abade Charles Michel de L’Epée, a primeira pessoa a reconhecer que os surdos tinham uma língua, é o criador dos Sinais Metódicos que nada mais era do que a junção da língua de sinais com a gramática da língua oral francesa, método esse que possibilitou pela primeira vez na história a completa instrução dos surdos, ou seja, eles conseguiram finalmente a ler e escrever. Também foi o fundador da primeira escola pública para surdos do mundo, o Instituto Nacional para surdos-mudos de Paris, pois acreditava que todos os surdos tinham direito a educação.
Samuel Heinicke, alemão, criou uma filosofia de ensino, que depois seria considerado o inicio do oralismo.
No final do século XVIII ocorre uma divergência entre Heinicke e L’Epée, ambos defendiam seu método. Divergência essa responsável pela polêmica existente entre língua de sinais e oralismo até os dias de hoje. Esse foi o século mais fecundo na educação dos surdos com o uso da língua de sinais.
A partir do século XIX começa o calvário da submissão dos surdos ao oralismo, ou seja, a língua majoritária dos ouvintes, e a consequente desaprovação sistemática da língua de sinais.
Neste século a educação
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