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LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS

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Por:   •  2/11/2014  •  5.885 Palavras (24 Páginas)  •  350 Visualizações

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A partir do Congresso em Milão, Itália, em 1880, a filosofia educacional começou a mudar na Europa e, consequentemente, em todo mundo. O método combinado que utilizava tanto sinais como o treinamento em língua oral foi substituído em muitas escolas pelo método oral puro, o oralismo. Muitas pessoas acreditavam que a única forma possível para que as crianças surdas se integrassem ao mundo dos ouvintes seria falar e ler os lábios. E assim muitas escolas passaram a insistir com os alunos surdos para que entendessem a língua oral e aprendessem a falar. Os professores surdos já existentes nas escolas, foram afastados, e os alunos desestimulados a usarem a língua de sinais (mímica), tanto dentro quanto fora da sala de aula. Era comum a prática de amarrar as mãos das crianças para impedi-las de fazer sinais, isso aconteceu também no Brasil. Mas apesar dessas tentativas de desestimular o uso da língua de sinais, a libras continuou sendo a língua preferida da comunidade surda. Os surdos, quando viram que o uso de sinais estava proibido, reconheceram e consideram a libras como sua língua natural, a qual reflete valores culturais e guarda suas tradições e heranças vivas.

No decorrer da história, a imagem que a sociedade tinha sobre os surdos, na maioria das vezes apresentava aspectos negativos, porque o tipo de organização produtiva não permitia que estes fossem inseridos na sociedade não havia produzido condições em inseri-los para que pudessem sobreviver. A surdez e a mudez, eram confundidas com uma inferioridade de inteligência. A falta da linguagem implicou profundamente no desenvolvimento psicossocial dos surdos. De acordo com a visão médica o termo surdez e deficiente auditivo estão intimamente ligados sendo surdo visto como o portador de uma doença localizada, uma deficiência que precisa ser tratada. A deficiência auditiva é caracterizada em termos de tipo grau e causas. Ela é definida como a perda parcial ou total da capacidade auditiva. Surdez congênita: acontece antes ou durante o nascimento; Surdez adquirida: ocorre após o nascimento. No entanto, com o passar do tempo a pessoa surda pôde aprender a se comunicar utilizando a língua dos sinais, ou a própria língua falada.

A primeira escola para educação de surdos no Brasil teve início em 1857, no Rio de Janeiro, e o principal personagem da história dos surdos em nosso país, não é um brasileiro e sim um francês. HernestHuet a convite de D. Pedro II foi convidado para fundar a primeira escola para meninos surdos de nosso país. Hoje, o Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES) é mantido pelo Governo Federal, atendendo em seu Colégio de aplicação, crianças, jovens e adultos surdos, de ambos os sexos. Embora a influência do oralismo fosse forte, os surdos brasileiros buscaram alternativas para se comunicarem, como por exemplo, a Língua Brasileira de Sinais (libras), criada e instituída no Brasil a partir da Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Organizada em Associações, para viverem sua cultura.

As associações são lugares onde há uma rica convivência de surdos, com troca de experiências, atividades de lazer, esporte e principalmente, o fortalecimento de sua identidade. No passado, os surdos eram considerados incapazes de serem ensinados, por isso eles não frequentavam escolas. As pessoas surdas, principalmente as que não falavam, eram excluídas da sociedade, sendo proibidas de casar, possuir ou herdar bens e viver como as demais pessoas. Assim, privadas de seus direitos básicos, ficavam com a própria sobrevivência comprometida.

No final do século XV onde não havia escolas especializadas para surdos. Pessoas ouvintes tentaram ensinar aos surdos. Esses professores divergiam quanto ao método mais indicado para ser adotado no ensino dos surdos. Uns acreditavam que o ensino deveria priorizar a língua falada e outros, que se deveria utilizar a língua de sinais, já conhecida pelos alunos e o ensino da fala. Nos anos 90 do século XX, as Secretarias Estaduais e Municipais de Educação passaram a coordenar o ensino das crianças com necessidades especiais (inicialmente denominadas portadoras de deficiências) e surgiram as Salas de Recursos e os CAEDAS (Centro de Atendimento Especializado para alunos com Deficiência Auditiva para surdos), além de algumas Escolas Especiais, mantidas tanto com recursos públicos como privados.

A realidade brasileira é muito diferente da realidade de outros países e faz muito pouco tempo que a visão sócio-antropológica da surdez, ou seja, apresenta uma ideologia diferente da visão clínica da surdez, aborda o modelo social, cultural e antropológico da surdez e aprofunda os conceitos de bilinguismo e biculturalismo, dessa forma, passou a ser discutida academicamente. A maioria dos surdos que tem acesso à escola e atendimento especializado, tem sido trabalhada por meio de filosofias que visam comunicação oral. Muitas crianças apresentam bons resultados com esta filosofia; outras, devido à perda auditiva profunda, a dificuldades próprias e familiares, ou ainda pelo contexto em que se inserem, não conseguem o mesmo aproveitamento do conhecimento escola. Atualmente ainda existem pessoas extremamente defensoras da filosofia oralista, que acreditam que as pessoas surdas precisam aprender a falar como a maioria da comunidade, que é ouvinte. Mas na verdade, anteriormente se pensava no aprendizado da língua oral como uma verdadeira integração do surdo ao mundo ouvinte, mas a Língua de Sinais a cada dia ganha espaços na sociedade ouvinte.

Ao longo da história, três filosofias educacionais se destacaram na educação de surdos, e continuam presentes em maior ou menor intensidade nas instituições e escolas que atendem alunos com deficiência auditiva: Oralismo da Comunicação Total e do Bilinguismo. De alguma maneira, essas três principais filosofias educacionais na educação de surdos existem simultaneamente, com adeptos de todas elas. Cada qual com seus prós e contras, essas abordagens abrem espaço para reflexões na busca de um caminho educacional que de fato favoreça o desenvolvimento integral dos sujeitos surdos, contribuindo para que sejam cidadãos plenos com direitos e deveres na sociedade em que estão inseridos. Muitas pessoas acreditam que as línguas de sinais são somente um conjunto de gestos que servem para interpretar as línguas orais. Como toda língua, as línguas de sinais ampliam seus vocabulários com a incorporação de novos sinais inseridos pelos surdos em resposta às mudanças culturais e tecnológicas. Assim, cada necessidade surge um novo sinal e desde que se torne aceito será utilizado pelos surdos. Embora cada língua de sinais tenha sua própria estrutura gramatical, surdos de países com línguas de sinais diferentes, comunicam com mais facilidade uns com os outros, o que não ocorre entre falantes de

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