MRP II E KANBAN

MRP II e KANBAN

Introdução

Os sistemas MRP II são softwares, estruturados de forma modular e integrada e disponível no mercado na forma de sofisticados pacotes para computador. Segundo GAITHER e FRAZIER [2001], o MRP II tem dois objetivos básicos: melhorar o serviço ao cliente através do cumprimento dos prazos de entrega e reduzir os investimentos em estoque, procurando adquirir e disponibilizar os materiais para a produção na quantidade necessária e no momento certo da sua necessidade.

Vantagens e Desvantagens

As desvantagens do sistema MRPII é dada pela sua complexidade e dificuldade de adaptá-lo às necessidades das empresas; ao nível de exigidos dos dados; o fato do sistema assumir capacidade infinita em todos os centros produtivos; não enfatizar o envolvimento da mão de obra no processo.

No entanto, alguns fatores positivos são ditos do sistema MRP II, entre os quais se podem citar: a introdução dos conceitos de demanda dependente; ser um sistema de informações integrado, pondo em disponibilidade um grande número de informações para os diversos setores da empresa.

Módulos MRP II

O MRPII é um sistema integrado normalmente constituído por cinco módulos principais:

1 - Módulo de planejamento da produção onde módulo visa auxiliar a decisão dos planejadores quanto aos

níveis agregados de estoques e produção período-a-período.

2 - Módulo de planejamento mestre da produção que representa a desagregação em produtos individualizados do plano de produção agregado, e tem como objetivo auxiliar a decisão dos usuários quanto aos planejamentos das quantidades de itens de demanda independente a serem produzidas e níveis de estoques a serem mantidos.

3 - Módulo de cálculo de necessidade de materiais: A partir dos dados fornecidos pelo MPS, o MRP "explode" as necessidades de produtos em necessidades de compras e de produção de itens componentes, com o objetivo de cumprir o plano mestre e minimizar a formação de estoques.

4 - Módulo de cálculo de necessidade de capacidade: O módulo CRP calcula, com base nos roteiros de fabricação, a capacidade necessária de cada centro produtivo, permitindo assim a identificação de ociosidade ou excesso de capacidade (no caso da necessidade calculada estar muito abaixo da capacidade disponível) e possíveis insuficiências (no caso das necessidades calculadas estarem acima da capacidade disponível de determinados recursos). Com base nestas informações, um novo MPS será confeccionado ou algumas prioridades serão mudadas.

5 - Módulo de controle de fábrica: é responsável pelo sequenciamento das ordens de fabricação nos centros produtivos e pelo

controle da produção, no nível da fábrica. O SFC busca garantir às prioridades calculadas e fornecer feedback do andamento da produção para os demais módulos do MRPII.

O sistema MPR II se baseia na lógica do cálculo de necessidades, cujo objetivo principal é o de planejar a compra (ou a produção) de itens nas quantidades e nos momentos necessários, sem faltas e excessos e permitindo a integração do planejamento financeiro com o operacional.

A utilização do sistema MRP II permite gerenciar todos os recursos da organização, pois se dispusermos das quantidades de recursos necessários à fabricação de determinado produto, pode-se calcular o total de recursos necessários ao atendimento dos pedidos daquele produto.

Considerado uma filosofia de aplicabilidade universal, o “Just in Time” é normalmente associado a algumas questões, tais como a eliminação das perdas, a diminuição do estoque desnecessário e a eliminação das atividades que não agregam valor às operações.

Dessa forma, as metas a serem alcançadas pela organização consistem em produzir bens (e/ou prestar serviços) conforme sejam necessários e melhorar as vantagens do valor agregado das operações.

Lista de Materiais e Estrutura de Cálculo MRP

As listas de materiais são documentos técnicos que indicam as necessidades dos itens que compõe cada um

dos produtos que foram (pedidos em carteira) / serão (previsão de vendas) vendidos. a lista de materiais indica quais e quanto de cada item necessitamos para fazer um determinado produto, sem se preocupar com os recursos de transformação (instalações e pessoas) necessários. Mas a observação de uma lista não é tão eficiente como a análise de um desenho que mostra como o produto é composto, denominada estrutura do material.

O MRP calcula as quantidades de materiais necessários, partindo do programa-mestre de produção, considerando todos os itens do nível “0”, verificando suas listas de materiais, e ai partindo para os demais níveis da estrutura de materiais. Durante o cálculo, é verificada a disponibilidade em estoque dos itens, e então são emitidas as ordens de trabalho ou ordens de compra para as quantidades faltantes a atender as necessidades.

Importância da Previsão de Vendas e Simulações

Afirma-se que o sistema MRP II é bastante centralizador: toma a maioria das decisões e deixa pouca margem de manobra para quem o planeja. Baseia-se no princípio de que a programação, uma vez estabelecida, deve ser cumprida fielmente.

No entanto, é um sistema considerado “maleável e passivo”, aceita parâmetros de tempos de preparo de máquinas (incluindo lead times), níveis de estoques de segurança, refugos e

outros. Segundo alguns críticos, o MRP II automatiza em excesso comparativamente aos resultados produzidos. Portanto, deve ser utilizado em conjunto com políticas de melhoria contínua do processo produtivo, que permitam refletir ganhos em parâmetros de ajustamento do mecanismo de funcionamento do sistema. Daí, a necessidade de se utilizá-lo em conjunto com técnicas tipo Just-in-time, que trata redução de desperdícios e aprimoramento contínuo de processos da organização.

Evolução do MRP para o MRP II

Os sistemas ERP surgiram a partir da evolução dos sistemas MRP (Material Resource Planning). Neles, foram agregadas as funções de programação mestre da produção, cálculo grosseiro de necessidades de capacidade, cálculo detalhado