Matematica Financeira
Casos: Matematica Financeira. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: crisramosribeiro • 31/3/2014 • 2.826 Palavras (12 Páginas) • 401 Visualizações
UNIDADE 0002
1. DA LÓGICA PRIMITIVA À DESCOBERTA CIENTÍFICA
O homem evolui na medida em que sua inteligência avança (ontogênese). Na busca da explicação de sua própria vida e dos fenômenos que a circunscreve o homem utiliza três níveis de abordagens; uma pautada no medo, outra no misticismo e outra na ciência. Por suas peculiaridades cabe diferenciá-las.
O medo foi a primeira forma que os homens, na pré-história, consideraram frente aos fenômenos da natureza. Assim, suas reações a esses fenômenos eram sempre de temor; tinham medo do desconhecido, da chuva, dos sonhos e de todos outros que aconteciam em seu entorno, sua lógica não alcançava o entendimento.
Um pouco mais desenvolvido, a magia é a forma que supera o medo para explicar os mesmos fenômenos; o animismo faz parte desta fase. Os fatos/ fenômenos¹ possuem consequências causais, são entendidas a partir das crenças e das superstições. Ainda assim pode-se entender como uma evolução já que tentavam explicar o que viam. Assim, os sonhos ‘eram’ necessidades do “duplo”, as tempestades ‘fruto’ de uma ira divina, a boa colheita das ‘bênçãos’ dos deuses e assim por diante.
Ao atingir um estágio mais complexo, as explicações mágicas não bastavam, o que levou o homem à busca de respostas por meio de caminhos que pudessem ser comprovados. Desta forma, nasceu a ciência metódica, que procura sempre uma aproximação com a lógica.
O ser humano é o único animal na natureza com capacidade de pensar, o que em si refuta a tese evolucionista; assim é dotado de capacidade reflexiva sobre o significado de suas próprias experiências; que o permite novas descobertas, bem como transmiti-las às novas gerações.
Este ciclo, composto de descobertas e redescobertas é que impulsiona a evolução da ciência.
Considerando o aspecto da ontogênese podemos percorrer a trajetória da evolução da ciência desde os egípcios, que já haviam desenvolvido um saber técnico evoluído em muitas áreas (mumificação e pirâmides), no entanto provavelmente os gregos tenham sido os primeiros a buscarem o saber que não tivesse, necessariamente, uma relação com atividade de utilização prática, através da filosofia (filo = amigo + sofia (sóphos) = saber e quer dizer amigo do saber) era buscar conhecer o porque e o para que de tudo o que se pudesse pensar.
Num período histórico posterior o eixo do processo dominante de conhecimento passou a ser as crenças e dogmas religiosos; a Igreja Católica detinha os documentos necessários para consulta.
A falta de acesso ao saber sistematizado foi um dos fatores desencadeadores do movimento que marcou o período seguinte, denominado Renascimento. Tal movimento foi marcado pelo resgate ao prazer de pensar e produzir o conhecimento através das ideias, das artes (Michelangelo), da literatura (Tomaso Campanella, Bacon, Voltaire e outros).
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¹ O termo fato designa qualquer coisa que existe na realidade, já o termo fenômeno pode ser entendido como o modo como o fato é percebido por alguém.
Decorrente deste movimento, os séculos seguintes (XVII e XVIII) assistiram a burguesia construir uma característica peculiar no modo de pensar, voltado para a utilização prática. Com isso surgiu uma corrente filosófica denominada de Iluminismo que propôs "a luz da razão sobre as trevas dos dogmas religiosos". Um de seus expoentes, o pensador René Descartes (2009), cuja autoria da frase "penso, logo existo" é atribuída, defendeu que a razão é a essência dos seres humanos. Ainda podemos atribuir autoria ao Iluminismo, as mudanças políticas daquele período, que denunciou a necessidade do povo eleger seus governantes através da livre escolha da vontade popular; impactando em movimentos importantes, como a Revolução Francesa em 1789.
Neste contexto emerge o Método Científico, com o objetivo de organizar o pensamento para se chegar, de modo mais adequado ao conhecimento e controle da natureza. O pensador Francis Bacon pregou o método indutivo como meio de se produzir o conhecimento, tal método concebe o conhecimento como resultado de experimentações contínuas e do aprofundamento do conhecimento empírico. Contrapondo a esta ideia Descartes (Discurso sobre o método) defendeu o método dedutivo, como aquele que possibilitaria a aquisição do conhecimento através da elaboração lógica de hipóteses e a busca de sua confirmação ou negação.
O dogmático cede lugar ao laico, a centralização do conhecimento e de sua produção nas mãos da Igreja, passa a ser assumida pela ciência, inclusive fazendo da Igreja e do pensamento religioso razão de ser dos estudos científicos.
A ciência vai conseguir um lugar de destaque a partir do século XIX -1800, quando tudo parecia ter explicação através da ciência e o contrário era tido como falso. Os grandes pensadores da idade média (Nicolau Copérnico, Galileu Galilei, Giordano Bruno, entre outros) teriam lugar privilegiado neste contexto. O século XIX serviu de berço para o conhecimento científico em todas as áreas. Na sociologia, Augusto Comte desenvolveu sua explicação de sociedade, criando o Positivismo, vindo logo após outros pensadores; na Economia, Karl Marx procurou explicar as relações sociais apoiado nas questões econômicas, resultando no Materialismo-Dialético. A ciência passou a assumir uma posição quase que religiosa diante das explicações dos fenômenos sociais, biológicos, antropológicos, físicos e naturais.
É importante destacar que uma das características inerente a ciência é a sua pretensa neutralidade, para isto requer que o pesquisador mantenha uma certa distância emocional do assunto investigado. Mas, será isso possível? Seria possível, por exemplo, um psicólogo, ao analisar a questão das relações afetivas familiares, manter-se afastado de sua própria história de vida? Ou ao contrário, um pesquisador da área de exatas, com sua atenção voltada prioritariamente aos fatos físicos daria a mesma ênfase a uma questão emocional?
Provavelmente, a resposta seria não. Mas, ao
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