Mediação de Conflitos Exercícios Práticos

EXERCÍCIO

(DÍVIDAS E PAGAMENTOS)

APRESENTAÇÃO

SIDNEI, um jovem fazendeiro recebeu emprestado de GILMAR,   (57 anos), pai de sua namorada (CARLA), a quantidade de R$ 20.000,00 para comprar um apartamento na cidade, futura residência de SIDNEI e CARLA que tinham marcado o casamento para seis meses depois.

SIDNEI tinha prometido a GILMAR que assim que vendesse a colheita (dois meses depois), cancelaria a dívida com ele.

O apartamento de um valor total de R$ 60.000,00 ia ser entregue um mês antes do casamento, momento em que SIDNEI cancelaria a dívida com o vendedor do apartamento.

No momento do empréstimo, GILMAR exigiu que o apartamento fosse comprado no nome de SIDNEI e de CARLA, como garantia do empréstimo; depois de cancelada a dívida, SIDNEI poderia passar o apartamento a seu nome exclusivo, se assim o desejasse.

Dois meses depois, quando SIDNEI estava muito ocupado com a colheita e sua comercialização, sua namorada fugiu com outro homem para se casar em outra cidade.

Os primeiros momentos de desespero tanto do namorado quanto do pai, aproximaram os dois homens que se sentiam traídos por CARLA depois de seis anos de namoro.

Passados uns messes, GILMAR começa a responsabilizar  SIDNEI pela fuga da filha, tentando limpar a imagem dela na cidade e para receber os R$ 20.000,00 emprestados a SIDNEI sem que se misture com o comportamento de CARLA.

Decidem reunir-se essa tarde para discutir o pagamento da dívida e a situação do apartamento, contratando um mediador.

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EXERCÍCIO

(DÍVIDAS E PAGAMENTOS)

MOTIVAÇÕES DE SIDNEI

A fuga de CARLA abalou muito a SIDNEI justo no momento da colheita e sua comercialização o que o levou a perder, também, muito dinheiro.

Ele já não tem mais interesse no apartamento e sabe que a maneira de sair da situação é jogando a culpa sobre CARLA e GILMAR, seu pai, para que ele assuma a perda dos R$ 20.000,00. Mas algo deve ser feito para deixar sem efeito o compromisso de compra assumido com a imobiliária e a vendedora.

SIDNEI entende que ele não tem dívida, pois a razão da compra do apartamento foi interrompida quando CARLA fugiu e os R$ 20.000,00 foram perdidos por culpa dela e então é lógico que GILMAR assuma não somente os R$ 20.000,00 já pagos mas também as despesas por desfazer a compra.

Soube que CARLA tentou justificar sua atitude dizendo que SIDNEI tinha problemas sexuais. SIDNEI teve alguns problemas de impotência, mas isso não pode ter incidência em um namoro de seis anos. Ele não quer que se toque nesse assunto e sua melhor defesa é que ela fugiu; se tivesse tido razões contra ele o teria denunciado e casado com o outro com justificação. Se ela fugiu, ela assumiu a culpa.

EXERCÍCIO

(DÍVIDAS E PAGAMENTOS)

                                MOTIVAÇÕES DE GILMAR

Sabe que a atitude de CARLA, sua filha, não tem explicação nem justificativa, mas não quer perder os R$ 20.000,00 ou ainda mais.

Caso SIDNEI se negar a aceitar a dívida, GILMAR terá que jogar pesado sobre os comentários que andam rolando sobre a impotência de SIDNEI. Se ainda assim GILMAR não consegue que SIDNEI dialogue sobre a dívida e a compra do apartamento, terá que conseguir que SIDNEI entenda que em matéria de dinheiro vão ter que encontrar um ponto de acordo para que ninguém perca. Os dois são vítimas da atitude de CARLA.  

GILMAR se informou com a imobiliária que vendeu o apartamento a SIDNEI que o prédio ganhou prestígio e mais de 30% do valor e soube que eles aceitariam aguardar mais uns meses para o pagamento do saldo (R$ 40.000,00) e ainda, tomando em consideração a situação vivida pela família, poderiam aceitar um novo financiamento.

EXERCÍCIO

( CABELELEIRA )

APRESENTAÇÃO

DENISE, de 45 anos, esteve casada com JÚLIO de 32 anos, durante 5 anos. Ela é cabeleireira e JÚLIO é mecânico de automóveis. Há três anos separaram-se. JÚLIO saiu de casa. A única filha do casal, VANESSA de 8 anos mora com a mãe, DENISE.

JÚLIO apresenta-se no Serviço de Mediação para pedir que DENISE permita que ele visite a sua filha, pois há seis meses que DENISE nega todas as visitas do pai à filha.

DENISE diz que não permite as visitas porque ele deve mais de seis meses de pensão de alimentos e que continuará a negar até que ele pague os seis meses em atraso e volte a pagar a pensão na data certa.

Na altura da separação judicial, que foi há um ano e meio, fixou-se em R$ 400,00 a pensão de alimentos para a Vanessa. Ele cumpriu este acordo com atrasos e dificuldades durante um ano. Cada vez que ele atrasava o pagamento, DENISE proibia-o de ver a filha. Só quando ele punha o pagamento em dia é que ela permitia a visita.

JÚLIO explica que há um ano e meio atrás ele possuía uma oficina num bairro afastado de Lisboa, onde tinha um bom rendimento (R$ 1.500,00 por mês, aproximadamente) e, por isso, comprometeu-se a pagar essa quantia. Mas, há um ano atrás, ele teve que devolver a oficina, que era alugada, ao proprietário, e desde então os seus rendimentos caíram muito, variando hoje entre os R$ 900 e  R$1.200 o que não lhe permite pagar os R$ 400,00 com que se tinha comprometido.

DENISE não acredita nestes números e diz que ele sempre mentiu, e que por isso, ou paga as parcelas atrasadas e cumpre o que foi acordado, ou não terá direito a ver Vanessa.

EXERCÍCIO

( CABELELEIRA )

MOTIVAÇÕES  DE  DENISE

JÚLIO foi o seu segundo marido. Do primeiro casamento tem um filho, RICARDO, 28 anos, casado, com uma filha, que mora numa casa construída no mesmo terreno onde está a casa de DENISE.

Em sua casa, ela tem um salão de beleza e o seu rendimento permite-lhe pagar as suas despesas e as da sua filha Vanessa. Apesar disto, ela sempre pressiona para receber a pensão de JÚLIO, pois sabe que ele não se sabe administrar e tem sempre dificuldade com o dinheiro. Com isso mantém-no afastado da filha.