Meio Ambiente
Trabalho Escolar: Meio Ambiente. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: joscarsantos • 11/10/2013 • 1.866 Palavras (8 Páginas) • 209 Visualizações
INTRODUÇÃO
O geoprocessamento é um conjunto de tecnologias direcionadas para a coleta e o tratamento das informações espaciais. Ele disponibiliza ferramentas, recursos e dados para que analistas possam determinar a evolução temporal e espacial de um determinado fenômeno geográfico e sua inter-relação com outros. Sendo uma tecnologia interdisciplinar, qualquer especialista pode se valer dele em benefício de seu trabalho ou pesquisa. Entretanto, para utilizá-lo, é preciso que os conceitos das disciplinas sejam transformados em representações computacionais. Essas ferramentas computacionais são denominadas Sistemas de Informações Geográficas (ou mais comumente, SIG) e permitem realizar análises complexas, ao integrar dados de diversas fontes e ao criar bancos de dados georreferenciados. Tornam ainda possível automatizar a produção de documentos cartográficos.
Utilizando instrumentos como imagens de satélite, fotografias aéreas, mapas, banco de dados e aplicativos específicos, o geoprocessamento possibilita a geração de análises e informações necessárias para a tomada de decisão rápida e eficaz, constituindo-se, portanto em um importante instrumento no planejamento de ações na área ambiental. Qualquer setor que trabalhe com informações que possam ser relacionadas a uma localização no território pode, em princípio, valer-se das ferramentas de geoprocessamento.
O geoprocessamento é uma ferramenta de grande utilidade para a conservação da biodiversidade, pois possibilita a coleta de dados espaciais relevantes para diversos estudos, como dados temáticos e de distribuição de espécies, permitindo análises mais detalhadas, como a identificação de áreas prioritárias para a conservação, delimitação de corredores de biodiversidade, base para sistemas de suporte a decisão.
Na análise ambiental, o geoprocessamento é uma das ferramentas mais utilizadas para monitoramento, por exemplo, da cobertura vegetal e uso das terras, níveis de erosão do solo, poluição da água e do ar, disposição irregular de resíduos, etc. Da mesma maneira, ele pode ser usado em análises de qualidade de habitat e fragmentação.
Finalmente, o geoprocessamento também é útil para a definição de políticas e diretrizes na gestão governamental. Ao identificar com precisão as áreas afetadas por determinada decisão, o governo pode planejar melhor o impacto de suas ações. Da mesma forma, através do registro de solicitações e análises e o livre acesso à base cartográfica, pode-se estreitar as relações do governo com os cidadãos.
GEOPROCESSAMENTO E A CONSERVAÇÃO DE ESPÉCIES AMEAÇADAS
Ao longo das últimas décadas, um sensível crescimento da preocupação acerca da conservação dos recursos naturais tem sido observado, com marcada ênfase sobre os países tropicais detentores de maior biodiversidade (MYERS,1988; VELAZQUEZ & BOCCO, 1994). Em função das rápidas mudanças impostas pelo homem ao ambiente, os estudos versando sobre este tema vem sendo considerados da mais alta prioridade (MITTERMEIER, 1988; RAMOS,1988). A despeito de todo este interesse, entretanto, o conhecimento acerca da biodiversidade tropical permanece deveras precário, ao passo que as taxas de degradação de habitats e extinção de espécies nos países em desenvolvimento atingem níveis impressionantes (MYERS, 1988; LUGO, 1988; KOOPOWITZ et al., 1994). No que se refere aos animais ameaçados de extinção, o sucesso de estratégias de conservação enfrenta uma série de dificuldades, destacando-se como das mais prementes a indisponibilidade de avaliações espacializadas e precisas da distribuição geográfica destas espécies e seus habitats, incluindo os efeitos das modificações antrópicas sobre o geosistema. Esta omissão da estrutura espacial na análise das características e processos relacionados à localização dos organismos na paisagem, bem como de seu estado de agrupamento e associação, pode ser bastante séria para a avaliação de vulnerabilidade de populações, onde a precisão quantitativa de computos territoriais assume indisputável importância (GILPIN, 1987). Ressalta-se ainda, que as probabilidades de extinção e recolonização dependem não apenas do tamanho das populações, mas também da geometria de sua distribuição territorial e da dinâmica do fluxo de seus elementos no arranjo espacial das manchas habitáveis (GILPIN, 1987). A relutância em tratar a territorialidade dos fenômenos resulta sobretudo das dificuldades de localização precisa dos dados e da complexidade de trabalhar com o espaço de maneira teórica. Sob o prisma tecnológico, a superação destas dificuldades tem sido auxiliada pelos benefícios provenientes de duas tecnologias em particular: o geoprocessamento e o sensoriamento remoto. Com o progresso das técnicas computacionais surgiram, para as investigações ambientais, novas possibilidades analíticas. Entre estas devem ser destacadas a varredura minuciosa de uma área geográfica contida em determinada base de dados em uso por um sistema geográfico de informação (SGI), uma estrutura de armazenamento, exibição e análise de dados ambientais. Os SGI permitem, também (e principalmente) conjugar numerosos dados, de diferentes naturezas escalas e resoluções, em um procedimento que pode ser denominado integração locacional, uma vez que opera com base no atributo axiomático de localização inerente a todo dado ambiental.
Os procedimentos de varredura e integração locacional (VAIL) podem ser contrastados com os de inspeção localizada e generalização (ILG), de uso tradicional. Enquanto a ILG depende diretamente das capacidades de percepção espacial e extrapolação do pesquisador, a VAIL depende fundamentalmente da existência de uma base geocodificada e do uso criterioso de algoritmos classificadores disponíveis. Na ILG, o pesquisador, verificando ocorrências (no terreno ou em registros indiretos, como fotos, mapas e telas de monitores), pode cansar-se e deixar, eventualmente, de inspecionar locais relevantes. Na VAIL, com o uso de recursos computacionais, essa possibilidade é inexistente. Apoiada na resolução (física e lógica, isto é, territorial e taxonômica) adotada na base de dados geocodificada, uma varredura completa da área geográfica pode ser executada. Lacunas na análise espacial desejada somente existirão em função da qualidade da base de dados e não como subproduto do procedimento adotado.
A criação de uma base de dados
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