Meio Ambiente
Artigo: Meio Ambiente. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: 04127685859 • 18/5/2014 • 1.431 Palavras (6 Páginas) • 191 Visualizações
QUESTÃO DA BIODIVERSIDADE E SUAS PERDAS
1. INTRODUÇÃO
A biodiversidade íntegra e sadia é a fonte dos serviços ambientais oferecidos pela natureza e que são vitais para a sociedade humana em uma infinidade de maneiras, por exemplo, provendo sustento, fertilizando os solos e protegendo-os da erosão, purificando as águas e o ar, regulando as chuvas e o clima em geral, fornecendo energia e uma multiplicidade de outros materiais e substâncias úteis, sem os quais a vida humana seria impossível. Também muito amiúde animais e plantas carregam fortes associações espirituais, folclóricas, artísticas e éticas com o homem, que lhes atribuiu ou encontrou neles poderes, inteligência, beleza e mesmo a sabedoria. Os reproduziu em sua arte, os viu em seus sonhos e falou com eles, aprendendo mistérios e até os adorou como deuses. Disso deriva que o declínio da biodiversidade deve necessariamente prejudicar, como já prejudica, as pessoas de todo o mundo, seja direta ou indiretamente, em termos econômicos, políticos, culturais e sociais, e representa uma das maiores ameaças ambientais que o mundo hoje enfrenta, comprometendo também o futuro das novas gerações.
2. A DEGRADAÇÃO DA BIODIVERSIDADE E SUAS CONSEQUÊNCIAS
O declínio contemporâneo da biodiversidade mundial, um fenômeno que envolve a extinção ou significativa redução populacional de inúmeras espécies selvagens, bem como a destruição de ecossistemas em larga escala, em anos recentes tem sido especialmente dramático na longa história da degradação ambiental causada pelo homem.
Os efeitos danosos da ação humana sobre a vida natural são antigos. Começaram a surgir na pré-história, se aprofundaram a partir da consolidação das civilizações e continuam a se fazer notar com impacto crescente, em particular desde fins do século XIX, quando a industrialização se intensificou e a população do mundo começou a se expandir exponencialmente. De fato, as causas básicas para o declínio são a explosão demográfica, impondo cada vez maior pressão sobre os ambientes, os recursos naturais, a exploração agressiva e abusiva da natureza; e modelando a civilização a um desenvolvimento caracterizado pela insustentabilidade. Isso é a origem das causas imediatas para as perdas, entre as quais está à degradação de ecossistemas, a caça e pesca predatórias, a poluição e outras perturbações, que agem interativamente potencializando seus efeitos.
Muitos programas e acordos internacionais, nacionais e regionais já foram lançados para tentar reverter esse quadro altamente preocupante, com destaque para o estabelecimento da Convenção sobre a Biodiversidade como o principal fórum internacional de debates científicos, técnicos e políticos de alto nível, mas tem sido pouco diante da gravidade do problema e que apenas em termos econômicos tem gerado prejuízos exorbitantes em escala global, que chegam à casa dos trilhões de dólares anuais. A despeito disso, das amplas e sólidas evidências científicas já acumuladas e mesmo com a considerável publicidade que o tema vem ganhando, a sociedade em geral ainda não percebeu ou não compreendeu devidamente o valor da biodiversidade, não apenas para a natureza em si, porém para toda a civilização. Se esta situação não mudar rápido, segundo advertem de modo enfático as maiores autoridades no assunto, em um período de tempo relativamente exíguo o mundo enfrentará uma crise de proporções gigantescas e nunca vistas, cujos primeiros sinais já são auto evidentes, sem garantia de que poderá ser revertida.
No entanto, segundo as avaliações disponíveis, os custos do combate ao problema, mesmo em aparência altos, são pequenos em relação aos seus benefícios no longo prazo e espera-se que o entendimento desta perspectiva possa estimular as instâncias oficiais e as comunidades em geral para que enfrente juntas mais decididamente um desafio criado pelo próprio homem e que precisa de uma abordagem objetiva, honesta, vigorosa e imediata.
Entre as principais causas da perda de biodiversidade, podemos citar:
- Destruição e diminuição dos hábitats naturais;
- Introdução de espécies exóticas e invasoras;
- Exploração excessiva de espécies animais e vegetais;
- Caça e pesca sem critérios;
- Tráfico da fauna e flora silvestres;
- Poluição do solo, água e atmosfera;
- Ampliação desordenada das fronteiras agropecuárias dentro de áreas nativas;
- Mudanças climáticas e aquecimento global.
Como consequência dessa perda as populações humanas sofrerão uma queda significativa da qualidade de vida, que refletirá diretamente em pontos como o suprimento de alimentos e manutenção da saúde, a vulnerabilidade a desastres naturais, redução e restrição do uso de energia, diminuição da oferta e distribuição irregular de água potável, aumento de doenças e epidemias, instabilidade social, política e econômica, entre outros.
3. REFERENCIAL TEÓRICO
Biodiversidade é a diversidade ou a variedade, de formas de vida no planeta. Ou seja, biodiversidade é a diversidade de espécies, genes, variedades, ecossistemas, gêneros e famílias, enfim, a variedade da natureza viva.
Na “Convenção da Diversidade Biológica” apresentada na Eco92, biodiversidade é definida como “a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e ecossistemas” (Artigo 2).
Nos documentos mais recentes da UICN (World Commission on Environment and Development), como o From strategy to action (1988), há uma primeira vinculação entre a proteção da diversidade biológica (entendida como diversidade de espécies e de ecossistemas) e a diversidade cultural. Assim como avalia que, até agora:
“o movimento conservacionista foi liderado por naturalistas, incluindo amadores e biólogos treinados. Ainda que sua contribuição tenha sido essencial, eles foram incapazes de resolver os problemas básicos da conservação porque os fatores limitantes não são de ordem ecológica, mas principalmente políticos, econômicos e sociais. As opiniões para a conservação têm que ser procuradas entre os políticos,
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