Meio Ambiente
Exames: Meio Ambiente. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: 954007594 • 19/8/2014 • 796 Palavras (4 Páginas) • 208 Visualizações
ENVELHECIMENTO POPULACIONAL: UMA REALIDADE BRASILEIRA
Luiz Roberto Ramos*
Renato P. Veras**
Alexandre Kalache***
RAMOS, L.R. et al. Envelhecimento populacional: uma realidade brasileira. Rev. Saúde públ., S. Paulo,
21: 211-24, 1987.
RESUMO: São apresentados dados mostrando que tanto as taxas de mortalidade quanto as de fecundidade estão decaindo significativamente para a população brasileira, como um todo, desde 1940 e 1960, respectivamente. Pirâmides etárias por sexo são analisadas à luz das mudanças demográficas. Enfatiza-se o fato
de que, desde 1940, é o grupo etário com 60 anos ou mais o que proporcionalmente mais cresce na população
brasileira. De 1980 ao ano 2000 eles crescerão 107%, enquanto os menores de 15 anos crescerão apenas 14%.
Comparando-se as taxas de crescimento dos idosos no Brasil e na Inglaterra, a tendência é haver um crescimento cada vez menor na Inglaterra (230% entre 1900-1960 e 80% entre 1960-2025) e um crescimento cada
vez maior no Brasil (497% e 917% respectivamente). Os dados mostram que a expectativa de vida ao nascimento no Estado de São Paulo passou de 57 anos, em 1950, para 70 anos, em 1982. Já em 1982, uma mulher
no Município de São Paulo podia aos 45 anos esperar viver mais do que uma mulher da mesma idade na
Inglaterra. Em termos de sobrevida, 77% da coorte de mulheres nascidas no Município de São Paulo, em
1982 deverão estar vivas aos 65 anos, comparado com 85% na Inglaterra. Para os homens os dados são de
62% e 75%, respectivamente. Conclui-se que o Brasil, embora ainda longe de resolver os problemas relacionados à infância, já está tendo que enfrentar as implicações sociais e de saúde decorrentes de um processo de
envelhecimento comparável àquele experimentado pelos países mais desenvolvidos.
UNITERMOS: Envelhecimento da população, tendências. Taxas de mortalidade, tendências. Taxas de
fecundidade, tendências. Expectativa de vida.
* Departamento de Medicina Prevetiva da Escola Paulista de Medicina — Rua Botucatu, 740 — 04023 — São Paulo, SP
— Brasil.
** Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IMS-UERJ) — Rua São Francisco Xavier, 524
— 20550 — Rio de Janeiro, RJ — Brasil.
*** Unit for Epidemiology of Ageing. London School of Hygiene and Tropical Medicine — Keppel Street, London, WCIE
7HT.
**** Os dados utilizados foram obtidos junto à Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE), Ministério da Saúde, Nações Unidas e Organização Mundial da Saúde, concernentes ao processo de envelhecimento da população brasileira e mundial.
INTRODUÇÃO
Os países do chamado Terceiro Mundo vêm apresentando, nas últimas décadas, um progressivo declínio nas
suas taxas de mortalidade e, mais recentemente, também
nas suas taxas de fecundidade. Esses dois fatores associados promovem a base demográfica para um envelhecimento real dessas populações, à semelhança do processo que continua ocorrendo, ainda que em escala menos acentuada, nos países desenvolvidos.
As características principais desse processo de envelhecimento experimentado pelos países do Terceiro Mundo são, de um lado, de o fato do envelhecimento populacional estar se dando sem que tenha havido uma real
melhoria das condições de vida de uma grande parcela
dessas populações, e de outro lado, a rapidez com que
esse envelhecimento está ocorrendo. Na verdade, nos paí-
ses menos desenvolvidos, o
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