Miastenia Gravis
Exames: Miastenia Gravis. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: rhana • 21/5/2014 • 883 Palavras (4 Páginas) • 395 Visualizações
Miastenia gravis, a doença da fraqueza.
Fraqueza muscular, falta de ar, cansaço excessivo, dificuldade para mastigar e engolir, visão dupla e pálpebras caídas. Essas condições tão diferentes – e muitas vezes comuns no dia a dia da maioria da população que vive sob uma intensa rotina de estresse – podem ser sinais de miastenia gravis.
Como esses sintomas não aparecem em conjunto, os primeiros indícios do surgimento dessa doença autoimune podem passar despercebidos durante anos, até o agravamento do quadro. “O diagnóstico não é tão simples de ser feito, já que os sintomas aparecem e desaparecem espontaneamente e podem até se manifestar de forma descontinuada”, explica o Dr. Marcelo Annes, neurologista do Einstein. Uma característica importante é a fraqueza com fadiga após uma atividade mais intensa e melhora após o repouso. “É uma condição que pode ser confundida com outras doenças como neuropatias, doenças musculares, esclerose lateral amiotrófica e até mesmo esclerose múltipla e acidente vascular cerebral”, afirma o Dr. Denizart Santos Neto, neurologista da Unidade Semi-Intensiva do Einstein.
A miastenia gravis é uma resposta incorreta do sistema imunológico, que cria anticorpos contra os receptores de acetilcolina, substância liberada nas junções neuromusculares, causando uma interrupção da comunicação entre nervos e músculos. A principal musculatura atingida é a estriada, presente em quase todo o corpo. A fraqueza pode acometer todo o corpo, quando é chamada de generalizada – ocorre em 80% dos casos –, ou afetar somente os músculos oculares.
Em geral, a doença tem dois picos de incidência: a primeira entre os 20 e 30 anos, quando é mais comum em mulheres, na proporção de 3 para 1; e depois dos 50 anos, quando passa a ser prevalente de forma semelhante em ambos os sexos.
O diagnóstico da miastenia gravis baseia-se em critérios clínicos, ou seja, história compatível (relatos de períodos de fraqueza), além de testes laboratoriais e resposta positiva aos medicamentos anticolinesterásicos, que, após injeção, agem nos receptores neuromusculares, prevenindo a deterioração da substância acetilcolina e levando à melhora da força. “Realizamos alguns exames, como pedir para que o paciente feche os olhos com muita força e depois tente abri-los. Em geral, a pessoa com a doença tem dificuldade em realizar esse movimento. Também há pouca tolerância ao calor, então, ao colocar uma bolsa gelada sobre os olhos, por exemplo, a fraqueza melhora”, exemplifica o Dr. Denizart. Testes mais específicos também podem ser solicitados, como um exame de sangue que pesquisa a presença de anticorpos responsáveis por essa condição.
Para afastar a possibilidade de outras doenças e definir o diagnóstico com precisão, os médicos irão analisar ainda a resposta neurofisiológica da pessoa. “Realizamos o teste da estimulação repetitiva, que faz parte da eletroneuromiografia, quando é avaliada a junção neuromuscular. Induzimos laboratorialmente a fraqueza e vamos acompanhando a resposta do corpo. Quanto mais fraqueza, mais o resultado é positivo. E quanto mais acometida a pessoa está, maior a positividade”, esclarece Dr. Denizart.
No entanto, nas formas oculares da miastenia gravis, mais da metade dos casos tem resultado negativo nesse tipo de teste. Quando isso acontece, é realizado outro exame, a eletromiografia de fibra única – método que detecta o bloqueio ou a demora na transmissão neuromuscular, feito por meio de uma agulha especial com um pequeno eletrodo na ponta –, mais sensível e específico, capaz de identificar aqueles
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