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Motivação E Interesse

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Por:   •  5/1/2015  •  4.626 Palavras (19 Páginas)  •  361 Visualizações

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Motivação e interesse no processo de aprendizagem e sua relação com os estímulos externos – Um Processo Neurológico

Autora: Sirlene Delgado

Orientador: Professor Sergio Scorsato

RESUMO

Na perspectiva de identificar a importância dos estímulos externos para o cérebro humano no processo de ensino e de aprendizagem se desenvolveu uma simplificada investigação no contato com crianças pequenas. Se identifica assim, que quanto maiores, frequentes e convidativos forem os estímulos a assimilação por meio das sinapses acontecem com maior significado, ou seja, quando existe uma materialização por meio de materiais ou propostas a absorção acontece com associações, uma vez que o interesse já foi despertado. Desta forma, as provocações e reflexões aqui apresentadas querem ser uma contribuição tanto, para os estudos neurológicos como para os processos pedagógicos, uma vez que o processo de aprendizagem acontece com o sujeito na sua completude. A referida pesquisa, também apresenta as contribuições dos estudos da neurociência para que os processos educacionais se atentem, sempre mais sobre a importância de considerar o sujeito de forma integral e busque por meio da pesquisa compreender o sujeito com as suas especificidades de desenvolvimento humano e sócio histórico biológico e neurológico.

Palavras Chaves: Interesse, estímulos, aprendizagem, neuropsicologia

INTRODUÇÃO

Na perspectiva dos estudos da neurociência, pesquisas apresentam a importância dos estímulos para o desenvolvimento do cérebro e consequentemente no processo de aprendizagem humano. Cada vez mais, o ser humano apresenta a necessidade de ser considerado e contemplado pelos diversos campos da ciência uma vez que se desenvolve, interage e aprende por meio de experiências, interações, socialização e a partir dos estímulos que recebe. Constantemente, nos deparamos com situações que permitem apreendermos certos processos ou que nos apropriemos de conhecimentos a partir de estímulos, sejam, visuais, sonoros, táticos ou por meio de algum exemplo ou espaço criativo e motivador.

Nesta perspectiva, considera-se a importância da compreensão de que os processos cognitivos são estimulados constantemente e a motivação e interesse são aspectos inerentes ao desenvolvimento humano. A curiosidade está intrinsicamente no indivíduo. Segundo Fonseca (2009, p. 65) “Aprender envolve a simultaneidade da integridade neurobiológica e a presença de um contexto social facilitador”.

Desta forma, torna-se necessário olhar para esses contextos sociais com apropriação, provocá-los e resignificá-los para que contemplem o indivíduo que o compõe e não espere que o indivíduo se “adapte” as comodidades ou aos espaços de forma passiva.

O espaço educativo denominada escola, torna-se um contexto social com grande interferência no processo de aprendizagem humano, no entanto, existe uma distância dificultadora entre a compreensão de desenvolvimento humano que a escola se apropriou no seu processo histórico e o desenvolvimento que a neurociência apresenta. Por muito tempo, e ainda atualmente em algumas concepções a ideia de desenvolvimento estava associada ao crescimento físico e a uma suposta “maturidade”, muitas vezes a escola e demais espaços educativos utilizou-se do termo, “essa criança (adolescente, jovem) não está maduro para tal ação”, Ao mesmo tempo que não houve a busca por compreender como se dá esse processo de maturação humana. É uma maturação física, psicológica, social, relacional, biológica, cerebral? O sujeito se desenvolve em partes ou existe um processo que proporciona esse desenvolvimento integral? São inquietações e provocações que a Pedagogia não dá conta de responder e precisa se alicerçar com outras ciências para poder lidar com o “misterioso” ser humano.

Segundo Fonseca (2009, p. 49)

Na criança as aquisições decorrentes da aprendizagem numa dada idade vão sendo adquiridas e integradas sequencialmente em um processo evolutivo longo desde a imaturidade , passando pela desmaturidade até atingir a maturidade neuropsicológica, processo de mudança e de desenvolvimento extremamente complexo e articulado entre as três unidades funcionais, mas obviamente contextualizado na multiplicidade e qualidade interativa dos ecossistemas sociais.

Essa distância real do conhecimento e compreensão do desenvolvimento neuropsicológico se materializa nos currículos escolares que em sua grande maioria contemplam um sujeito que seja adaptável ao que lhe é imposto e infelizmente a instituição escolar faz muito bem essa tarefa, por meio de concepções e métodos de ensino e aprendizagem, práticas avaliativas e currículos ou grades de conteúdos que no contexto atual não passam de fracassadas e opressoras.

A temática observada, pesquisada e analisada traz a situação problema da motivação e do interesse no processo de aprendizagem na intenção de investigar a influência dos estímulos externos no processo de construção, coconstrução e aquisição de conhecimento o qual denomina-se – APRENDIZAGEM a luz dos estudos da neurociência e no diálogo com as propostas pedagógicas vivenciadas pelos espaços educativos.

A pesquisa teve o foco no contexto de uma Unidade Educacional que atende crianças na faixa etária dos 04 meses aos 05 anos de idade e utilizou a metodologia da observação e registro em atividades com diferentes materiais e em diferentes espaço/tempo. A turma observada, era composta de 22 crianças, na idade de três e quatro anos e estavam sendo orientadas, estimuladas e acompanhadas pela mediação de três professoras.

O grupo analisado era composto por crianças muito curiosas e participativas e que haviam demonstrado interesse em criar novas brincadeiras a partir de materiais não estruturados, para isso, uma das primeiras ações das professoras que mediavam o projeto foi construir junto com as crianças um espaço criativo ao qual nomearam como atelier, esse espaço estava sendo alimentado frequentemente com objetos e materiais que não faziam parte do cotidiano das crianças com o objetivo de despertar o interesse e a motivação no processo de desenvolvimento e aprendizagem.

Destaca-se que a maioria dos participantes do grupo que foi observado eram crianças que apresentavam o desenvolvimento cognitivo em nível avançado uma vez que se apresentavam protagonistas das suas ações e interações. O grau de curiosidade demonstrado em todas as ações do projeto viabilizaram

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