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Musica Comtemporanea

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Por:   •  9/4/2014  •  661 Palavras (3 Páginas)  •  214 Visualizações

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Música Contemporânea

No mundo da música há o que chamamos de música para dançar, música pra ouvir, para relaxar, música pra cantar, a que traz energia, e a que transforma tristeza em alegria – como diria o poeta Ferreira Gullar. Ou seja, existe um universo quase infinito para possibilidades e intersecções entre elas.

Dentro desse universo, eu destacaria quatro tipos principais de música: A que valoriza o ritmo; aquela que busca trazer emoção, a que capta a atenção do intelecto, e aquela transcendental. Em outras palavras, a música é feita para atingir o corpo, o coração, a mente, e/ou a alma.

Raramente uma música ou um artista consegue congregar todas essas camadas em seu estilo.

Em teoria, a música instrumental, que é o principal terreno astral onde Frederico Heliodoro atua, é uma música para o intelecto, com altas doses de ritmo e suingue. Frederico é um baixista, compositor e arranjador vindo da bela Minas Gerais, filho do conhecido músico Affonsinho.

Se não bastassem suas origens, que já o credenciariam a uma boa estada neste mundo, Frederico esbanja talento com seu baixo acústico, e com suas composições que não negam sua estirpe; seu “clube da esquina”. Não nega e vai além.

Não é de se esperar que um disco de música instrumental comece com vozes. Romper padrões é um dos bons papéis do artista. Em “Dois Mundos”, Frederico Heliodoro e grupo afinam seus relógios perceptivos e fazem da música um campo de exploração natural e esponjoso, onde cada fricção entre um instrumento e outro produz novas cores, novas estrelas, planetas e constelações, que vão sendo criados no mesmo universo. Do Jazz ao rock, os limites vão se desfazendo e criando outros, mais ricos e sem saturação.

Na faixa inicial “Burian”, podemos vislumbrar o que é o disco, como se olhássemos no buraco da fechadura e víssemos suficiente luz para preencher nosso espírito.

A música inicia-se num processo que poderíamos chamar de espiral, onde a cada volta uma nova camada sonora se anuncia. A música nasce do espiritual e num crescendo vai assumindo características mundanas, mas sem perder o contato com seu nascedouro. Do coro de vozes à bela melodia do piano, vai até os ritmos eloquentes e precisos do baixo acústico, que com sua simplicidade, não esconde o sublime da criação. O rigor do instrumental está ali, nas cordas da guitarra soando suaves e no ponto, e todo o contexto brilhando nas execuções firmes da bateria e piano. E é acurada a forma como a música vai atingindo seus ápices, sem pressa, com fontes pra lá de criativas, se moldando, na direção em que a canção (podemos chamá-la assim?) vai tomando, com ares do rarefeito ao imaterial.

É como escalar o Everest. A cada camada que sobe o alpinista, as dificuldades aumentam e o terreno, efeitos do clima e altitude vão trazendo mais dificuldades para a missão. A complexidade que o caminho vai mostrando e exigindo não faz perder de vista uma intensa impressão: A de uma missão de natureza da alma.

A beleza se apreende em níveis diversos, e é no tear rigoroso e leve que os dois mundos de Frederico fazem sua junção. No auge da montanha construída e escalada por Frederico Heliodoro e grupo,

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