Na colônia correcional - Franz Kafka
Resenha: Na colônia correcional - Franz Kafka. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: 19011969 • 17/3/2014 • Resenha • 568 Palavras (3 Páginas) • 422 Visualizações
Na Colônia Penal – Franz Kafka
O conto metafórico de Kafka nos remete a reflexão sobre os regimes ditatoriais, cujo poder, em vez de distribuído na estrutura jurídica, é concentrado em pessoas.
A história ocorre em uma Colônia Penal sobre os olhos de um visitante, convidado a acompanhar o processo de torturas e execuções.
Sem poder expressar a sua opinião a respeito do que estava presenciando, o observador procurou manteve-se fora do contexto apesar de insultado e provocado pelo oficial juiz e executor.
Os interesses eram divergentes. Enquanto o observador analisava o processo para compará-lo ao usado em seu país, o oficial almejava a sua concordância, com o intuito de ganhar apoio para a manutenção do método, em razão da existência de um novo comandante na Colônia Penal que havia insinuado o desejo de alterar o antigo procedimento.
Durante uma das torturas, questionado sobre o crime praticado pelo condenado, o oficial juiz informou que o indivíduo havia dormido em serviço. Neste caso, a pena imputada, por ele, foi tortura seguida da execução.
Torturar, na Colônia Penal, quer dizer: escrever a sentença, no corpo do condenado, utilizando-se agulhas presas em uma espécie de rastelo ligado a uma máquina que se encarregava de deslizar no corpo imobilizado do sujeito.
Sem esboçar qualquer reação, o sentenciado era amarrado na sofisticada máquina, e, só depois de colocada para funcionar, a sentença era escrita, de forma cruel, no corpo desnudo, durante aproximadamente sete horas. O sangue jorrava, se misturava com água e escorria para o fosso. Depois de tatuada a sentença, a máquina concluía o procedimento executando o condenado. Não bastava condenar por banalidades, mas, torturar e executar, lentamente, de forma sádica.
Ao perceber que não teria o apoio do visitante e a discordância do novo comandante da Colônia Penal na defesa do método, o oficial juiz fez uso da geringonça que havia inventado e aperfeiçoado para o seu próprio fim. Aguardou deitado, calmo e convicto a ponta do estilete, preso no rastelo, atravessar a sua testa.
Kafka lembra metaforicamente os crimes praticados pela humanidade e antevêem, em 1914, outras atrocidades praticadas na Segunda Guerra Mundial. Induz, ainda, à reflexão que a consciência pune os indivíduos envolvidos em atos e ações desastrosas, a exemplo das praticadas no holocausto. Deixa, também, uma mensagem escrita em letras pequenas, para que todos necessitem se ajoelhar para lê-la, na lápide do antigo comandante que havia ajudado a criar o torturante procedimento: "Aqui jaz o antigo comandante. Seus adeptos, que agora não podem dizer o nome, cavaram-lhe o túmulo e assentaram a lápide. Existe uma profecia segundo a qual o comandante, depois de determinado número de anos, ressuscitará e chefiará seus adeptos para a reconquista da colônia. Acreditai e esperai!"
Esta última metáfora, escrita na lápide, remete à convicção que os crimes e as torturas voltam a acontecer e que é sempre bom lembrar a necessidade da vigilância social e política. Há sempre adeptos da tortura, do autoritarismo e a crença da reencarnação.
Informações sobre o autor - Franz Kafka nasceu em Praga a 3 de julho de 1883. Filho de um abastado comerciante judeu cresceu sob as
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