Nota de Ocorrência do Psílideo-de-Concha em eucalipto no estado de Sergipe
Por: Glaziely Tiburcio • 31/1/2016 • Pesquisas Acadêmicas • 1.096 Palavras (5 Páginas) • 337 Visualizações
Nota científica
Nota de Ocorrência do Psílideo-de-Concha em eucalipto no estado de Sergipe
¹Glaziely Santos de Oliveira, ¹Genésio Tâmara Ribeiro,² Gabriela da S. Rolim,³ Jessica dos S. Sá
Resumo-Glycaspis brimblecombei Moore (1964) é um inseto de origem Australiana, da ordem Hemiptera e família Aphalaridae, que usa como hospedeiro espécies de Eucalyptus, sendo conhecida vulgarmente como psilídeo-de-concha. Foi observado no Brasil em junho de 2003 em plantações de eucalipto no estado de São Paulo. Em Sergipe deste inseto foi observado em plantações de eucalipto de diversas localidades litorâneas do estado.
Palavras-chave: praga exótica, eucaliptocultura, monitoramento de praga, Glycaspis brimblecombei, entomologia florestal
Note Occurrence of psyllid-of-Shell in eucalyptus in the state of Sergipe
Abstract: Glycaspis brimblecombei Moore (1964) is an insect of Australian origin, the order Hemiptera and family Aphalaridae, using as host species Eucalyptus, being commonly known as psyllid-of-shell. Was observed in Brazil in June 2003 in eucalyptus plantations in the state of São Paulo. In Sergipe this insect was observed in eucalyptus plantations in several coastal villages of the state.
Keywords: exotic pest, eucalyptus, monitoring pest, Glycaspis brimblecombei, forest entomology
O eucalipto é a espécie florestal mais usada no Brasil em programas de reflorestamento, devido ao seu rápido crescimento e boa adaptação as condições edafoclimáticas da região. Sociedade Brasileira de Silvicultura (2004).Devido à falta de madeira no Brasil surgiu o cultivo do eucalipto para suprir a demanda, principalmente nas regiões sul e sudeste. (Silva, 2012). Existem cerca de 800 espécies composta no gênero Eucalyptus, são todas de origem australiana, família Myrtaceae. Possuem em suas folhas grandes quantidades de óleos essenciais não consumíveis. (Common, 1990). O gênero foi relatado em 1788, por L’Héritier de Brutelle. (Navarro, 1961). Algumas espécies do gênero Eucalyptos encontraram condições climáticas e ecológicas favoráveis para seu desenvolvimento, no Brasil são cultivadas em grande escala, cerca de 3,2 milhões de hectares de áreas reflorestadas. Tem-se verificado um aumento na entrada de pragas exóticas em espécies de eucaliptos. (Santana, 2005).
Algumas pragas tem sido observadas atacando eucaliptos, como os insetos de ordem hemíptera, família Psyllidae. Devido a grandes áreas contínuas plantadas com eucalipto, estes insetos têm encontrado facilidade para se dispersar, sendo hoje encontrados em quase todos os plantios. (Brennan et al., 2005). A família Psyllidae são comumente chamados de psilídeos. São insetos muito pequenos medindo 1mm a 5mm de comprimento, são saltadores. (HODKINSON, 1988)
Glycaspis brimblecombei Moore (1964) é um inseto de origem Australiana, família Aphalaridae, conhecido vulgarmente como sendo psílideo-de-concha, e usa como hospedeiro espécies de Eucaliptos. (BRENNAN et al., 2001; DAHLSTEN, 2003). Observado no Brasil pela primeira vez desde junho de 2003 em plantações de eucalipto no estado de São Paulo. (SANTANA et al., 2003). São pequenos, e de hábito sugador, tem preferência por brotações e folhas novas, seu ciclo de vida dura entre 26 à 57 dias variando de acordo com as condições ambientais, apresentam cinco ínstares, podendo o adulto atingir 5mm de comprimento. sua coloração varia do amarelo, amarelo claro até o amarelo esverdeado, com pequenas manchas marrons, pretas ou avermelhadas por todo ocorpo. (MOORE, 1964).
As ninfas nos primeiros ínstares são amareladas e as ninfas de último instar apresentam o abdome e os primórdios das asas de coloração escura. Quanto à biologia, a reprodução é sexuada (presença de machos e fêmeas), sendo que as fêmeas ovipositam nas folhas abertas, sendo os ovos de coloração avermelhada. (HODKINSON, 1974; DREISTADT & DAHLSTEN, 2001)
Sua manifestação pode ser facilmente reconhecida devido a presença uma concha cônica de coloração branca que serve para proteger a ninfa. Tem preferência por brotações e folhas novas (Halbert et al., 2001)
No período de janeiro à maio de 2013, foram vistoriadas plantações de eucalipto em diversas localidades litorâneas do estado de Sergipe para avaliar a presença de possíveis pragas..Estas quando encontradas coletou-se manualmente direto sobre as folhas exemplares das diferentes fases presentes que foram conduzidos ao laboratório de Pragas Agrícola e Florestal da Universidade Federal de Sergipe, para identificação e iniciar uma criação em laboratório. Dentre os insetos coletou-se ninfas, adultos e folhas com a presença da concha em sua superfície, identificados como Glycaspis brimblecombei.
Nas plantações de eucalipto monitoradas foram observados redução, enrolamento, deformação do limbo foliar e indução do aparecimento de fumagina, sintomas citados como clássicos dos danos dessa praga. Notou-se que entre o período chuvoso de abril à maio houve redução da população e no período seco de janeiro à março aumento. Esta é a primeira ocorrência do psilídeo-de-concha no Estado de Sergipe em plantações de eucalipto.
O Estudo e monitoramento dessa praga é de grande relevância, pois causam perdas consideráveis em plantações de eucalipto.
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