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O Brasil Aos Olhos De Debret

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Por:   •  23/3/2014  •  3.726 Palavras (15 Páginas)  •  474 Visualizações

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O Brasil aos Olhos de Debret

A história cultural propõe-se a escrever a história através das representações pelas quais os homens expressaram o mundo e sua sociedade. Cabe ao historiador cultural ler essas representações simbólicas como fontes construídas no passado que carregam significados e informações do contexto na qual foram criadas (ZANIN, 2007).

A representação é uma construção feita a partir do real, que carrega em si traços da realidade, mas não é necessariamente a realidade em si. Pode ser compreendida por uma imagem pictórica, ou um objeto tridimensional, que remetam a determinado ideal que se pretende representar. São maneiras pelas quais os indivíduos buscam a construção de sentido para o mundo em que vivem.

Dessa forma, analisando as imagens de Debret, é possível reconstruir o cenário do cotidiano da sociedade brasileira do Rio de Janeiro de 1816 a 1831, ou seja, uma sociedade em transformação onde se identificam negros, brancos e traços da cultura.

Quando observadas as imagens em que os negros estão presentes, observa-se a participação do negro no cotidiano da corte (figura 1), bem como seu sofrimento, relatando em muitas de

suas imagens as torturas que os negros sofriam (figura 2).

Figura 1 – Representação do negro no cotidiano da corte.

Figura 2 – Representação dos negros sendo torturados.

Debret ocupou também lugar de destaque ao desenhar os símbolos da nova nação, como a elaboração da bandeira imperial (figura 3).

Figura 3 – Bandeira Imperial do Brasil.

Debret é conhecido também como o artista que registrou a população de rua, uma gente escura, humilde, e alquebrada de um vazio olhar famélico que pode ser visto até os dias de hoje (fgura 4).

Figura 4 – Registro da população nas ruas.

Observa-se também que o artista tinha certo gosto em representar as paisagens, sendo estas litorâneas ou representações do campo (figura 5).

Figura 5 – Representação do Campo.

Em última análise, Debret traz em suas imagens o dia-a-dia dos nobres, representando-os em momentos de conversas, provavelmente sobre assuntos econômicos, ressaltando sempre o respeito pelos superiores.

Debret tenta mostrar aos leitores em especial europeus um panorama que extrapolasse a simples visão de um pais exótico e interessante apenas do ponto de vista da história natural. Mas do que isso, tentou criar uma obra histórica; mostrar em detalhes e minuciosos cuidados a formação especialmente no sentido cultural do povo e da nação brasileira, procurou resgatar particularidade do pais e do povo, na tentativa de representar e preservar o passado do povo, não se limitando apenas a questões políticas, mas também a religião cultura e costumes dos homens no Brasil.

Por estas razões, a obra de Debret é considerada grande contribuição para o Brasil, e é frequentemente analisada por historiadores como uma representação “um tanto quanto realista apesar de não ser perfeita” do cotidiano e sociedade do Brasil em especial, da vida do rio de Janeiro de meados do século XIX. (Figura 6).

Figura 6 – Representação dos nobres.

Referências Bibliográficas

ZANIN, Larrisa Fabricio. A corte portuguesa e o escravismo no Brasil sob o olhar de Debret. Universidade Federal do Espírito Santo. Mestrado em História Social das Relações Políticas. 2007. Disponível em: http://www.historia.ufes.br/sites/www.historia.ufes.br/files/Larissa_Fabr%C3%ADcio_Zanin.pdf. Acesso em: 19 de agosto de 2013.

Imagens: Obras de Debret. Disponível em: http://www.google.com.br/search?q=debret+rio+de+janeiro&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ei=7YESUpLnMbXI4AOhj4GgCA&ved=0CAcQ_AUoAQ&biw=1366&bih=683. Acesso em: 19 de agosto de 2013.

Carlota Joaquina, a Princesa do Brasil: Situações Existentes até os Dias Atuais.

O filme “Carlota Joaquina, a princesa do Brasil” (1995, Carla Carmurati) retrata o início de nossa história através de muita exploração dos colonizadores portugueses. Analisando o filme, é possível encontrar facilmente várias situações que se repetem nos dias de hoje. Abaixo, algumas destas cenas serão discutidas.

Primeiramente, a chegada às terras brasileiras, bem como a adaptação dos portugueses ao novo ambiente e dos brasileiros em relação aos hábitos dos novos moradores modificaram bastante a vida na colônia, alterando os hábitos da população e promovendo políticas arbitrárias para desalojar os habitantes em benefício dos nobres. Atualmente, observa-se o mesmo. A população, bem como o meio ambiente, se adapta as decisões impostas pelo governo. Casas são desapropriadas para construção de algum empreendimento, tribos indígenas perdem o direto de morar onde moraram por tantas gerações para que uma hidroelétrica seja construída e, além disso, o meio ambiente é destruído por bem menos.

Figura 7 – A chegada da coroa portuguesa às terras brasileiras.

Outra situação representada muito bem no filme e presente até hoje no dia-a-dia do povo brasileiro é o abuso em cima da população. Por exemplo, ainda hoje é comum vermos cenas de descriminação social e racial, sendo que as classes mais humildes e os negros continuam sendo humilhados e descriminados, mesmo com a alteração na legislação brasileira, admitindo tais situações como crime.

Figura 9 – Exploração racial.

Observa-se também que a prostituição presente naquela época, infelizmente é um problema que até hoje existe, tanto com adultos como crianças. Além disso, não é incomum vermos situações de casamentos combinados para que algumas pessoas sejam favorecidas.

Figura 8 – Prostituição.

Por último, no filme há uma ênfase bastante caricata nas condições financeiras não somente dos nobres portugueses, mas também da própria população brasileira que lucrou bastante com a mudança da Corte para o Brasil, já que esta passou a ter mais aproximação com o mundo ocidental. Hoje, as importações e exportações continuam presentes, sendo que estas nem sempre são benéficas ao pais.

Concluindo, o filme mostra a verdadeira cara do Brasil de ontem e de hoje, ou seja, os absurdos da vida brasileira, que deixa a sociedade estruturalmente injusta e incompetente, trazem muita hipocrisia, auto-engano, submissão, destruição ambiental, descriminação social e racial, exploração, violência e corrupção. Os conflitos observados ocorrem por meio das relações cotidianas, uma questão de submissão existente desde o início da história.

Figura 10 – Descriminação social.

Constituição Brasileira de 1891

Figura 11 – Juramento da Constituição 1891.

A Constituição começou a ser elaborada em 1889, sua promulgação foi em 24 de fevereiro de 1891. Esta constituição permaneceu durante toda a República Velha e teve uma alteração em 1923.

Em 1900 iniciaram-se as discussões para a criação da nova Constituição, a primeira constituição republicana que permaneceria durante a primeira república.

A promulgação da Constituição Brasileira de 1891 aconteceu em 24 de fevereiro de 1900, seus principais autores foram Prudente de Moraes e Rui Barbosa.

Inspirada na Constituição dos Estados Unidos da América, a Constituição de 1891 descentralizou-se os poderes dando autonomia aos municípios e as antigas províncias, denominadas estados, onde seus dirigentes foram denominados dirigentes de estados.

O antigo poder moderador, símbolo da Monarquia, foi abolido e criados três poderes independentes entre si o executivo, o legislativo e o judiciário.

Os principais pontos da Constituição foram:

Abolição das instituições Monárquicas;

Os senadores deixaram de ter cargos vitalícios;

Sistema de governo presidencialista;

O Presidente da República passou a ser o chefe do Poder Executivo;

As eleições passaram a ser pelo voto direto, mas continuou a ser a descoberto (não secreto);

Os mandatos tinham duração de quatro anos para o Presidente, nove anos para Senadores e três anos para Deputados Federais;

Não haveria reeleição de Presidente e vice para o mandato imediatamente seguinte, não havendo impedimentos para um posterior a esse;

Os candidatos a voto efetivo seriam escolhidos por homens maiores de 2l anos, a exceção de analfabetos, mendigos, soldados, mulheres e religiosos sujeitos ao voto de obediência;

Ao Congresso Nacional cabia o poder legislativo composto pelo senado e pela camara de deputados;

As províncias passaram a ser denominadas estados, com maior autonomia dentro da Federação;

Os estados da Federação passaram a ter suas constituições hierarquicamente organizadas em relação à Constituição Federal;

Mudança da Capital para o interior;

A Igreja Católica foi desmembrada do Estado Brasileiro, deixando de ser a religião oficial do País.

Por fim, extinguiam-se os foros de nobreza, brasões particulares, não se reconhecendo privilégios aristocráticos algum. Alguns, geralmente os mais influentes entre os republicanos, mantiveram seus títulos nobiliárquicos e brasões mesmo em plena republica como o Barão de Rio Branco, isso se deu por respeito e cortesia. Pela nova constituição, o brasileiro que aceitasse alguma titulação estrangeira que contradissesse os preceitos republicanos da carta de l891, sem autorização expressa do congresso, perderia seus direitos políticos.

Visando fundamentar juridicamente o novo regime, a primeira constituição republicana do país foi redigida à semelhança dos princípios fundamentais da carta estadunidense, embora os princípios liberais democráticos oriundos daquela Carta tivessem sido em grande parte suprimidos. Isto ocorreu porque as pressões das oligarquias latifundiárias, por meio de seus representantes, exerceram grande influencia na redação do texto desta constituição, daí surgindo o Federalismo, objetivo dos cafeicultores paulistas para aumentar a descentralização do poder e fortalecer oligarquias regionais, esvaziando o poder central, especialmente o militar. A influencia paulista, à época detentora de 5/6 do PIB, é determinante tendo ali surgido o primeiro partido republicano, formado pela Convenção de Itu. Posteriormente aliar-se-iam aos republicanos fluminenses e mineiros, e aos militares.

Referências Bibliográficas

Imagem disponível em: http://goo.gl/p5KnMR. Data de acesso: 10 de setembro de 2013.

Informações retiradas de: http:// pt.wikipedia_org/wikii/constitui%C3%A30_brasileira_de_1891. Data de acesso: 28 de agosto de 2013.

Guerra dos Canudos

Figura 12 – Guerra dos Canudos.

Marcada por vários conflitos, a queda da Monarquia e instalação da Republica foi um dos momentos que mais se destacaram na historia brasileira. Um desses conflitos foi a chamada Guerra dos Canudos (1896 – l897), um confronto entre a população de fundo sócio religioso e o Exercito da República.

O governo da Bahia, com apoio dos latifundiários, não concordavam com o fato dos habitantes de Canudos não pagarem impostos e viverem sem seguir as leis estabelecidas. Afirmavam também com Antonio Conselheiro defendia a volta da Monarquia.

A Guerra de Canudos significou a luta e resistência das populações marginalizadas do sertão nordestino no final do século XIX. Embora derrotados, mostraram que não aceitavam a situação de injustiça social que reinava na região.

Essa guerra aconteceu na comunidade de Canudos, interior da Bahia, e pode-se dizer que aconteceu por causa de vários fatores, como as graves crises econômicas e sociais em que se encontrava a região daquela época, as secas cíclicas, o desemprego e também uma onda de crença na salvação milagrosa dos cidadãos daqueles arredores, influenciados por um revolucionário chamado Antonio Conselheiro

Antonio Conselheiro nascido na vila de Quixerabobim, interior do Ceará, Conselheiro cresceu em uma família que possuía um padrão de vida mediano, mas até confortável. Durante sua infância, pode receber um, educação ampla e com o passar dos anos ele foi ganhando perspectivas maiores sobre o sertão e as suas contrariedades. Ao se mudar para Canudos em 1893, Antonio iniciou uma pregação religiosa que defendia o Cristianismo primitivo.

Em geral Antonio defendia que os homens deveria se livrar das injustiças e opressões das quais eram impostos a aturar, buscando sempre a superação dos problemas de acordo com os valores da religião cristã.

O conflito contou com quatro expedições militares, sendo as três primeiras tentativas das tropas do governo derrotadas pelo arraial de Canudos. Os povos do sertão estavam armados e resistiram com grande força ao combate dos militares, porém na quarta tentativa as tropas do governo incendiaram o arraial, degolaram prisioneiros e mataram grande parte da população mais precisamente a sua maioria unanime.

Referências Bibliográficas

Imagem disponível em: http://guerradecanudos.blogspot.com.br/2008/10/segunda-expedio.html. Data de acesso: 10 de setembro de 2013.

Informações retiradas de: http:// www.estudopratico.com.br. Data de acesso: 28 de agosto de 2013.

A Era Vargas

Figura 13 – Getúlio Vargas.

Getúlio Vargas assumiu o poder em 1930, após comandar a Revolução de 1930, que derrubou o governo de Washington Luis. Seus quinze anos de governo seguintes caracterizam-se pelo nacionalismo e populismo. Sob seu governo foi promulgada a Constituição de 1934. Fecha o Congresso Nacional em 1937, instala o Estado Novo e passa a governar com poderes ditatoriais. Sua forma de governo passa a ser centralizadora e controladora. Criou o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) para controlar e censurar manifestações contrárias ao seu governo. Perseguiu opositores políticos, principalmente partidários do comunismo.

Vargas criou a Justiça do Trabalho (1939), instituiu o salário mínimo, a Consolidação das Leis do Trabalho, também conhecida por CLT. Os direitos trabalhistas também são frutos de seu governo: carteira profissional, semana de trabalho de 48 horas e as férias remuneradas.

Getúlio Vargas investiu muito na área de infra-estrutura, criando a Companhia Siderúrgica Nacional (1940), a Vale do Rio Doce (1942), e a Hidrelétrica do Vale do São Francisco (1945). Em 1938, criou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Saiu do governo em 1945, após um golpe militar.

Segundo Mandato

Em 1950, Vargas voltou ao poder através de eleições democráticas. Neste governo continuou com uma política nacionalista. Criou a campanha do “Petróleo é Nosso” que resultaria na criação da Petrobrás.

Em agosto de 1954, Getúlio Vargas suicidou-se no Palácio do Catete com um tiro no peito.

Embora tenha sido um ditador e governado com medidas controladoras e populistas, Vargas foi um presidente marcado pelo investimento no Brasil.

Carreira Política de Getúlio Vargas:

• 1909: eleito Deputado Estadual no Rio Grande do Sul

• 1913: reeleito Deputado Estadual (renunciou no mesmo ano)

• 1917: retornou a Assembléia Legislativa

• 1919 e 1921: reeleito Deputado Estadual

• 1924 a 1926: Deputado Federal

• 1926 a 1927: Ministro da Fazenda

• 1928 a 1930: Governador do Rio Grande do Sul

• 1930 a 1945: Presidente do Brasil

• 1951 a 1954: Presidente do Brasil

Referências Bibliográficas

Imagem disponível em: http://goo.gl/dVPPwK. Data de acesso: 10 de setembro de 2013.

A Repressão após o Golpe de 1964

Figura 14 – 1964: Um marco de novidade da história política do Brasil.

Podemos definir a ditadura Militar como sendo o período da política brasileira em que os militares governaram o Brasil. Esta época vai de 1964 a 1985 caracterizou-se pela falta de democracia supressão de direitos constitucionais, censura, perseguição política e repressão aos que eram contra o regime militar.

A crise política se arrastava desde a renúncia de Jânio Quadros em 1961. O vice de Jânio era João Goulart, que assumiu a presidência num clima político adverso. O governo de João Goulart (1961 – 1964) foi marcado pela abertura às organizações sociais. Estudantes, organizações populares e trabalhadores ganharam espaço, causando a preocupação das classes conservadoras como, por exemplo, os empresários, banqueiros, Igreja Católica, militares e classe média.

O Golpe estabeleceu um regime alinhado politicamente aos USA e acarretou profundas modificações na organização política do país, bem como na vida econômica social. No dia 15 de Abril de 1964 Castelo Branco assume a Presidência da Republica, eleito, dias antes, por um congresso já bastante expurgado. O novo Presidente assumiu o poder prometeu a retomada do crescimento econômico e o retorno do país à “normalidade democrática”. Isto, no entanto, só acorreria 21 anos mais tarde e é por isso que 1964 representa um marco de novidade da história política do Brasil: diferentemente do que ocorreu em outras ocasiões, desta vez militares não apenas deram um golpe de Estado, como permaneceram no poder, todos os cinco presidentes militares que se sucederam desde então declararam-se herdeiros e continuadores da Revolução de 1964.

O regime militar durou até 1985, quando Tancredo Neves foi eleito, indiretamente, o primeiro presidente civil desde 1964.

Referências Bibliográficas

Imagem disponível em: http://ditaduramilitarbrasil.blogspot.com.br/2011/08/processo-de-abertura-politica.html. Data de acesso: 10 de setembro de 2013.

O Processo de Abertura Política

Figura 15 – Processo de Abertura Política após a ditadura.

Após muitos anos de ditadura militar no Brasil, marcados pela censura institucionalizada e pela forte repressão têm-se inicio um processo de abertura política em sentido da redemocratização no país. A pressão feita aos militares ao longo dos últimos anos na década de 1970 e 1980 garantiu ao final do processo o retorno das eleições direta para presidente e o restabelecimento da democracia no país.

O processo de abertura política teve início no ano de 1974, coincidindo justamente o término do período de grande crescimento econômico. Todo desenvolvimento brasileiro era garantido através de empréstimos, mas após o período frutífero veio uma forte inflação e aumento da divida externa que deixou o país em uma situação financeira desconfortável, em decorrência da alta dos juros internacionais, do aumento do preço do petróleo e do desequilíbrio na balança orçamentária brasileira.

A crise econômica trouxe como consequência uma crise política, neste momento a população passou a ficar descontente com o regime. Como a censura e a repressão ainda eram vigentes, o povo começou a se manifestar em voz baixa contra as atitudes do governo.

Na eleição seguinte João Batista Figueiredo assume como presidente no dia 15 de março de 1979 e promete tornar o Brasil um país democrático. Efetivamente, Figueiredo foi o último general na presidência. Em seu governo toma como medida a anistia aos cassados pelo regime militar, sancionando a lei 6683 no dia 28 de agosto de 1979. Mas a lei também concedia a anistia aos militares acusados de tortura. Em continuação, aprova também o pluripartidarismo que gerou vários partidos políticos e extinguiu o MDB e a ARENA, únicos até então na ditadura.

Mas a ala mais radical dos militares continuava insatisfeita com o processo de abertura política e passam então a promover uma série de atentados entre janeiro e agosto de 1980, explodindo bombas por todo país. Embora esse tenha sido o período mais intenso, outros atentados ocorreram até o fim definitivo da ditadura.

Por conta de tudo que ocorria aos longos dos anos as eleições de 1982 estaduais e municipais, expressaram nas urnas a insatisfação do povo com os militares e apontaram a queda do regime.Em 1984 teve inicio a campanha Diretas Já, foi um dos maiores movimentos sociais do país.

Em 1985 foi eleito para presidente, ainda com voto indireto Tancredo Neves, que acabou falecendo antes de assumir o cargo. Em seu lugar assumiu José Sarney decretando o fim da ditadura.

Referências Bibliográficas

Imagem disponível em: http://ditaduramilitarbrasil.blogspot.com.br/2011/08/processo-de-abertura-politica.html. Data de acesso: 10 de setembro de 2013.

Caminhando Contra o Vento

Composta por Caetano Veloso em 1968, Alegria, Alegria é uma das grandes representantes do Tropicalismo.

O caráter antropofágico de Caetano Veloso, capaz de dirigir e recriar todas as possibilidades oferecidas pela música brasileira e estrangeira, Alegria, Alegria foi composta neste contexto. Por isso, mostra-se uma música carregada de ideologias e ideias que vão de encontro à cultura, ao regime e à ideologia vigentes.

Se, devido ao regime ditatorial, as pessoas devem andar na linha obedecendo e se submetendo a regras e metas previamente estipuladas, Caetano propõe uma caminhada “contra o vento”, ou seja, contra a ordem imposta das coisas. Além disso, “sem lenço e sem documentos” conota uma crítica à norma que proibia as pessoas de saírem às ruas sem portar documentos.

O verso “sem lenço e sem documento” corresponde à ideia do jovem desgarrado que, mais do que a canção queria criticar, homenagear ou simplesmente apresentar.

Alegria, Alegria não se caracteriza como uma canção de protesto igual a tantas outras compostas nessa época, a música de Caetano questionava as ideias e as tensões das pessoas que lutavam contra a Ditadura: enquanto o sol repartia-se “em crimes, espaçonaves e guerrilhas”, ele seguia, “sem lenço e sem documento”, “andando contra o vento.

A composição justaposta de palavras como a passagem “em caras de presidente/ em grandes beijos de amor/ em dentes, pernas, bandeira/ e bomba e Brigitte Bardot”, a música apresenta um “lugar comum” das letras de Caetano.

As palavras acabam se misturando e neutralizando seus significados – uma prática comum do Movimento Modernista. Em Alegria, Alegria, essa técnica nos remete ao espaço urbano fragmentado e aos meios de comunicação de massa. Caetano Veloso exultou a felicidade, a alegria.

Convocou uma resistência afirmativa, construtiva. O tom astral da música chama à vida e vai contra a principal prática dos adeptos da ditadura: a morte.

O compositor deixou claro o rompimento com um certo estilo de vida até então adotado e a música tornou-se a expressão do jovem, o seu descaminho como a sua forma de manifestação.

O arranjo musical da composição também pode ser analisado como uma maneira de ir contra a cultura; traz uma ideologia nova, visando à quebra dos modelos já estabelecidos.

Ideologicamente, há ruptura também no que diz respeito ao arranjo musical. Faz-se essencial, tanto para a sobrevivência histórica do movimento tropicalista como para a resistência e a opressão da ditadura.

Revolução Industrial e Urbana

Antigamente, cidades que hoje são exemplo de modernidade apresentavam um cenário bem diferente, o tráfego era de animais de carga e as margens tinham muita grama e árvores. Havia poucas residências - na verdade, palacetes. Posteriormente, passaram a circular por essas cidades bondes elétricos e muitos anos depois, o asfalto tomou conta das ruas. Era o progresso que estava chegando junto com a revolução industrial.

Figura 16 - O uso de animais como principal meio de transporte ocorreu até 1908.

Figura 17 – Bondes elétricos.

A revolução industrial aconteceu em meados do século 19, quando aconteceu o aumento do êxodo rural (migração de pessoas do campo para as cidades) motivado pela criação de empregos nas indústrias e mecanização do campo.

Figura 18 – Criação de indústrias durante a Revolução Industrial.

Como conseqüência deste grande aumento de população nas cidades, está o crescimento desordenado destas e as sucessivas mudanças nos espaços habitados, gerando assim problemas habitacionais. O número de pessoas que chegavam às cidades era elevado, e os empregos não eram suficientes. Para piorar, os migrantes não tinham qualificação para ocupar uma vaga no mercado de trabalho, desse modo, sem renda para comprar ou alugar uma casa em áreas mais centrais, a única alternativa foi ocupar áreas periféricas, geralmente de terceiros ou do governo.

Diante desta situação, foram surgindo as favelas, que designa áreas que abrigam habitações precárias desprovidas de regularização e serviços públicos (água tratada, esgoto, escolas, posto de saúde, entre outros).

Figura 19 - Morro do Pinto, 1912.

Figura 20 – Falta de saneamento básico nas favelas.

A composição das favelas difere de acordo com as regiões. Em razão do quadro de pobreza inserido nesses espaços urbanos, as favelas entram na rota do crime, como tráfico de drogas e gangues, entre outras modalidades ilegais.

Por ocupar áreas impróprias e pela fragilidade dos barracos, esses são frequentemente atingidos por deslizamentos de terra, terremotos, tempestades, incêndios, enchentes, entre outros.

Figura 21 – Enchente em favela da zona leste de São Paulo em dezembro de 2009.

Referências Bibliográficas

Figura 16 - Disponível em: http://www.museudantu.org.br/SaoPaulo/bondeburrosp.jpg (Acesso em 03/09/2013).

Figura 17– Disponível em: http://www.estacoesferroviarias.com.br/bondes_sp/bondessp.htm (Acesso em 03/09/2013).

Figura 18 –

Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Industrial (Acesso em 03/09/2013).

Figura 19 -

Disponível em:

http://rioonwatch.org.br/?p=2973 Morro do Pinto, 1912 (Acesso em 03/09/2013).

Figura 20 Disponível em: http://noticias.uol.com.br/meio-ambiente/album/2012/06/05/temas-principais-da-rio20.htm (Acesso em 03/09/2013).

Figura 21 – Disponíevel em: http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL1399190-5605,00.html (Acesso em 03/09/2013).

Revolução Industrial e Urbana – Quadro Comparativo.

São Paulo nas décadas de 50 à 80 São Paulo atualmente

Trânsito

Fonte: http://goo.gl/KVaqGd (Acesso em 03/09/2013).

Trânsito

Fonte: http://goo.gl/vusxaD (Acesso em 03/09/2013).

Favela

Fonte: http://goo.gl/k07GTW (Acesso em 03/09/2013).

Favela

Fonte: http://goo.gl/0y2Xhg (Acesso em 03/09/2013).

Avenida Paulista

Fonte: http://goo.gl/XnJz8q (Acesso em 03/09/2013).

Avenida Paulista

Fonte: http://goo.gl/rMhuyg (Acesso em 03/09/2013).

Protestos

Fonte: http://goo.gl/kOdAFK (Acesso em 03/09/2013).

Protestos

Fonte: http://goo.gl/4ceMSM (Acesso em 03/09/2013).

Problemas ambientais: Rio Tietê

Fonte: http://goo.gl/jiQ10l (Acesso em 03/09/2013).

Problemas ambientais: Rio Tietê

Fonte: http://goo.gl/CZKjxR (Acesso em 03/09/2013).

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