O Ludico Como Instrumento Mediador
Artigos Científicos: O Ludico Como Instrumento Mediador. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: ma12ri45 • 25/10/2014 • 3.450 Palavras (14 Páginas) • 529 Visualizações
O LÚDICO COMO INSTRUMENTO MEDIADOR DA APRENDIZAGEM
Maria Socorro de Souza Batista
Orientadora: Elaine Angelica de M. S. Valadão
RESUMO
O ser humano, em todas as fases de sua vida, esta sempre descobrindo e aprendendo coisas novas, por meio do contato com seus semelhantes e do domínio sobre o meio em que vive. A escola é um lugar de todos, ali se encontra a diversidade humana. O ser humano nasceu para aprender, para descobrir e apropriar-se de todos os conhecimentos, mas sabemos que não existe uma única forma dessa aprendizagem acontecer. O que se tem observado é que a escola tornou-se palco de embate entre aluno, professor e conhecimento, como se não fizessem parte do mesmo processo. Historicamente, aprender não tem sido gostoso. Este trabalho se propõe a discutir a ludicidade como recurso pedagógico potencialmente mediador entre o sujeito cognoscente (o aluno) e o objeto cognoscível (o conhecimento), partindo-se do princípio que se aprende muito mais rápido e se retém por muito mais tempo o objeto apreendido se isso ocorrer de forma recreativa, divertida. Fundamentaremos nossas reflexões sobre o papel do lúdico como recurso mediador da aprendizagem dos educandos a partir dos pressupostos teóricos de autores que tiveram o mérito de expandir a rede de sentidos em cada uma das perspectivas aqui confrontadas, possibilitando-nos compreender que além de proporcionar prazer e diversão, a mediação lúdica torna-se um desafio, provocando o pensamento reflexivo da criança
PALAVRAS-CHAVES: Atividades Lúdicas. Mediação. Recreação. Significado.
1. INTRODUÇÃO
O que se pode ver hoje em relação à questão da educação formal, é que garantir escolarização às nossas crianças não requer muito esforço, nem muita vontade política, basta para isso construir escolas, contratar professores e está armado o cenário, para o processo educativo. O acesso ao conhecimento escolar de forma plena é possibilitado apenas a uma minoria pertencente à classe de renda mais alta. A dualidade entre essas realidades distintas visa garantir a permanência do poder dominador sobre o dominado. A oportunidade do conhecimento (saber) oferecido às diferentes classes sociais é diferenciada, principalmente no que tange a condições estruturais, metodologias e recursos didático-pedagógicos.
O processo educativo parece conspirar para com as crianças de baixa renda, que desde a Educação Infantil, levam desvantagem quanto ao direito à educação de qualidade. O sistema educacional, refém do sistema político vigente, mostra-se utilitário, significativo para uma camada da população, mas ignora as crianças de baixa renda, freqüentadoras de escolas públicas, inadequadas quanto a questão curricular, sem objetivos definidos, portadora de mecanismos antipedagógicos, autoritários que não raras vezes vitimam as crianças já vitimadas pela pobreza de suas famílias, através da reprovação que provoca evasão e consequentemente a marginalização social.
A escola não pode se colocar contra quem mais necessita de seu fazer pedagógico, por isso é um espaço que merece atenção dos pais e educadores, e se impõe como lócus de crescimento de toda criança para o exercício da relação afetiva com o mundo, com as pessoas e com os objetos.
O presente artigo propõe uma discussão no sentido de pensar uma escola diferente das constituídas em nosso meio, buscando principalmente torná-la um lugar de alegria, de prazer, de brincadeira e de aprendizagem. Nesta perspectiva, a atividade lúdica como elemento mediador entre os partícipes do processo ensino-aprendizagem pode permitir que as relações estabelecidas entre os vértices da sala de aula: aluno, professor e conhecimento proporcionem experiências concretas, necessárias e indispensáveis às abstrações e operações cognitivas de nossas crianças.
O uso diversificado de recursos didáticos pode propiciar uma aproximação entre esses elementos que são a essência do fazer pedagógico e, acreditamos serem as atividades lúdicas um recurso indispensável na sala de aula. Pensando educação lúdica distante da concepção ingênua ou passatempo, brincadeira vulgar, diversão superficial. Ela é uma ação inerente na criança, no adulto e aparece sempre como mediadora na transição das fases de desenvolvimento da criança como alicerce fomentador da educação e de construção do conhecimento, pois permite que se redefina elaboração constante do pensamento individual em permutação com o pensamento coletivo (ALMEIDA, 2004).
As discussões sobre o processo mediador da ludicidade que serão feitas ao longo do trabalho estão diretamente relacionadas ao processo de aprender de qualquer criança, evidenciando que o lúdico é uma atividade que desperta o interesse infantil e juvenil, pois aprendem brincando envolvidas com o meio em que vivem.
2. A Educação como um processo formativo mediador entre o homem e o conhecimento
Considerando a educação a mola mestra da vida humana, o professor é a peça chave desse processo, devendo ser assim dotado de conhecimento, pois sabemos que quanto maior e mais rico for o seu conhecimento e o seu compromisso com a causa dos educandos, maiores serão as possibilidades de desempenhar um bom trabalho.
Um trabalho significativo numa instituição de ensino é segundo Libâneo (2008) sempre precedido do trabalho do professor. Não significa com isso que toda a responsabilidade, caso ocorra o insucesso do aluno será do professor, pois sabemos que as crianças já chegam à escola com uma bagagem cultural e devemos ficar atentos a isso, mas este fato não isenta o docente de estar dotado de capacidade, competência e habilidades que, são condições básicas para o enriquecimento do seu trabalho. Portanto, se faz necessário que o “novo” profissional esteja preparado para desenvolver em seus alunos a sede do saber.
Esta necessidade de atualização do professor se impõe devido as mudanças rápidas ocasionadas pela pós modernidade, tornando-se indispensável uma educação critica que esteja ancorada por um processo sistêmico que envolva todas as dimensões da vida do aluno, concebendo a família, a sociedade como espaços educativos
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