O Memorial de Formação
Por: iuricanet • 25/5/2016 • Trabalho acadêmico • 433 Palavras (2 Páginas) • 829 Visualizações
Memorial de formação
Em meados de 1972, o país passava-se por uma série de conflitos, meus pais que são naturais de Irecê sertão da Bahia, onde com muitas lutas, trabalhos escravos dificuldades até para alimentar-se, decidiram buscar uma nova vida em outro lugar, pois as condições que os mesmos tinham ali já não davam mais para continuar, fome, miséria, trabalho escravo.
Saíram sem destino em transporte precário como o pau-de-arara, cujo caminho final foi Capinópolis no interior de Minas Gerais onde se diziam que o estado estava precisando de mão de obra, pois imperava ali o plantio de algodão, soja, milho, e o serviço braçal era necessário.
Muitos os lugares foram percorrido e desse modo os filhos iam nascendo, os filhos mais velhos iam ajudando os mais novos.
Na parte da educação nem se falava, pois minha mãe relatava que um dia ela pediu para o seu pai deixar ela pelo menos aprender a ler, então o seu pai a respondeu que estudar aprender a ler e escrever era mordomia para os ricos, pois estudar não ia não encher a barriga de ninguém.
Meu pai optou a ir para o estado de São Paulo com seus irmãos, onde crescia aceleradamente, e oferecia muita mão de obra na área da construção, assim, ele deixou a matriarca com seus filhos e foi rumo a São Paulo, para lá trabalhar e mandar mais recursos para a família.
Minha mãe por sua vez ficou, pois já não aguentava mais tantas mudanças de lá para cá, com seus filhos ainda pequenos, então resolveu ficar em Capinópolis, foi trabalhar na lavoura de algodão junto com os seus filhos para pelo menos o de comer e o aluguel daquela pequena casa de “taipa” que muitas chuvas varriam o pouco que ainda se tinha.
As meninas mais velhas cuidava da casa, comida, roupas de mamãe e dos meninos que iam trabalhar na roça, mas acabavam sofrendo com os dizeres dos irmãos mais velhos, pois quando chegasse tudo tinha que estar pronto e o jantar na mesa á esperam de todos, se não fizesse apanhávamos.
Minha mãe já pensou diferente dos seus pais, pois, ela sempre incentivou que fossemos para a escola estudar mesmo sabendo que se não fossemos para a lavoura a despesa ficaria sobrecarregada.
Mesmo assim mamãe dizia que um dia gostaria de ter o prazer de ver seus filhos formados, então em uma família de sete filhos somente duas concluíram o c urso superior, mas os outros cinco filhos concluíram o ensino médio.
Contudo, vários preconceitos foram quebrados ao longo do caminho, e um dos motivos foi o exemplo e a luta de nossa mãe.
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