O QUE É PEDAGOGIA

ubarão

12/04/2010

REFERÊNCIA: GHIRALDELLI JÚNIOR, Paulo. O que é pedagogia. 3.ed.rev e atual. São Paulo: Brasiliense, 1966.

RESUMO

A pedagogia muitas vezes é considerada sinônimo da educação, mas para entendermos melhor, o primeiro passo é rever a epistemologia da palavra. A pedagogia literalmente falando ela tem o significado de “condução da criança”, pois era na Grécia, na idade antiga, aonde os escravos conduziam as crianças aos locais de estudos, como notamos a pedagogia está ligada ao ato de condução ao saber, e de fato até hoje, a pedagogia tem a preocupação com os meios e maneiras de como levar a criança ao conhecimento; de como ensinar? O que ensinar? E também quando ensinar, e para quem ensinar. E a educação segundo Freire vem do latim EDUCARE e significa “extrair de dentro de si”, em decorrência disso, o alvo da aprendizagem está em proporcionar

condições para que o indivíduo extraia o conhecimento de si próprio.

A PEDAGOGIA MODERNA É UMA PEDAGOGIA BURGUESA

As pedagogias que temos hoje são todos frutos do mundo moderno, ou seja, do mundo burguês. Na pedagogia moderna tivemos vários pensadores, um dos primeiros protagonistas da pedagogia moderna foi Martinho Lutero, Lutero desejava mais escolas e uma nova pedagogia, pois para ele era uma vergonha um jovem ter de estudar vinte anos ou mais, somente para aprender uma algaravia de mau latim, então tornar-se padre para dizer missa.

Comênio: Também fez parte da pedagogia moderna e foi o responsável pela aprofundação no âmbito pedagógico e os desejos da burguesia emergente. Comênio procurou moldar as atividades educativas espelhando-se na racionalidade, na eficiência e no utilitarismo do nascente sistema de produção burguês.

Rousseau: Acreditava que o homem era naturalmente bom, mas que a sociedade o corrompia. Rousseau defendia uma pedagogia que procurava levar às ultimas conseqüências o direito à liberdade. Que as pessoas não deveriam aprender com outras pessoas e sim educar-se somente com suas próprias descobertas.

Herbart: Considerava que não havia sentido falar de educação sem falar de instrução (que seria Pedagogia). A aquisição da cultura era por si só, educativa. A educação era vista, em seu

sistema, como um processo em que a “humanidade se educava a si mesma através das idéias que produzia”. Portanto a pedagogia de Herbart previa a necessidade de oferecer aos estudantes, de modo concentrado, todas as culturas das gerações passadas. O importante para ele era que, através da aprendizagem da matemática, das ciências físicas e dos clássicos da literatura, pudesse o processo pedagógico forjar uma elite sábia, competente para comandar as massas.

O século XIX foi o período de instalações de grandes redes de ensino publico, pois a burguesia pressionada pela classe trabalhadora viasse na obrigação de sair das promessas e efetivamente construir escolas, e assim as grandes redes de ensino cresceram em consonância com a disseminação da pedagogia de Herbart. A pedagogia de Herbart trazia resultados positivos, tanto que praticamente extinguiu o analfabetismo. Porém, uma vez as classes populares instruídas, melhoravam qualitativamente suas formas de luta. Começando assim a lutar pela redução de trabalho, o que iria lhes possibilitar mais tempo de lazer e de estudo, e assim assustavam a burguesia. A burguesia notou que eram precisas modificações para estancar esse processo, e sem duvidas alguma dessas modificações passavam pela pedagogia. Surgiu assim a nova pedagogia ou movimento da escola nova.

De um modo geral essas

novas escolas defendiam a bandeira dos métodos de ensino ativo, de liberdade e autonomia do aluno, do ensino baseado em jogo e trabalho lúdico, dos trabalhos manuais do respeito à iniciativa do aluno. Os expoentes da pedagogia nova foram:

John Dewey: A pedagogia de Dewey centra-se nos alunos eles que devem não só formular o problema, como também resolvê-lo, Dewey privilegia o processo de aprendizagem, e valoriza a dinâmica de grupo.

Lênin: A preocupação de Lênin não se desenvolvia no sentido de defender a “educação tradicional” tratava-se sim em não deixar que os chamados “métodos novos” enfraquecessem o processo de escolarização, interrompendo a formação de uma geração, justamente a geração responsável pela construção do socialismo. Lênin era contra a pedagogia nova, e defendia a valorização daquilo que a “velha escola tinha de bom”. Lênin isistia que só poderia ser comunista aquele que tivesse enriquecido a memória com o conhecimento de todas as riquezas que a humanidade havia elaborado.

PEDAGOGIA E PRATICA DOCENTE NO BRASIL

As escolas no Brasil apresentam-se apenas como refeitórios mal cuidados; os salários dos professores são tão baixos que nos parece impossível acreditar na possibilidade de algum ensino eficaz no Brasil. Todavia é possível garantir que mesmo com essas condições existe sim uma

pedagogia, na certa é uma pedagogia tão misturada que nem o professor consegue explicar ou definir. A pedagogia dominante no Brasil é a pedagogia moderna, que se substanciam nas pedagogias tradicional, nova e tecnicista.

Pedagogia tradicional: Para essa pedagogia a escola é um ambiente que prepara o aluno para a vida, também está preocupada com as obras literárias, cientificas e artísticas. Ela centra o ensino na atividade do professor, que é através da aula expositiva que os modelos poderão ser apresentados aos alunos. O processo educativo é os meios didáticos, manuais, filmes, slides.

Pedagogia nova: Não deve preparar o aluno para a vida, mas deve ser ela própria uma imitação da vida. Está voltada para os conteúdos científicos e literários, mais importante é a maneira que o aluno vai aprender o conteúdo. Considera também que o aluno é o centro do processo educativo e que o professor não ensina e sim ajuda.

Pedagogia tecnicista: Entende a escola apenas como uma organização capaz de produzir elementos adaptáveis ao mercado de trabalho. Não está interessada nem nos modelos nem na aprendizagem do processo de apreensão, e sim na possibilidade de fornecer aos alunos informações objetivas e rápidas para o seu bom desempenho no trabalho.

As pedagogias não- dominantes, o contrario das pedagogias burguesas possuem