O Rio São Francisco em Disputa

O Rio São Francisco em disputa

        No V festival de cinema realizado pela UFAL e a secretaria da cultura, entre outro agregados mais especificamente nessa terça-feira, dia 3 de novembro, foram apresentados os filmes: "Conversando com o rio", "Pesca artesanal", "Cultivo comunitário da ostra". Filmes extremamente regionais e cheio de conteúdo, que tinham como objetivo mostrar a revitalização do rio São francisco, o dia-dia dos pescadores e suas dificuldades, e cultivo comunitário de ostra, respectivamente.
        A princípio a pergunta que o filme nos indus a pensar é: Como pode um povo sem tanto acesso a escolas, sem um nível intelectual mínimo nem uma visão de mundo abrangente ter tanta consciência âmbiental, mais até do que tantas pessoas que tem acesso a tudo isso? Outra pergunta é: Quem é o verdadeiro dono do Rio São francisco? Os filmes mostram a dura realidade encarada pelo povo que depende diretamente do rio (pescadores artesanais)  e a concorrência corvade da pesca industrial.
        Em ambos os filmes podemos observar o descaso das autoridades públicas perante as questões ambientais, provocando impactos diretos à natureza e há quem de fato depende dela para sobreviver. As questões politico-econômicas se mostram mais fortes do que a sobrevivência do ser humano, infelizmente. Quem mais sofre com isso são as pessoas mais frágeis perante a sociedade que nesse caso é o pescador e toda população que vive ás margens do Rio São francisco.
        O povo que vive ás margens do São Francisco sofre pela constante mudança de endereço, impostas pelas autoridades que dizem estar tomando esse tipo de atitude em prol da revitalização do rio, e o que se percebe é que esse povo que depende diretamente do rio tem muita consciência ambiental, o rio é intitulado como um bem imaterial e todos compartilham dos frutos oferecidos por ele, sem exageros e sem conflitos, todos sabem o limite do rio e respeitam esse limite sem ao menos perceber, esse povo nos dar uma lição de moral e cuida do rio São Francisco  como se fosse uma pessoa da família, eles sim sabem o necessário para a revitalização do rio, como ninguém.
        Ghandi dizia: "Sou afavor da produção pelas massas e não da produção em massa, produção em massa escravisa o homem, acaba com os recursos naturais, e só privilegia a poucos". No filme "Pesca artezanal" isso fica bem claro, os pescadores artesanais tendo que concorrer com a concorrência desleal da pesca industrial, enquanto um pescador artesanal pesca com 300metros de rede de malha espaçada, a pesca industrial utiliza 4 quilômetros de rede de malha fina, provocando destruição de toda a cadeia ambiental e impossobilitando a renovação das espécies. Nesse caso a globalização é vista de forma negativa, uma vez que o mercado consumidor mundial tem interesse nos frutos do mar oferecidos pelo rio, e a tecnologia pesente na pesca industrial abaca provocando um desequilíbrio ambiental e social muito forte.

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