O Urbanismo Moderno: Planos Urbanisticos Propostos
Ensaios: O Urbanismo Moderno: Planos Urbanisticos Propostos. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: LucianoGaspar • 15/3/2015 • 5.339 Palavras (22 Páginas) • 526 Visualizações
Rio de janeiro, 21 de Junho de 2013
“O Urbanismo Moderno: Planos Urbanisticos Propostos”
Universidade Estácio de Sá – Arquitetura e Urbanismo
Teoria e História do Urbanismo - Professora: Denise Vogel
Aluno: Igor Gaspar
Introdução: Os planos urbanísticos no século XIX como solução aos problemas urbanos
A revolução industrial:
Com a Revolução Industrial, nos séculos XVIII e XIX, e a criação de fábricas em cidades, a população de muitas cidades européias e americanas começaram a aumentar rapidamente, recebendo milhares de pessoas vindas dos campos, abandonando trabalhos nas áreas rurais, para trabalhar na indústria. Isto fez com que cidades da época ficassem superlotadas, sujas e barulhentas. Muitas pessoas viviam em bairros que possuíam péssimas condições sanitárias, na qual famílias inteiras viviam espremidas em casas de um ou dois cômodos, perto das fábricas.
Reformistas sociais começaram a pedir ao governo que melhorassem tais condições precárias de vida, sugerindo planos como novo zoneamento, com casas, jardins e áreas verdes. Também sugeriram a separação de zonas industriais e residenciais, cada uma em zonas separadas da cidade. Várias municipalidades e governos tomaram medidas para melhorar a qualidade de vida nas cidades, mas à medida que estas continuavam a crescer rapidamente, as poucas medidas tomadas foram insuficientes para surtir algum efeito.
Planejadores urbanos tentaram mostrar a imagem de uma cidade ideal, na Feira Mundial de Chicago, em 1893. Largas e grandes avenidas, com grandes estruturas públicas, eram dois dos muitos aspectos numa cidade ideal. A exposição marcou o início do movimento City Beautiful (Bela Cidade, em inglês), nos Estados Unidos.
A City Beautiful (Bela Cidade):
O movimento City Beautiful nasceu nas décadas de 1890 e 1900 pretendia reformar a arquitetura e o urbanismo americanos tendo como premissas o embelezamento e a grandeza monumental das cidades. O movimento não procurava a beleza por si mesma, mas sim para o bem comum, para criar virtude moral e cívica das populações urbanas. Seus defensores acreditavam que tal embelezamento poderia, assim, promover uma ordem social harmoniosa, que aumentaria a qualidade de vida.
Washington Mall.
O movimento surgiu nas grandes cidades americanas em resposta a crescimento e congestionamento das zonas habitacionais, uma conseqüência de altas taxas de natalidade, o aumento da imigração e consolidação das migrações rurais para as cidades. Durou por várias décadas, e para além dos monumentos que deixou, ele também influenciou fortemente o planejamento urbano ao longo do século 20, em especial no que diz respeito à posterior criação de projetos de conjuntos habitacionais nos Estados Unidos. Houve uma troca de influências entre o movimento City Beautiful e o movimento da ”Cidade Jardim”, o primeiro baseado nos esquemas formais clássicos e o segundo evocando a atmosfera rural.
O fazer arquitetônico do City Beautiful extraia do movimento Beaux-Arts, do início do século XIX, a ênfase na necessidade de ordem, dignidade e harmonia nos espaços urbanos, assim como pregava a monumentalidade clássica como aspecto do planejamento. Porém o idioma clássico era aplicado apenas parcialmente, no que diferia do Neoclassicismo oitocentista, como um meio de criar uniformidade e harmonia.
Exposição Colombiana. Chicago, 1893
O primeiro aporte em larga escala do City Beautiful foi a White City, como foi chamada a Exposição Colombiana, de 1893, em Chicago. O planejamento da exposição foi confiado a Daniel Burnham, que trouxe arquitetos do leste bem como o escultor Augustos Sain-Gaudens. A exposição foi responsável pela adoção do idioma monumental na arquitetura americana pelos quinze anos seguintes. A Avenida Monumento em Richmond, Virgínia, é uma expressão inicial do movimento.
Exposição Comercial de Louisiana. Saint Louis, 1904
O que havia começado com a Exposição Colombiana acelerou-se com a Exposição Comercial de Louisiana (Louisiana Purchase Exposition), em Saint Louis, de 1904, para a qual foi contratado, como arquiteto chefe, o franco-americano Emmanuel Louis Masqueray. Este arquiteto projetou o Palácio da Agricultura, o Palácio da Pesca e da Floresta, o Palácio da Horticultura e o Palácio dos Transportes, todos baseados em projetos cívicos americanos. Outro célebre arquitetos americanos que tiveram projetos na feira foram Cass Gilbert, que projetou o Saint Louis Art Museum, O palácio das Belas Artes durante a feira.
Mc Millan Plan. Washington.
L'Enfant Plan da cidade de Washington
Uma das primeiras vezes que o ideal City Beautiful foi usado com a intenção de criar ordem social por meio do embelezamento foi o Plano Mc Millan para o centro de Washington DC, como comemoração do centenário da cidade, e para complementar o projeto de Pierre Charles L’Enfant, de 1791 já então centenário também, e ainda irrealizado em alguns aspectos. Os planejadores de Washington, entre eles Burnham, Saint-Gaudens, Charles Mc Kim da Mc Kim, Mead & White e Frederick Law Olmsted visitaram muitas das grandes capitais européias com a intenção de dar a Washington a grandeza de cidades como Londres, Paris e Roma, criando um sentido de legitimação do governo, em um tempo de levante social nos Estados Unidos. O plano removeu um tecido urbano degradado, que envolvia o Capitólio, colocando em seu lugar monumentos e edifícios governamentais. Criou o National Mall e a Union Station, projetada por Burham. Foi interrompido durante a Primeira Grande Guerra (1914-18), mas depois completado com a construção, em 1922.
Edifício Municipal em Manhattan. Nova Iorque.
Após o sucesso em Washington vários planos subsequentes para o embelezamento em muitas outras cidades americanas, tais como Chicago, Cleveland, Columbus, Des Moines, Montreal, Denver, Madison basearam-se nas propostas do City Beautiful. Podemos também citar intervenções pontuais como o edifício municipal
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