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O processo de treinamento e institucionalização Serviço social como profissão em Cuba

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Por:   •  19/10/2014  •  Tese  •  852 Palavras (4 Páginas)  •  360 Visualizações

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O processo de formação e institucionalização

do Serviço Social como profissão em Cuba

The process to form the professional social worker in Cuba

and to institutionalize the profession in that country

Josiane Moraes*

ntrodução

Cuba constitui‑se uma das ilhas do Caribe localizada ao norte da América

Central com aproximadamente 11 milhões de habitantes, cuja língua

oficial é o espanhol e Havana é a capital do país. Este país, não muito

diferente dos demais da América Latina, foi descoberto em 1492 pelo

navegador Cristóvão Colombo, e por quatro séculos Cuba esteve sob o domínio da

Espanha. O Partido Revolucionário Cubano, PRC, criado em 1892 pelo poeta e

escritor José Martí, liderou as primeiras lutas pela independência e abolição da

escravatura no país. Contudo, a independência de Cuba somente ocorreu no final

de 1898, com a assinatura do Tratado de Paris entre a Espanha e os Estados Unidos

da América. Ou seja, era o fim da dominação espanhola, mas representaria o início

da dominação norte‑americana que no início de 1899 estabeleceu um governo

militar na ilha (Sanchez, 2009).

Somente em maio de 1902 foi proclamada a República de Cuba e o país foi

transformado em uma colônia americana marcada pela existência de cassinos e

cabarés e por refúgio de ricos, magnatas e mafiosos americanos. “Ao lado de gran‑

des mansões de veranistas e ricos norte‑americanos o povo cubano convivia com

a pobreza, a submissão, com mais de 30% de analfabetos, e grande parte da popu‑

lação estava à margem de serviços essenciais como moradia e saúde” (Campagnu‑

cio, 2004, p. 3). Tal realidade permaneceu em Cuba por algumas décadas, e somen‑

te em dezembro 1956 vai ocorrer a tão conhecida Revolução Cubana liderada por

Fidel Castro com o apoio de Ernesto Che Guevara e outros oitenta combatentes.

As revoltas perduraram até 1959, quando o chamado “Exército Rebelde” derrotou

as forças do ditador Fulgêncio Batista e assumiu o poder na Ilha.

Uma das primeiras medidas do novo governo foi nacionalizar as empresas

estrangeiras, inclusive as norte‑americanas. Como consequência, asrelações diplo‑

máticas com os Estados Unidos da América foram cortadas, e a partir de 1962 se

estabeleceu um embargo econômico, comercial e financeiro a Cuba, o qual perma‑

nece até hoje.

Cuba passou sessenta anos dependendo dos Estados Unidos para tudo. A economia,

a tecnologia, a indústria, a educação, a cultura, a alimentação, o fornecimento de

petróleo, a venda de açúcar [...]. Com o bloqueio total, decretado pela Organização

dos Estados Americanos [...], Cuba viveu momentos duros e só podia comprar o que

fosse absolutamente indispensável para a vida do país. Os carros foram um bom

exemplo desse comportamento: decidiu‑se sobreviver com os carros americanos que

existiam, e tentar mantê‑los inteiros até que a situação melhorasse e a frota nacional

pudesse ser substituída por outros modelos. Durante dez anos, não entrou no país um712 Serv. Soc. Soc., São Paulo, n. 108, p. 710-732, out./dez. 2011

só parafuso feito nos Estados Unidos, embora praticamente todos os carros fossem

americanos. [...] A preocupação do governo com a manutenção de altos níveis de

produtividade da cana‑de‑açúcar é óbvia: além de representar quase 50% do Produto

Nacional Bruto do país, nenhum cubano se esquece de que essa cultura foi um dos

principais fatores que permitiram que o país sobrevivesse ao bloqueio econômico

decretado em 1962. (Morais, 1976, p. 23, 24, 54)

Desde então, Cuba

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