Obra do Rio São Francisco Vantagens e Desvantagens

Obra do Rio São Francisco Vantagens e desvantagens

Visando sanar a deficiência de abastecimento hídrico através de um projeto de transferência transferência de água do rio para abastecimento de açudes e rios menores na região nordeste, buscando amenizar o problema da seca durante os longos períodos de estiagem. Se transformou em um grande projeto que devido as grandes intervenções ambientais que vão ocorrer, afetará um dos rios mais importantes da Bacia Hidrográfica brasileira tanto pela sua extensão e importância na manutenção da biodiversidade, quanto pela sua utilização em transportes e abastecimento.

O projeto de transposição teve início  em 1985, através do DNOS - – Departamento Nacional de Obras e Saneamento que foi extinto, e por ocasião desta extinção o o Ministério da Integração Nacional assumiu o controle e acompanhado por vários ministérios desde então, assim como, pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco.

Com previsão de realizar uma retirada de 26,4m³/se de água (1,4% da vazão da barragem de Sobradinho) prevendo o abastecimento de 390 municípios do Ceará, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte através das bacias de Terra Nova, Brígida Pajeú, Moxotó, Bacias do Agreste em Pernambuco, Jaguaribe, Metropolitanas no Ceará, Apodi, Piranhas-Açu no rio Grande do Norte, Paraíba e Piranhas na Paraíba.

O Eixo Norte do projeto com 400 km de extensão alimentando 4 rios, três sub-bacias do São Francisco (Brígida, Terra Nova e Pajeú) e mais dois açudes: Entre Montes e Chapéu, levará água para os sertões de Pernambuco, Paraíba, Ceará  e Rio Grande do Norte. Sendo que os dois eixos terão uma capacidade máxima de vazão de 99m³/s e 28m³/s respectivamente sendo que, trabalharão com uma vazão contínua de 16,4m³/s no eixo norte e 10m³/s no eixo leste.

O desmatamento é um dos grandes impactos, pois as obras a serem realizadas são grandes ocupando diversos hectares de terra, para que se possa prosseguir com o projeto de transposição, provocando com isso a destruição de grande parte da fauna e da flora, ocasionando um grande impacto ambiental, e consequentemente provocando a extinção várias espécies.

Outro impacto a ser considerado e a dificuldade causada em relação a migração de alguns animais entre ambientes, que até então eram bem preservados, mesmo tendo pontos de ligação entre os ambientes,  essa alternativa nem sempre é viável, ocasionando a redução da biodiversidade.

A destruição provocada pelo desmatamento, pode afetar a saúde de toda uma população pois as espécies ao terem o seu ambiente invadido elas saem de seus locais de origem e consequentemente, podem invadir as casas dos moradores da região. Aranhas, cobras e escorpiões, por exemplo, podem provocar sérios acidentes ao procurarem nova moradia.

A desertificação pode ser agravada pelo desmatamento, e os pesquisadores que realizam as análises dos impactos da Transposição do Rio São Francisco têm debatido muito essa e outras questões, uma vez que existem áreas onde esse processo está bastante avançado.

 Sendo impossível plantar espécies nativas, e isso faz com que os planos a serem realizados pelo Governo buscando minimizar os impactos ambientais fiquem inviabilizados.

 A erosão é um dos efeitos que também se encontram presentes nas áreas onde ocorre o processo da transposição de rios, devido a desertificação como ocorre no Nordeste Brasileiro

Também no processo de transposição comunidades biológicas aquáticas sofrem com a mudança ocorrida no curso dos rios e das bacias receptoras, podendo ocorrer grande alteração na composição dessas comunidades e uma diminuição do número de espécie risco decorrente da introdução de espécies exóticas também é um ponto a ser analisado.

Outro fator preocupante e a poluição, os novos canais atraem a população e indústrias, que acabam lançando dejetos na água, provocando a poluição.  l

Além desses vários impactos ambientais negativos gerados por conta da realização das obras, também a vida social de toda a população dessas áreas  sofre alterações nem sempre maneira benéficas . Portanto é fundamental que a população tome conhecimento de todas intervenções realizadas pelas obras de transposição e analisem  os seus impactos e o quais transformações vão ocorrer  em suas vidas e no meio ambiente.

A relação dos povos indígenas com as terras, florestas e águas do vale do Rio São Francisco.

Os povos indígenas têm como ameaça à demarcação de suas terras, principal bandeira de reivindicação dos indígenas, pela da transposição do São Francisco, uma das maiores obras de infraestrutura do governo federal. As duas tomadas de águas do rio, que serão levadas por dois canais no sertão adentro, estão sendo construídas em territórios que são reivindicados pelos índios Truká e Pipipan em Cabrobó e Floresta

Dentre os problemas enfrentados pelos povos indígenas podemos ressaltar os  conflitos por terras e aguas, ataques de grileiros, desmatamento, onde se ressalta que  com as obras da transposição esses problemas se agravaram.

Os povos indígenas vêm buscando de 1980 recuperar as áreas desmatadas,

A Constituição em seu art. 231 caput da Constituição Federal:

São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens."

Portanto reconhece o direito eito dos povos indígenas de viverem nas terras de seus ancestrais, mantendo assim os traços de sua cultura, e a Fundação Nacional do Índio (Funai) tem trabalhado para demarcar territórios para tribos, que constituem menos de 1 por cento da população.

Novos canais foram abertos aumentando a apreensão por parte da população da população indígena, pois as reservas esperadas não saíram do papel.

O CIMI – Conselho Indigenista Missionário preparou um relatório de mais de 60 páginas denunciando os impactos sofridos pelos povos indígenas com as obras e transposição.