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Os Problemas de Pés Diabéticos

Por:   •  9/12/2018  •  Monografia  •  4.201 Palavras (17 Páginas)  •  115 Visualizações

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  1. INTRODUÇÃO

                 Os problemas de Pés Diabéticos vêm decorrentes da patologia que o paciente desenvolveu. Cada patologia tem suas complicações, podendo ser leve, moderada ou grave.

                 As complicações crônicas do Diabetes são conhecidas por  terem as maiores taxas de morbidez e mortalidade, implicando ainda em muitas conseqüências médicas e socioeconômicas.

                Os grandes avanços da medicina permitiram que o paciente com Diabetes aumentasse sua sobrevida, e com isto, nos deparamos cada vez mais com as complicações que esta patologia trás, entre elas, o pé diabético.

                 Definimos o pé diabético como alteração clínica de base etiopatogênica neuropática e induzida por hiperglicemia, em que a coexistência de isquemia e prévio fator traumático desencadeante produzem lesões e ulcerações da pele. O pé diabético continua sendo um problema proeminente e que vem aumentando ao longo do tempo.

                As patologias que envolvem os membros inferiores dos diabéticos geram ainda repercussão de ordem social e psicológica para o paciente, acarretando em alterações em sua qualidade de vida.

                O risco de amputação na população diabética é quinze vezes maior do que na população não-diabética, sendo o Diabetes Mellitus a maior causa de amputação traumática de membros inferiores e é comumente precedida.

                A maior complicação do diabetes é a ulceração dos pés, e consome a maior porção de recursos direcionados ao tratamento da doença. Estimativas mostram que as ulcerações dos pés podem ocorrer em mais de 15% dos pacientes durante a vida.

                Apesar de não dispormos de métodos claros que identifiquem os pacientes de maior risco, o conjunto de fatores de risco deve ser conhecido, pois propicia a possibilidade de intervenção preventiva. Acredita-se que mais de 50% das amputações realizadas na população diabética possam ser prevenidas com a redução dos fatores de risco e com a melhoria dos cuidados dos pés através dos podólogos.

                Este trabalho tem como objetivo conhecer os cuidados com o pé diabético, e proporcionar segurança, aos colegas no atendimento podológico.

  1. DIABETES

                A palavra Diabetes Mellitus origina-se do grego e do latim: Diabetes (líquido que passa direto por um sifão) e Mellitus (mel). Esta expressão pode ser traduzida como “urina muito doce”, popularmente conhecida como diabetes.

                Diabetes Mellitus é um distúrbio causado pela falta absoluta ou relativa de insulina no organismo. Quando a insulina produzida pelo pâncreas torna-se insuficiente, a glicose é impedida de ser absorvida pelas células, o que provoca a elevação dos níveis sanguíneos de glicose, cuja taxa normal, em jejum, é de 70 a 110 mg por 100 ml de sangue.

                O Diabetes é um dos mais graves problemas de saúde pública, pois ao se reconhecer que a principal causa de mortalidade no mundo que são as doenças cardiovasculares, o Diabetes contribui com 40%. Pode-se considerar que como doença crônica, isoladamente, é a maior causa de morbi-mortalidade em todo o mundo (IDF - 2003).

                 No Brasil acomete aproximadamente 10% da população entre 30 e 69 anos, atingindo entre 9 a 10 milhões de pessoas, sendo infelizmente em torno de 5 a 6 milhões apenas que conhecem sua situação, portanto, praticamente a metade está sem diagnóstico.

                Entende-se então, que o Diabetes é uma disfunção causada pela falta de insulina, diminuição na produção ou ainda pela incapacidade de exercer suas funções, provocando assim, o aumento da glicemia (taxa de açúcar no sangue).

                Para melhor compreender o diabetes, precisamos conhecer a função do açúcar e da insulina em nosso organismo. O açúcar é o responsável em gerar energia para o funcionamento do organismo. A função da insulina é garantir a entrada da glicose (açúcar) nas células.

                Se uma pessoa não tem insulina, ou se sua ação está diminuída, o primeiro resultado é fácil de se imaginar: a glicose, não podendo entrar na célula e ser consumida, acumula-se no sangue (HIPERGLICEMIA). Esse excesso de glicose tem de ser eliminado e o caminho mais fácil é a urina (GLICOSÚRIA). Para sair na urina, necessita levar água consigo e isto faz a pessoa urinar mais que o normal (POLIÚRIA). Ao eliminar muita água pela urina, a pessoa se desidrata, tem sede e passa a beber água exageradamente (POLIDIPSIA).

  1. Classificação do Diabetes

Costuma-se classificar o diabetes em 2 tipos principais:

  • DIABETES TIPO I:

                 As células do pâncreas que normalmente produzem insulina foram destruídas. Quando pouca ou nenhuma insulina vem do pâncreas, o corpo não consegue absorver a glicose do sangue; as células começam a "passar fome" e o nível de glicose no sangue fica constantemente alto. A solução é injetar insulina subcutânea (embaixo da pele) para que possa ser absorvida pelo sangue. Ainda não é possível produzir uma forma de insulina que possa ser administrada oralmente já que a insulina é degradada pelo estômago, em uma forma inativa.

                 Uma vez que o distúrbio se desenvolve, não existe maneira de "reviver" as células produtoras de insulina no pâncreas.Portanto, a dieta correta e o tratamento com a insulina, ainda é necessário por toda a vida de um diabético.

  • DIABETES TIPO II:

                 O que se pode controlar com dieta, ou com esta mais comprimidos (hipoglicemiante oral). É um diabetes que ocorre mais em pessoas adultas. Embora não se saiba o que causa o Diabetes Tipo II, sabe-se que neste caso o fator hereditário tem uma importância bem maior do que no Diabetes Tipo I. Também existe uma conexão entre a obesidade e o Diabetes Tipo II; embora a obesidade não leve, necessariamente ao diabetes. O Diabetes Tipo II é um distúrbio comum, afetando 10% da população, de 30 a 69 anos.

                 Todos os diabéticos tipo II produzem a insulina quando diagnosticados e, a maioria, continuará produzindo insulina pelo resto de suas vidas, porém cerca de 25% necessitarão de insulina em seu tratamento. O principal motivo que faz com que os níveis de glicose no sangue permaneçam altos está na incapacidade das células musculares e adiposas de aproveitar toda a insulina secretada pelo pâncreas. Assim, muito pouco da glicose presente no sangue é aproveitado por estas células. Esta ação reduzida de insulina é chamada de "resistência insulínica".

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