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PAULO FREIRE ALÉM DE UM MÉTODO

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Por:   •  26/11/2013  •  612 Palavras (3 Páginas)  •  583 Visualizações

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PAULO FREIRE E ALFABETIZAÇÃO: MUITO ALÉM DE UM MÉTODO

Tese:

Identificar Paulo Freire com um método de alfabetização e até, mais especificamente, com um método de alfabetização de adultos parece-me uma incorreção e uma redução.

Objetivo:

Mas Paulo Freire criou; e criou muito além de um método: criou uma concepção de alfabetização, no quadro de uma também nova concepção de educação.

Argumentos:

1° Método no campo da educação e do ensino, sempre foi entendido como modo de proceder, como conjunto de meios para orientar a aprendizagem em direção a um certo fim como sistema que se deve seguir no ensino de um conteúdo.

2°Assim, quando se fala em método de alfabetização, profissionais ou leigos pensam em método silábico, ou em método da palavração, ou em método da setenciação, ou em método global... ou em uma associação eclética deles;

3° Paulo Freire em nota de rodapé em seu livro Educação como prática de liberdade, declara: ”... nunca nos doeu nem nos dói quando se afirmava e afirma que (...) não fomos o “inventor” do diálogo, nem do método analítico- sintético, como se alguma vez tivéssemos feito afirmação tão irresponsável.”

4°Paulo Freire inventou uma concepção de alfabetização, como meio de democratização da cultura, como oportunidade de reflexão sobre o mundo e a posição e lugar do homem.

5° Quando Paulo Freire se coloca contra as lições que falam de Evas e de uvas a homens que às vezes conhecem poucas Evas e nunca comeram uvas, está se colocando contra a distância entre Evas e uvas e a experiência existencial do alfabetizando. Se coloca contra a alfabetização considerada apenas aquisição de uma técnica mecânica de codificação/ decodificação

6°Portanto não é um novo método de alfabetização que Freire cria e sim uma nova concepção de alfabetização, que transforma o material, o objetivo, as relações sociais e até o método com que se alfabetiza.

7°Na proposta de Paulo Freire as palavras escolhidas para que haja uma alfabetização são aquelas carregadas de significado social, cultural, político, vivencial.Como por exemplo, no Rio de Janeiro: favela, comida, batuque, salário.., ou seja palavras que além de atender operações mecânicas de decomposição e recomposição, sejam não só palavras geradoras, mas temas geradores.

8° Alfabetização como promoção da ingenuidade em criticidade.

9°Uma concepção de alfabetização que transforma as relações sociais em que se alfabetiza: o alfabetizando considerado como participante de um grupo; o alfabetizador considerado como coordenador de debates; a interação entre coordenador e participantes considerada como diálogo; o contexto em que se alfabetiza considerado como Círculo de Cultura.

10° Uma concepção de alfabetização que põe o método a serviço de uma certa política e filosofia da educação.

11° Por meio de palavras geradoras como “tijolo” e “favela” a escrita se torna reflexiva e crítica, havendo um dialogo entre alfabetizador e alfabetizando, respeitando o aluno como um sujeito ativo, sendo assim, uma política e uma filosofia

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