PERMAIL DE FRAUDE

FRAUDE DA PARMALAT

O grupo italiano de alimentos Parmalat pediu concordata, depois de divulgar um buraco de 4 bilhões de euros (US$ 4,9 bilhões) em suas contas. Na época, jornais italianos diziam que o rombo poderia chegar a 10 bilhões de euros. Recentemente, foi divulgado que a dívida líquida da empresa no final de setembro de 2003 totalizou mais de 14 bilhões de euros (cerca de US$ 17,59 bilhões).

E em meio a uma dívida tão grande, os produtores de leite do mundo todo só queriam saber de uma coisa: quando receberiam o dinheiro a que têm direito. A crise afetou também os produtores brasileiroschegaram a ter parte da dívida paga em leite em pó. Mais tarde, a empresa informou que pagaria sim alguns de seus fornecedores, mas deixou de fora dessa conta o Brasil e os EUA. Segundo a empresa, ambos os países estão ajudando suas subsidiárias a "limitarem a necessidade financeira e a chegarem a acordos com os bancos locais".

Não bastasse o rombo financeiro, a PriceWaterCoopers (PWC), contratada para revisar a contabilidade da Parmalat após o início do escândalo, também descobriu que as vendas e o lucro das principais atividades da companhia foram inflados.

No meio da confusão, Calisto Tanzi, fundador e dono da multinacional foi parar na prisão e no hospital, nesta ordem. Tanzi, preso desde 27 de dezembro por fraude e malversação, foi internado no dia 22 de janeiro, após sentir formigamento em um dos braços, o que poderia ser sintoma de problemas cardíacos. Passado o susto, pelo menos em relação à sua saúde, ele voltou para a prisão San Vittore, em Milão.

Enquanto isso, no Brasil, as fábricas da Parmalat paralisavam a produção de leite, biscoitos, sucos e chás para equilibrar os estoques. Em função disso, a Nestlé e o governo brasileiro, juntamente com os produtores tentavam encontrar uma saída para aliviar a crise no País. Tanta demora e a falta de medidas concretas deram tempo para que a nova administração da multinacional criasse uma "unidade de crise" para ajudar a filial no Brasil. A Parmalat tem cerca de seis mil funcionários por aqui e oito fábricas. Ainda assim, suas receitas entre janeiro e setembro do ano passado não alcançaram US$ 435 milhões.