PROVA AV2 (DIREITO TRABALHISTA)
Artigo: PROVA AV2 (DIREITO TRABALHISTA). Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: ledabeatriz • 19/6/2014 • 638 Palavras (3 Páginas) • 694 Visualizações
VERDADE E A CIÊNCIA
“A verdade é a posse intelectual da índole das coisas. As coisas estão propostas ao
homem e a verdade apenas consiste na revisão da inteligência à forma daquelas. Quando a
inteligência expressa esta situação, dizemos que os pensamentos possuem verdade. Dito de
outra forma, a verdade é, segundo a fórmula tradicional, um acordo do pensamento com a coisa.
Todo o problema da ciência é pois o de chegar a um acordo cada vez maior com a maior
quantidade de coisas possíveis. Quais são as condições desse acordo?
1. Em primeiro lugar, alguma coisa que é prévio ao exercício da função intelectual: as
coisas, elas-mesmas, estão «pro-postas» à inteligência; isto é, as coisas têm de estar presentes
ao homem. Deixemos de lado toda a complicação ulterior. Quaisquer que sejam os meios e as
vias pelas quais o homem possa ter presentes as coisas, estas devem estar perante ele. Caso
contrário, seria absolutamente impossível começar entender. Poderíamos talvez pensar, mas
estes pensamentos puros não seriam, por si mesmos, conhecimentos verdadeiros ou falsos. A
esta patência das coisas pode dar-se, radicalmente, o nome de verdade. Assim a chamaram os
gregos: a-létheia, descoberta, patentização1. Se as coisas estivessem presentes e manifestas,
1 Pelo amor à precisão não será ocioso dizer que o sentido primário da palavra
alétheia não é o de «descoberta», «patência». Ainda que o vocábulo contém a raíz *la-dh-,
«estar oculto», com o -dh- que é sufixo de estado (lat. lateo de *la-t, Benveniste; aí rahú- o
demónio que eclipsa o sol e a lua: talvez do gr. alastós, aquele que não se esquece dos seus
sentimentos, dos seus ressentimentos, violento, etc.), a palavra alétheia tem a sua origem no
adjectivo alethés do qual é o seu abstracto. Por sua vez alethés deriva de lethós, lâthos, que
significa «esquecimento» (passagem única Teoc. 23, 24). Primitivamente alétheia
significou, pois, algo sem esquecimento; algo em que nada caiu no esquecimento, completo
(Kretschmer, Debrunner). A patência única a que alétheia alude é, simplesmente, a da
recordação. Daí que, pelo que tem de completo, alétheia viesse a significar, mais tarde, a
simples patência, a descoberta de algo, a verdade. Mas a ideia mesma de verdade tem a sua
expressão primária noutras vozes. O latim, o celta e o germânico expressam a verdade com
base na raíz *uero, cujo sentido original é difícil de precisar; encontra-se como segundo
termo de um composto, em latim se-ueros (se(d)-versus), «estrito», «sério», o que faria
supor que *uero significaria confiar alegremente; daí heorté, festa. A verdade é a
propriedade
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