TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

PSICOLOGIA relacionamentos afetivos

Tese: PSICOLOGIA relacionamentos afetivos. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  29/6/2014  •  Tese  •  1.166 Palavras (5 Páginas)  •  302 Visualizações

Página 1 de 5

maginávamos. Ele é o que é. Então, nós nos frustramos a cada vez que ele não age da maneira desejada. Isso dói. Os desencontros do dia a dia também nos machucam. Um quer dormir enquanto o outro quer ver TV. Um quer fazer amor, o outro quer dormir. E assim por diante. Essas pequenas decepções nos mostram que somos seres individuais, o que não nos torna bons ou maus, apenas reais.

No livro, você afirma que a relação afetiva é o grande espelho que reflete quem somos, nossas qualidades e defeitos. Como se dá esse jogo?

Quando os parceiros se conhecem, criam vários objetivos: desfrutar a companhia do ser amado, passar cada vez mais tempo juntos, construir uma família, compartilhar projetos. No entanto, há um objetivo que permanece, na maioria das vezes, inconsciente: que o meu companheiro facilite meu autoconhecimento. Não posso ver a mim mesmo. Para isso, preciso de um espelho. Ao longo da vida, encontramos vários pelo caminho: a família, os amigos e, sobretudo, o ser amado. Aprendemos muito quando vivenciamos uma relação amorosa, pois temos diante de nós alguém que nos vê. Assim, podemos nos conhecer e nos aprimorar.

Quando sentimos raiva, por que é mais fácil acusar a pessoa amada, responsabilizá-la por nossa insatisfação, em vez de buscar o diálogo?

Ao apontarmos o dedo para alguém, outros três dedos se voltam em nossa direção. Se determinado defeito nos incomoda em uma pessoa, é porque também o possuímos. Como não admitimos isso, é mais fácil apontá-lo fora, e não em nós mesmos. As características que não temos não nos perturbam quando aparecem no parceiro. Só nos causa aborrecimento o que revela uma parte renegada de nosso ser.

A rotina é mesmo a grande inimiga do casamento?

Há, na verdade, um monstro de sete cabeças que ameaça os relacionamentos. A primeira cabeça é a ideia de que eu não posso viver sem estar enamorado; a segunda, a competição com o par; a terceira, a falta de projetos comuns; a quarta, problemas com a família do cônjuge; a quinta, a incompatibilidade de gostos; a sexta, antagonismo nas linhas ideológicas básicas; e a sétima, a rotina. Com criatividade e desejo, é possível driblá-la. O que é melhor? Trocar o marido ou mudar o dia, o local e o horário de fazer amor?

Não saber mais onde termina o eu e onde começa o nós é inevitável numa vivência amorosa?

Essa noção vem do mito de que duas pessoas são metades que, juntas, compõem uma maravilhosa e incrível unidade. Eu, particularmente, prefiro ser inteiro e ter a meu lado alguém igualmente inteiro, para, assim, enriquecermos a vida a dois. Não podemos descuidar esse ponto e deixar de ser quem somos. Afinal, a maior riqueza de conviver é a possibilidade de abrir espaço para que ambos possam ser quem são. Muitas pessoas, infelizmente, acreditam que, para estar junto de alguém, precisam renunciar a si mesmos. Não considero que a medida do amor seja o quanto estou disposto a me sacrificar por alguém, e sim o quanto estou disposto a desenvolver minha autonomia. Não creio que a base da relação seja o quanto deixo de ser eu, e sim o quanto consigo ser eu mesmo quando estou ao lado de quem amo. A equação ideal seria: você está para mim, eu estou para você, e nós dois estamos para os outros. O problema é quando pensamos: eu estou para mim, você tem de estar para mim, e todos os outros também. No avião, vindo para cá, observei a aeromoça dar instruções para o caso de um acidente. Ela disse que deveríamos colocar a máscara de oxigênio primeiro em nós e depois na pessoa ao lado, pois só assim teríamos condições de ajudá-la. O mesmo se aplica ao amor. Não acredito que, para estar com alguém, seja necessário deixar de pensar em si mesmo.

Colocar tudo de lado para que o parceiro vire o centro de nosso universo é preocupante?

Essa é a manifestação da paixão. Fugaz, por natureza. O amor não é assim. Não há com o que se preocupar. É só uma fase. Precisamos ser complacentes com os amigos que estão vivendo esse momento de êxtase e, por isso, acabam se distanciando. É um período maravilhoso, mas não podemos ficar assim eternamente. Do contrário, não faríamos mais nada na vida, não trabalharíamos, não cultivaríamos

...

Baixar como (para membros premium)  txt (6.9 Kb)  
Continuar por mais 4 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com