Para Além Dos Muros Da Universidade: Contribuições Da Antropologia Para A Lei 10.639/03 E O Parecer 38/06 Do CNE/CEB1
Artigo: Para Além Dos Muros Da Universidade: Contribuições Da Antropologia Para A Lei 10.639/03 E O Parecer 38/06 Do CNE/CEB1. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: luizrenatolp • 8/10/2014 • 799 Palavras (4 Páginas) • 329 Visualizações
Pensar a Antropologia fora da Academia não é tarefa fácil, tornando-se um desafio
maior quando se quer pensar sua relação com a Educação. Assim, este trabalho visa explorar
contribuições que a Antropologia pode oferecer à implementação de duas normatizações que
modificam a LDB. Uma delas diz respeito ao Parecer do CNE/CEB 38/06, o qual introduz a
Sociologia no Ensino Médio e requer uma reflexão atualizada sobre a formação de licenciados
em Ciências Sociais e metodologias de ensino que dêem conta da transposição de conteúdos
para tal nível de ensino. Além disso, há a Lei 10.639/03, que torna obrigatória a temática
"História e Cultura Afro-Brasileira" como conteúdo transversal das aulas de Artes, História e
Literatura. Com isto, propomos, também, discutir o papel do conhecimento antropológico na
formação de tais professores, dado que estes devem se ocupar de temas caros à Antropologia.
Introdução
O presente trabalho visa explorar a contribuição que a Antropologia tem a oferecer
para a Educação Básica no que tange a recentes normatizações que modificam a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), impondo novos desafios às Ciências
Sociais e à Antropologia em especial, no âmbito do debate sobre Educação. Estas
normatizações se referem, primeiramente ao Parecer 38/06 do CNE/CEB, que faz retornar à
Educação Básica o ensino de Sociologia. Em segundo lugar, temos a Lei 10.639/03, a qual
institui como obrigatório o ensino de História e Cultura Afro-Brasileiras de modo transversal
das aulas de Artes, História e Literatura.
Dessa forma, o presente texto está dividido em quatro partes. Na primeira delas
buscamos traçar um histórico das relações entre Antropologia e Educação, de modo a situar o
debate aqui proposto. Na segunda parte, tratamos do modo como a Antropologia é chamada a
constar no currículo do Ensino Médio, dentro dos conteúdos da disciplina de Sociologia.
Daremos ênfase à reflexão acerca do desenvolvimento de novas metodologias de ensino que
ajudem os professores a realizarem a transposição didática de conteúdos para esse nível de
ensino. Em uma terceira parte, discutiremos o modo como a Antropologia pode contribuir
para a inserção da temática de História e Cultura Afro-Brasileira, em especial apresentando
alguns conceitos antropológicos que podem auxiliar os professores e alunos nesta temática.
Por último, realizamos uma reflexão comparativa acerca do ensino de Antropologia para os
cursos de Ciências Sociais e para os demais cursos de graduação, enfocando os modos como a
especificidade da Antropologia é construída nesses dois contextos distintos.
1. Antropologia e Educação: um diálogo a ser melhor explorado
Apesar da História da Antropologia apontar importantes antropólogos que se tornaram
referência para o estudo de questões educacionais, tais como Margaret Mead, o debate entre
Antropologia e a Educação é muito raramente explorado hoje em dia (GUSMÃO, 1997).
Poucos antropólogos dedicam sua carreira ao estudo da temática da Educação, a não ser como
um tema que tangencia seus interesses centrais, como a questão indígena (educação indígena)
e
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