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Paulo Freire

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Por:   •  24/5/2014  •  1.456 Palavras (6 Páginas)  •  350 Visualizações

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O filme, Escritores da Liberdade aborda a questão de uma aprendizagem efetivamente posta em prática em total comunhão com a vivência individual e coletiva dos educandos e as dificuldades enfrentadas por educadores que com abordagens diferentes. O nome Escritores da Liberdade sugere exatamente uma educação pautada em uma liberdade de expressão seja qual for a raça, a religião ou a cultura; assim o educando poderá elaborar suas próprias opiniões mediante um ambiente propício.O filme retrata a história real da professora recém formada Erin Gruwell, que vai atuar em uma escola pública em Long Beach,

Califórnia no ano de 1994. Tendo como sua primeira turma a sala 203, da qual

fazem parte adolescentes de origens variadas (vietnamitas, afro-americanos, latinos,

entre outros), estes por sua vez são oriundos de famílias que estão inseridas em

contextos complexos e em sua maioria fazem parte de gangues que brigam por

espaço territorial para seus grupos, sendo caracterizados pela escola como

adolescentes “problemáticos” com os quais não é possível ser realizado um bom

trabalho.

A jovem professora tem um duplo desafio que consiste primeiramente em

despertar o interesse de seus alunos para a possibilidade de mudança em suas

vidas por meio da educação; e demonstrar para os educadores daquela instituição

que mesmo em meio aos desafios não devem deixar de acreditar que mudanças são

possíveis de ser realizada mediante o estabelecimento de uma relação mais estreita

entre professor e aluno. O filme foge aos padrões hollywoodianos devido à ausência de um grande herói e de uma mocinha, de modo contrário ele ressalta o quão herói foi cada um

dos personagens (professora e alunos) enfrentando verdadeiros adversários em seu 3 dia a dia e ousando buscar a mudança para as situações que os designava o “fracasso” como a única alternativa para suas vidas. Observamos que o fato da professora Gruwell ser uma iniciante foi o motivo que levou a coordenação da escola a colocá-la para lecionar em uma turma

classificada como “fraca”. Ao apresentar seu plano de ensino de modo literalmente

empolgado, recebeu de sua coordenadora e de um professor uma descrição pronta

de seus alunos. Que são alunos que participam do projeto de integração para não ficar no reformatório, e assim, são obrigados a vir para a escola.

A professora sente o desestímulo de seus colegas e apesar disso mostrava-se entusiasmada, acreditava que era um trabalho possível. Diante de tal contexto de descrédito a professora se depara com o desafio de encontrar o melhor método para ensinar aqueles alunos, de modo a fazer valer a sua crença na educação. Mas quais os métodos a se seguir para ser um bom

professor? Como promover tamanha mudança em seus alunos? Estas são

perguntas que nunca terão respostas completas. Cada sala de aula se constitui em

um universo no qual encontramos muitos mundos. Com isso o papel do professor na sociedade tem crescido cada vez mais, de modo que a formação inicial não capacita o professor (a) para seu exercício diário em sala de aula, contanto faz-se necessário que o professor esteja constantemente buscando a formação continuada para poder intervir na realidade de seus alunos. Neste sentido Freire (1996) afirma que:

É preciso que, pelo contrário, desde os começos do processo, vá

ficando cada vez mais claro que, embora diferentes entre si, quem

forma se forma e re-forma ao formar e quem é formado forma-se e

forma ao ser formado. É neste sentido que ensinar não é transferir

conhecimento, conteúdos, nem formar é a ação pela qual um sujeito

criador dá forma, estilo ou alma a um corpo indeciso e acomodado.

[...] Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao

aprender.

O futuro é inexorável, outra tarefa se nos oferece.

(FREIRE, 1996, p. 87)

É fato que o educador (a) pode interferir de modo positivo ou negativo nas

ações de seus alunos. Apresentamos anteriormente algumas das características

necessárias para se estabelecer uma boa relação entre professor e alunos. É sabido

também que quando estes alunos vivenciam realidades adversas, lidar com eles 11 acaba sendo uma tarefa ainda mais desafiadora, visto que estes muitas vezes se

apresentam conformados à situação a que lhes é imposta.

Neste sentido Freire (1996, p. 33 - 34) estabelece alguns questionamentos:

Por que não discutir com os alunos a realidade concreta a que deva

associar a disciplina cujo conteúdo se ensina, a realidade agressiva

em que a violência é a constante e a convivência das pessoas é

muito maior com a morte do que com a vida? [...] por que não discutir

as implicações políticas e ideológicas de tal descaso dos dominantes

pelas áreas pobres da cidade? A ética de classe embutida neste

descaso?

Foi por conseguir demonstrar essa associação entre a matriz curricular e a

realidade de seus alunos que a professora conseguiu mobilizá-los em busca de

mudança efetiva, que foram visíveis por meio do comportamento deles, da forma

que passaram a interagir durante as aulas, a forma como se organizaram para

conquistar os ideais, e pelo

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