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Paulo Freire: Por Uma Educação Educadora

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Por:   •  3/4/2014  •  9.673 Palavras (39 Páginas)  •  541 Visualizações

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RESUMO

O presente artigo tem por objetivo refletir sobre a educação libertadora, Para Freire, a libertação do oprimido, tão necessária, será possível pela educação, não a educação “bancária”, em que o saber é uma doação dos que se julgam sábios, detentores do saber aos que eles julgam nada saber, que visa defender os interesses do opressor, que trata os homens como seres vazios, desfigurados, dependentes; mas a educação problematizadora é uma educação popular e verdadeiramente libertadora se constrói a partir de uma educação problematizadora, alicerçada em perguntas provocadoras de novas respostas, onde o aluno participa do conhecimento expõe suas opiniões e indaga a todo o momento, no diálogo crítico, libertador, na tomada de consciência de sua condição existencial. Para Freire, a libertação do homem oprimido, tão necessária a si e ao opressor, será possível mediante uma nova concepção de educação: a educação libertadora, aquela que vai remar na contramão da dominação. Freire propõe abandonar a educação bancária, a qual transforma os homens em vasilhas, em recipientes, a serem preenchidos pelos que julgam educar, pois acredita que essa educação defende os interesses do opressor, que trata os homens como seres vazios, desfigurados, dependentes. Ao invés disso, buscou defender uma educação dos homens por meio da conscientização, da dêsalienação e da problematização, onde são participantes ativos na sociedade participam das decisões, expõem suas opiniões e reivindicam seus direitos.

Palavras-chave: Pedagogia; Educação; Libertação.

Sumário

INTRODUÇÃO 07

2.0 Aprendizagem e Cognição 10

2.1. A Educação Como Prática da Liberdade 14

2.1.1 Sujeito Humano e Libertação 15

2.1.1.1 Pedagogia Bancária X Pedagogia do Oprimido 18

3.0 Pedagogia Crítica 23

3.1Educação Problematizadora e Educação Libertadora 25

CONSIDERAÇÕES FINAIS 30

REFERÊNCIAS 32

INTRODUÇÃO

A obra de Paulo Freire tem por base a pedagogia libertadora, tendo como eixo o homem enquanto sujeito inacabado, e ela se expressa por uma educação militante, colada aos setores populares, e pode servir de importante instrumento de emancipação do homem diante da opressão, pois, sua prática no ambiente do cotidiano escolar, de forma dinâmica e transformadora, considerando a todo instante, a realidade concreta, singular e peculiar de cada educando, e isso contraria o modelo de educação proposto pelos opressores: uma educação sem arestas, que desconsidera as diferenças entre os sujeitos, às desigualdades sociais, as características próprias de cada individuo, enfim, afirma supostamente iguais os diferentes. Desta forma ele procura contextualizar o homem nos seus aspectos históricos, políticos, econômico e social. Isso fazia com que ele enxergasse a educação fora dos muros da sala de aula tradicional, fazia com que ele percebesse o homem enquanto sujeito histórico e transformador dentro do grande ambiente global, onde se edifica a sociedade dos tempos modernos.

Vivemos em uma sociedade dividida em classes: composta por dominantes e dominados; em um neoliberalismo onde as exigências perpassam à autonomia, à crítica, à reflexão e à versatilidade. Esse tipo de sociedade exclui, por conta do capital, a maioria da população no que diz respeito ao processo de alfabetização, levando-o à marginalização. Assim, trilham-se os interesses da “sociedade dominante”, ou seja, as pessoas com um poder aquisitivo elevado, ou com uma grande influência político-econômica, infiltram seus pensamentos caracterizando-os como verdades; dogmas que devem ser seguidos. De acordo com Paulo freire a nossa postura enquanto educador deve ser consciente, pois somos intelectuais transformadores, além disso, somos formadores de opinião e, assim sendo, temos a obrigação de estimular o pensamento crítico em nossos educandos, assumindo assim uma opção política de forma coerente.

A educação tem como finalidade, promover mudanças desejáveis e relativamente permanentes nos indivíduos, e que estas venham a favorecer o desenvolvimento integral do homem e da sociedade, é importante ressaltar que a educação atinja a vida das pessoas e do conjunto em todos os âmbitos, visando à expansão dos horizontes pessoais, o desenvolvimento humano, além da observação das dimensões econômicas e o fortalecimento de uma visão mais participativa, crítica e reflexiva dos grupos nas decisões dos assuntos que lhes dizem respeito, e através da educação libertadora esse objetivos podem ser alcançados.

Paulo Freire opõe-se à Pedagogia Tradicional uma vez que ele não considera a criança como um adulto em miniatura, mas como ser portador de suas próprias especificidades. Os conteúdos não são estabelecidos de fora, nada deve ser inculcado ou imitado, nem existir em descompasso com o mundo. A tendência libertadora funciona como abertura para uma sociedade democrática, preocupando-se também com o que está fora da escola em busca da emancipação do homem. É uma perspectiva transformadora da educação onde o foco sai do conteúdo e se dirige para a relação e onde o aluno desloca-se do papel passivo e passa para o ativo.

A educação é um acontecimento pessoal, é pela educação que a cultura e a humanidade são transmitidas, conservadas e transformadas, tem tudo a ver com dever humano. A escola se faz em um espaço de participação, de compartilhamento, de disputa e de negociação de sentidos que implicam em transformações na vida pessoal de cada um dos que a freqüentam e na vida social de todos. A escola é um espaço em que produzimos, transmitimos e criamos cultura.

A educação sofre influências cada vez maiores do fator socioeconômico e do político, e é devido a esta conjuntura participativa que cresce o papel da educação em relação ao desenvolvimento como compromisso social. O desenvolvimento e a educação não podem ser vistos como idéias separadas, mas como um único conceito que se desdobra em uma cadeia de ações que se complementam. Assim o ensino deixa de ser exclusivamente da escola e o desenvolvimento se torna o

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