Politica economica
Por: MariaInesMarques • 11/6/2015 • Monografia • 919 Palavras (4 Páginas) • 265 Visualizações
- O que foi estudado e porquê?
De uma perspectiva teórica, um aumento no investimento público pode ter dois efeitos distintos no investimento privado. Por um lado, um aumento no investimento público precisa de ser financiado, o que pode implicar mais impostos ou fundos governamentais, causando um aumento das taxas de juro. Isto reduzirá a quantidade de poupança disponível para os agentes económicos investirem, assim como o retorno privado do capital. Ora, estaremos assim perante um fenómeno de crowding-out no investimento privado. Por outro lado, o investimento público pode criar condições favoráveis ao investimento privado, por exemplo, pela promoção de infraestruturas relevantes, como estradas, portos e aeroportos. Estas infraestruturas podem aumentar a produtividade do investimento privado, com um melhoramento das condições de negócio. Desta forma estamos perante um efeito crowding-in.
Por isso, no nosso relatório decidimos explorar em que situações se verificava uma situação ou outra, tentando perceber que factores influenciavam a relação de causalidade. Então abordámos as seguintes questões:
- Qual a relação entre o consumo privado e a despesa do governo?
- Quais as diferenças regionais do efeito de crowding-out?
- De que forma o investimento publico em sectores distintos têm um impacto diferente no investimento privado?
- Como foi estudada (metodologia)
1ª questão
Para analisarmos a evolução do investimento público e privado no grupo de países considerado na análise VAR anteriormente referida, actualizamos a Tabela 1 do artigo base utilizando como fonte a base de dados da AMECO. Procedemos à análise económica através da construção de gráficos para diferentes países e descrições estatísticas.
Debruçamo-nos também no trabalho desenvolvido pelos autores no artigo principal, através de uma análise Vector Auto-regressivo, utilizando dados anuais a partir de 14 países da União Europeia, além de Canadá, Japão e Estados Unidos.
Estimou-se o modelo VAR com cinco variáveis para cada país ao longo do período 1960-2005.
2ª questão
Para avaliar as diferenças regionais os efeitos de crowding-out analisamos uma estimação para oito áreas geográficas distintas: África, Ásia e Pacífico, Europa, Médio Oriente, América do Norte, América do Sul, OCDE e Países em desenvolvimento.
3ª questão
Para estudar os efeitos das diferentes componentes da despesa pública no investimento é feita uma regressão através do método OLS que utiliza como variáveis as diferentes categorias da despesa pública em relação ao PIB, sendo elas: defesa, educação, saúde, segurança social, economia e serviços, transportes e comunicação e outras despesas. São distinguidas as despesas financiadas por endividamento e por impostos.
São reportados os dados do modelo de efeito fixo para uma amostra de 39 países, sendo medido o efeito das variáveis na amostra conjunta e também discriminando os países desenvolvidos e em desenvolvimento.
Resultados
1ª questão
Analisando os resultados, podemos observar que a elasticidade do PIB em relação ao investimento privado é sempre positiva e superior a elasticidade em relação ao investimento público. O investimento público tem um efeito contracionista no PIB em cinco países (Bélgica, Irlanda, Canadá, Reino Unido e Holanda), em que se verifica um efeito crowding-out. Por outro lado, ocorreram efeitos expansionistas associados a crowding-in, em oito casos (Áustria, Alemanha, Dinamarca, Finlândia, Grécia, Portugal, Espanha e Suécia).
Verifica-se um ligeiro (quase imperceptível) aumento da média do rácio do investimento público com o PIB após a crise económica de 2008, sendo que volta a estabilizar em 2012. Já no caso do rácio do investimento privado com o PIB observa-se um aumento bem mais acentuado de 2009 até 2012, com posterior descida. Podemos então supor que ocorreu um efeito crowding-in no período depois da crise.
2ªquestão
Os resultados mostram variações substanciais entre as áreas. Apesar de os efeitos de crowding-out serem estatisticamente significativos em Africa, Europa e América do sul, a despesa pública não parece ter este tipo de efeito nas restantes áreas.
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