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Raça Canchim

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Por:   •  11/3/2014  •  1.161 Palavras (5 Páginas)  •  250 Visualizações

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RAÇA CANCHIM

A raça Canchim é fruto de um trabalho científico que visa viabilizar economicamente a obtenção de carne de melhor qualidade nas condições brasileiras. O touro Canchim, cobrindo a campo vacas aneloradas, produz novilhos precoces e cumpre a finalidade para o qual foi idealizado, destacando-se sobre todas as demais raças. Se comparado com touros de raças zebuínas, produz o mesmo número de bezerros, porém com qualidade superior, pois são mais pesados. Se comparado com os touros de raças européias, produz bezerros com o mesmo peso, porém em maior quantidade.

Os novilhos precoces, fruto do cruzamento de vacas aneloradas com touros Canchim por cobertura a pasto, poderão ser abatidos até os 18 meses se confinados após a desmama, até os 24 meses se con-finados na terminação e aos 30 meses se criados exclusivamente a pasto. O gado Zebu (Bos indicus), introduzido no Brasil no século passado, foi largamente utilizado em cruzamentos absorventes nos rebanhos de gado Crioulo no País. O gado indiano, conhecido pela sua habilidade de viver nos trópicos, adaptou-se de tal forma em nossa terra que em pouco tempo povoou grandes extensões de campos nativos, melhorando consideravelmente a pecuária de corte nacional.

Apesar de sua rusticidade, verificou-se ser o gado Zebu inferior às raças européias quanto à precocidade e rendimento de carne. Viu-se, portanto, ser necessário melhorar geneticamente a população bovina do País. A simples colocação do gado europeu (Bos taurus), altamente produtivo em regiões de clima temperado, no Brasil Central, não poderia dar bons resultados, devido à sua baixa adaptação ao ambiente tropical. Concorriam para isso, além de outros fatores, o clima, a incidência de parasitas e moléstias e as forragens de baixo valor nutritivo.

Formação da raça

A raça européia utilizada nos trabalhos de cruzamento para formação do gado Canchim foi a Charolesa. Segundo Vianna, o gado Charolês foi escolhido por se tratar de uma raça de grande rendimento e por ser a única raça européia, especializada para corte, a apresentar condições satisfatórias de adaptação às condições naturais do Brasil Central.

Em 1922, foram importados pelo Ministério da Agricultura animais da raça Charolesa e localizados na Fazenda de Criação de Urutaí, Estado de Goiás, onde permaneceram até 1936, época em que o plantel foi transferido para a Fazenda de Criação de São Carlos. Daquele plantel saíram os reprodutores da raça Charolesa utilizados nos programas de cruzamentos realizados em São Carlos.

A raça zebuína que mais contribuiu para a formação do Canchim foi a Indubrasil; contudo, foram utilizados também animais Guzerá e Nelore. Deu-se preferência aos animais Indubrasil pela facilidade de se obter um plantel numeroso e a preços razoáveis, o que teria sido difícil em se tratando de vacas das raças Gir, Nelore ou Guzerá.

Os programas de cruzamentos alternados, iniciados em 1940 pelo Dr. Antônio Teixeira Vianna, tiveram como objetivo obter, de um lado, mestiços 5/8 Charolês - 3/8 Zebu e, de outro, animais 3/8 Charolês - 5/8 Zebu, e avaliar qual o esquema mais indicado. O número total de vacas zebuínas utilizadas para produção dos animais ½ Charolês - ½ Zebu foi de 368, sendo que 292 (79,3%) eram Indubrasil, 44 (12,1%) Guzerá e 32 (8,6%) Nelore.

Todos os animais mestiços dos vários "graus de sangue" eram mantidos exclusivamente a campo, em pastos de capim-gordura (Melinis minutiflora, Pal. de Beauv), jaraguá (Hyparrhenia rufa, (Ness) Stapf.) e colonião (Panicum maximum, Jacq.) . O controle de bernes e carrapatos era feito quinzenalmente, e os animais, pesados ao nascimento e mensalmente até os 30 (fêmeas) e 48 (machos) meses de idade. As fichas zootécnicas utilizadas forneciam, entre outras, informações de "pedigree", nascimento, sexo, desenvolvimento ponderal, fertilidade e pelagem.

Os dados coletados durante vários anos de trabalho permitiram avaliar os vários graus de mestiçagem. Verificou-se, entre outras coisas, que os animais "bimestiços" 3/8 Charolês - 5/8 Zebu, provenientes do Esquema II de cruzamentos, apresentavam alta rusticidade e conformação semelhante ao Zebu, com caixa torácica reduzida, pouca precocidade e muita variação de conformação e pelagem. Por outro lado, os "bimestiços" 5/8 Charolês - 3/8 Zebu, provenientes do Esquema I de cruzamentos, apresentavam precocidade, ótima conformação para corte, resistência ao calor e a parasitas, e uniformidade de pelagem.

O Esquema I de acasalamentos, portanto, pela maior produtividade e uniformidade de seus produtos, foi o escolhido para formar a raça Canchim.

ESQUEMA I ESQUEMA II

MACHOS FÊMEAS MACHOS FÊMEAS

Charolês (Ch) Zebu (Z) Charolês (Ch) Zebu (Z)

Zebu 1/2Ch-1/2Z Charolês 1/2Ch-1/2Z

Charolês 1/4Ch-3/4Z Zebu 3/4Ch-1/4Z

5/8Ch-3/8Z 5/8Ch-3/8Z 3/8Ch-5/8Z 3/8Ch-5/8Z

5/8Ch-3/8Z 3/8Ch-5/8Z

(62,5%Ch-37,5%Z)

(CANCHIM)

Os primeiros animais "bimestiços" com o "grau de sangue" 5/8 Charolês - 3/8 Zebu, nasceram em 1953. Surgiu desta maneira um novo tipo de gado de corte para o Brasil Central, com o nome de Canchim, denominação que vem do nome de uma árvore muito comum na região onde os trabalhos de formação do gado se desenvolveram.

Tiveram participação direta na formação do rebanho Canchim (5/8 Charolês - 3/8 Zebu) da EMBRAPA/São Carlos 53 touros Charolês, 8 touros Indubrasil, 4 touros Guzerá, 127 vacas Indubrasil, 9 vacas Guzerá e 9 vacas Nelore.

Características

Há poucos anos, o padrão racial da raça foi revisto visando enquadrar cada vez mais o Canchim dentro dos principais requisitos da moderna pecuária de corte:

Precocidade no ganho de peso precocidade na ma-turidade sexual

Precocidade no acaba-mento da carcaça.

Como conseqüência também foi introduzida a obrigatoriedade

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