Relatório de Tecnologia de Fermentação
Por: ACACoutinho • 4/2/2020 • Trabalho acadêmico • 1.025 Palavras (5 Páginas) • 156 Visualizações
INTRODUÇÃO
As enzimas, em geral, são mais estáveis em baixas temperaturas, existindo poucas delas que são mais instáveis a 0-10ºC que a 20-30ºC, devido aos tipos de ligações que unem suas subunidades. Há também grande diferença entre enzimas e sua susceptibilidade ao calor.
As enzimas termoestáveis, de maneira geral, apresentam vantagens para a aplicação na indústria, visto que processos biotecnológicos conduzidos em elevadas temperaturas têm o risco de contaminação por microrganismos mesófilos, que são a maioria em um ambiente industrial, significativamente reduzido. Por outro lado, as temperaturas mais elevadas favorecem a solubilidade de substratos e produtos, e aumentam as taxas de reação por redução da viscosidade e por aumento do coeficiente de difusão dos substratos.
Durante muito tempo, o amido foi hidrolisado quimicamente, por ação de ácidos. Esse processo, no entanto, gerava subprodutos indesejáveis, como compostos coloridos ou de "flavor", além de dificultar o controle dos teores dos produtos finais. Nos últimos 30 anos, as amilases substituíram o tratamento ácido.
A α-amilase termoestável de Bacillus licheniformis ou de Bacillus stearothermophilus hidrolisa parcialmente as ligações α-1,4, liberando maltodextrinas, com redução acentuada da viscosidade.
As condições de pH e temperatura do processamento dos xaropes, por exemplo, foram definidas de modo a evitar subprodutos indesejáveis e, principalmente, levando em consideração condições ótimas de atividade e de estabilidade das enzimas.
OBJETIVOS
Determinar a termoestabilidade da enzima α-amilase, através de diferentes tratamentos com variações de temperatura e tempo.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
No experimento, submeteu-se a amostra da enzima α-amilase a quatro diferentes temperaturas, durante quatro diferentes tempos. Inicialmente, nomeou-se os tubos a serem utilizados e, em seguida, adicionou-se 0,2mL de solução de α-amilase diretamente no fundo doe cada tubo.
Os tubos contendo a enzima foram incubados em diferentes temperaturas e, por diferentes tempos. Após 10, 15, 30 e 60 minutos de tratamento térmico sob as temperaturas de 60ºC, 70ºC, 80ºC e banho em ebulição, os tubos foram retirados e resfriados, cada qual em seu tempo devido. Para melhor compreensão, tínhamos cerca de 4 tubos para cada temperatura; o primeiro tubo era retirado após 10 minutos sob tratamento térmico; o segundo, após 15 minutos sob tratamento térmico e, assim sucessivamente. Posterior ao resfriamento, adicionou-se 0,8mL de substrato de amido em tampão fosfato pH 6,0 (Previamente preparado e incubado a 60ºC, para a amostra de α-amilase de A. oryzae) e, incubou-se os tubos por exatos cinco minutos à 60ºC (α-amilase de A. oryzae). Em seguida, adicionou-se 0,5mL de HCl 0,1 M, para que ocorresse a paralisação da reação em cada tubo de ensaio.
Para o desenvolvimento da cor, adicionou-se em cada tubo 0,1mL de solução de Iodo-KI e, em seguida, completou-se o volume da solução com água destilada, totalizando um volume de 15mL.
Uma vez promovido o desenvolvimento da cor, mediu-se a absorbância e um comprimento de onda de 620nm. Os resultados obtidos para a absorbância de cada tubo de ensaio encontram-se na Tabela 1.
Tabela 1. Absorbância das amostras dos tubos testes.
Tempo de Tratamento | 60ºC | 70ºC | 80ºC | Banho em Ebulição |
10 minutos | 0,011 | 0,022 | 0,410 | 0,156 |
15 minutos | 0,021 | 0,018 | 0,459 | 0,502 |
30 minutos | 0,011 | 0,214 | 0,509 | - |
60 minutos | 0,009 | 0,477 | 0,701 | - |
Como uma unidade de atividade é dada por minuto por mL da enzima α-amilase, utilizou-se a seguinte fórmula para calcular os valores de atividade enzimática em U/mL, a partir dos dados da Tabela 1.
Unidade de Atividade = Absorbância do controle – Absorbância da amostra × diluição da amostra[pic 1]
Absorbância do controle
Com a realização dos cálculos, através da fórmula acima, obteve-se a Tabela 2, contendo as unidades de atividade em diferentes tempos e temperaturas.
Tabela 2. Unidades de Atividade.
Tempo de Tratamento | 60ºC | 70ºC | 80ºC | Banho em Ebulição |
10 minutos | 48,998 | 47,996 | 12,659 | 35,792 |
15 minutos | 48,087 | 48,361 | 8,197 | 4,280 |
30 minutos | 48,998 | 30,510 | 3,643 | - |
60 minutos | 49,180 | 6,557 | -13,843 | - |
A partir dos dados da Tabela 2, construiu-se os gráficos que relacionam a atividade enzimática e o tempo, em diferentes temperaturas.
Gráfico 1. % Atividade Enzimática × Temperatura após 10 minutos.
[pic 2]
Gráfico 2. % Atividade Enzimática × Temperatura após 15 minutos.
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