Renzo Piano - Aeroporto De Kansai

Na década de 60 começou a ser planejado o Aeroporto Internacional de Kansai, numa altura em que a região começou a perder importância em relação a Tokyo, a qual pretendiam desenvolver, já que é a principal entrada e saída do país. Quando se voltaram para Osaka, decidiram não fazer o aeroporto em terra e sim sobre o mar. Assim evitariam o possível desgaste que aconteceu com Narita, não havendo vizinhos, com isso poderia funcionar 24 horas por dia sem queixas por causa do ruído.

Ficou decidido que o aeroporto ficaria a 40km ao sudoeste do centro de Osaka e 5 km da costa, ligado por uma ponte de 3,74 km de extensão, com hierarquização para veículos e trens. A ilha artificial possui 4km de comprimento e um de largura, começou a ser construída em 1987 e foi concluída em 1990. No ano seguinte começou a ser construído o terminal, que foi inaugurado dia 4 de setembro de 1994.

Imagens das etapas de construção da Ilha artificial:

Renzo Piano imaginou que o aeroporto precisava ser não apenas a recepção de Osaka e sim de todo o Japão. Desse modo ele foi visitar o Japão para investigar, assim notou que o terminal teria que ser reconhecido pelo ar e o mesmo criar uma topografia que se relacionasse com os relevos montanhosos do país. A cobertura deveria ser ondulada para relacionar-se com as ondas do mar. As áreas de chegada e saída deveriam ser claras, sem obstrução física.

Nas palavras de Renzo Piano: “Kansai é um instrumento de precisão, filho da matemática e da tecnologia. Um forte ponto de referência, um marco e uma experiência espacial extraordinária."

Croqui do Aeroporto Internacional de Kansai:

A cobertura é formada por 82 mil painéis idênticos de aço inoxidável. Sua forma de arcos de diferentes raios também foi sugerida pela canalização do fluxo interno do ar sem a necessidade de uso dutos fechada. Defletores visíveis que assemelha-se com lâminas ou folhas guiam o ar ao longo do forro e refletem a luz externa. Assim, todos os elementos que esconderiam as estruturas foram eliminados.

Sua cobertura curvilínea, vedada por painéis de aço e laterais de vidro fazem com que ela seja um objeto de presença significativa para que m chega ao aeroporto por via aérea, onde o material da cobertura se “funde” com o material dos aviões, criando uma ligação entre eles, parecendo uma nave-mãe.

A forma da estrutura é transversal e Renzo acreditava que isso ajudaria na orientação dos passageiros.

A estrutura tem um papel importante na percepção pois ela está no mesmo sentido do terminal e mais que uma simples estrutura, ela é a síntese do projeto, através da criação da espacialidade, de ser o elemento integrado aos fechamentos do terminal, é o que aproxima o homem e a construção do terminal, não sendo um elemento ocultado na edificação.

Foto interna e externa da cobertura + cortes + maquete: