Resenha: A Filha da feiticeira
Por: Ana Carla Barbieri • 20/12/2017 • Resenha • 2.362 Palavras (10 Páginas) • 627 Visualizações
Livro – A filha da feiticeira
Paula Brackston é escritora, mestre em escrita criativa pela Universidade de Lancaster, Inglaterra, mora no País de Gales com o seu esposo e seus dois filhos, seu primeiro livro publicado no Brasil foi o livro A Filha da Feiticeira. Neste livro, uma ficção onde Paula Brackston traz a tona as experiências de vida da feiticeira Elizabeth Anne Hawksmith misturando a elas com fatos históricos reais.
O livro é contado em forma do diário desta feiticeira, ou chamado livro das sombras como são conhecidos os diários de feiticeiras.
Elizabeth, a feiticeira, começa seu novo diário quando está com 384 anos, no ano 2007, ou seja, na época atual, quando ela se muda para uma cidadezinha chamada Willow Cortage. Elizabeth se estabelece em uma pequena mas charmosa cabana em um vilarejo e vende na feira local seus preparados de ervas, tais como chás, óleos, sabonetes entre outros produtos naturais. Logo que chega nesse vilarejo, Elizabeth conhece uma adolescente aparentemente solitária, chamada Tegan, que também é nova cidade, portanto não tem amigos de sua idade, Tegam mora apenas com sua mãe que parece não se preocupar muito com a filha, que por se sentir solitária, vai todos os dias até a casa de Elizabeth tentar fazer amizade com a nova e misteriosa moradora que não aparenta ter mais que cinquenta anos. Porém Elizabeth tem receios sobre essa nova amizade. Elizabeth guarda muitos segredos em seu passado, além de ter conhecido desde muito jovem a dor que a perda de pessoas queridas pode causar.
Para que esse passado misterioso seja revelado a história de Elizabeth nos leva para o ano de 1627 e mostra Bess, como Elizabeth era chamada por sua família, uma adolescente de quinze anos de idade que vive em um sítio, junto com seus pais, John e Anne e seus dois irmãos, um jovem adolescente chamado Thomas e uma criança de cindo anos, a pequena Margaret, irmã caçula de Bess. A família que vivia confortavelmente, apesar de precisar trabalhar muito com os cuidados do campo e da criação de animais, é destruída no período da peste negra, primeiro adoece o irmão Thomas, não resiste à peste e falece, logo após a irmã Margat e por fim o pai, John. A mãe de Bess era o que se pode chamar de curandeira, ou seja, utilizava ervas consideradas curativas para criar poções para curar, ajudando assim os moradores do vilarejo.
Anne, a mãe de Bess se desespera ao ver que a única filha sobrevivente, também é acometida pela peste e procura a ajuda de um mago local, Gideon. Com a ajuda de Gideon Anne consegue curar sua filha, porém, Anne acaba sendo acusada de bruxaria e depois de julgada pelo tribunal da inquisição, morre enforcada em praça publica punição normal nesta época para este tipo de crime. Temendo também ser perseguida, por ter sido a única sobrevivente da família, o que em um período de desespero e histeria, era considerado como obra satânica, Elizabeth, a Bess, consegue abrigo na cabana do feiticeiro Gideon Masters, ele a inicia na arte da magia, tornando-a um ser eterno, Elizabeth acaba vítima da magia do feiticeiro Gideon e se imagina apaixonada por ele, mas na verdade é apenas prisioneira do feiticeiro. Quando Elizabeth consegue fugir da cabana de Gideon, ele passa a persegui-la, inicia-se assim, uma verdadeira maldição, Gideon persegue Bess através dos séculos. A perseguição atravessa momentos importantes da história humana.
Elizabeth segue errante através dos séculos, sem família nem amigos, além de ter que fugir desse feiticeiro, Gideon, já que ele a persegue com intenção de unir-se a ela e obter o poder que a magia dela pode conceder a ele.
De volta a 2007, a adolescente Tegan é insistente e Elizabeth também é uma mulher frágil e carente, irá aceitando aos poucos a nova amizade, e por isso Elizabeth sente-se a vontade de contar sua história, sem revelar que o personagem principal de suas histórias é ela mesma, Elizabeth.
Elizabeth, a feiticeira, pratica a religão Wicca, religião esta praticada na Europa ocidental que acredita no poder do sobrenatural que existe nas forças da natureza e ligado a essa crença, celebra os ciclos das estações do ano em festivais sazonais, conhecidos como Sabbaths, os quais ocorrem, normalmente, oito vezes por ano.
O livro é dividido quando ocorre no ano de 2007, os quatro Sabbaths, as festas pagãs, pois Elizabeth está se preparando para algo maior que acontecerá na festa de Samhain, um dos Sabbaths Wicca. Essa divisão também significa o motivo da narrativa contada do passado que caracteriza por meios desses fatos históricos ensinamentos tanto de magia, como também os caminhos de vida decididos por Elizabeth e todos os acontecimentos históricos que tiveram grande influência em sua vida e que servirá de ensinamentos para Tegan.
O primeiro Sabbath apresentado no livro é Imbolc, celebrado em primeiro de agosto no hemisfério sul e em primeiro de fevereiro no hemisfério norte. Este Sabbath é dedicado à Deusa Brigit, segundo o livro, senhora da poesia, da inspiração, da cura, da escrita, da metalurgia, das artes marciais e do fogo.
O significado do Sabbath tem relação tanto com o período atual quanto a sua história do passado que é contada. Após essa parte, a narrativa retorna ao presente e conduz para o próximo sabbath denominado Beltane, comemorado em primeiro de novembro no hemisfério sul e em primeiro de Maio no hemisfério norte. É o mais alegre e festivo de todos os Sabbaths. Nessa etapa Elizabeth nos mostra todos os rituais referentes a esse sabbath, e a autora sempre relaciona características desse sabbath com o momento atual tanto de Elizabeth quanto de Tegan.
Nesse período acontece uma ruptura entre Tegan e Elizabeth, já que Tegan está iniciando um relacionamento com uma pessoa, o que afasta um pouco de Elizabeth, que ao mesmo tempo estava se acostumando com a companhia de Tegan a ponto de querer passar seus ensinamentos de feitiçaria para Tegan. Mas apesar do estremecimento da relação, Elizabeth conta outra parte de sua vida, que ocorre em Londres no ano de 1888, nesse período ela usa o nome de Eliza, apesar de ter outro fato histórico, já que foi na época do assassino Jack, O Estripador em Londres. Gideon a reencontra e consegue aterroriza-la. Nesta época, Elizabeth é uma enfermeira, e se utiliza uma magia considerada boa. Eliza vive um romance com Simon (irmão de uma paciente) e sentimentos também toda a carência afetiva de Elizabeth, a falta que a família faz, a solidão de ter que ficar sozinha durantes séculos, a vontade de ter amigos, e construir uma família, ou até mesmo de um relacionamento amoroso. Elizabeth é diretamente relacionada aos crimes do Jack, O Estripador, já que as vítimas eram conhecidas de Elizabeth.
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