Resenha Critica Fraude Contábil na World Com

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

MBA EM Gestão Financeira e Controladoria

Resenha Crítica de Caso: Fraude Contábil na WorldCom

Maria do Socorro Albuquerque Xavier

Trabalho da disciplina Governança Corporativa e ética empresarial

                                                                     Tutor: Prof. ALEKSANDRE DE CASTRO

São Luís

2021

FRAUDE CONTÁBIL NA WORLDCOM

Referência:

KAPLAN,   Robert   S;   KIRON,   David,   Fraude   Contábil   na   WorldCom,   Harvard

Business School, REV: 14 de setembro de 2007.

A WorlCom  é uma empresa de telecomunicação que possuía faturamento superior a 30 bilhões, ativos de 104 bilhões e 600 mil funcionários, a qual solicitou proteção contra falência.

A empresa teve seu fluxo de caixa afetado devido faturamentos irregulares (por exemplo superfaturamento), lançamentos de pagamentos fictícios, reembolsos irregulares, troca de dinheiro por recebíveis de pouca ou nenhuma liquidez.

Depois de vim a tona os escândalos apresentados, os órgãos reguladores, os investidores, executivos de negócios, passaram a almejar que as demonstrações financeiras se tornassem cada vez mais transparentes, onde deveriam refletir a realidade econômica do negócio, dos diferentes riscos, das oportunidades relacionadas com a empresa e de apresentar estes dados de forma de fácil compreensão.

Para que isso fosse posto em prática, o Congresso Americano criou uma nova legislação afim de que as corporações passassem a apresentar suas demonstrações de forma clara e precisa, acalmando a desconfiança dos americanos.

Entre 1999 e 2002 ela superestimou seu lucro antes dos impostos em pelo menos 7 bilhões. O maior erro de cálculo da história. Deu baixa em 82 bilhões de ativos. E seu estoque avaliado em 180 bilhões tornou-se quase sem valor.

A sua origem remonta a divisão da AT&T, em 1983, onde linhas telefônicas de longa distância se tornavam acessíveis a empresas de pequenas e regionais, além de serem beneficiadas com grandes taxas de descontos.

A empresa que fornecia as linhas telefônicas teve início em suas atividades com 650 mil em capital, mas devido pouco ou até mesmo nenum conhecimento técnico pra lidar com contas de grandes empresas rapidamente adquiriu um débito de 1,5 milhões.

A empresa recorreu a Bernie Ebbers, um de seus 9 investidores, que já havia trabalhado como leiteiro, garçom, entre outros, que apesar de pouca qualificação, em pouco menos de 1 ano tornou a empresa lucrativa.

Sua estratégia era focar no crescimento interno, adquirindo empresas de longa distância com áreas de serviço geograficamente limitadas e incorporando operadoras de longa distância de terceiro nível com maior participação de mercado com o intuito de proporcionar economias de escala.

A empresa rapidamente se expandiu devido aquisições no Sul e Oeste estadunidenses e na Europa e America Latina. Era uma empresa muito promissora, porém não era tão organizada como deveria.

Não existia Governança Corporativa, cada departamento tinha suas próprias regras e estilo de gerência. Os funcionários não falavam a mesma língua, pois Ebbers considerava que criar um código de conduta corporativa era uma perda de tempo colossal.

Além disso, a empresa incentivava uma atitude sistemática que defendia que funcionários subordinados não deveriam questionar seus superiores, e sim apenas fazer o que lhes mandavam.

Segundo os autores desse artigo, muitos funcionários desconheciam a existência de um departamento de auditoria interna, e mês que tivesse, ela respondia diretamente a Sulivan, que era diretor financeiro da empresa, fazendo-os descrer que fosse uma via produtiva para  questionar transações financeiras.

Ainda segundo os autores, o objetivo da empresa era ser a ação número 1 em wall street, não importando os meios para alcançar esse resultado. Os gerentes eram incentivados a gastar tudo o que fosse necessário para obtê-lo.

Ebbers insistiu num discurso, onde dizia que ele e outros diretores poderiam perder tudo se a companhia não melhorasse seu desempenho.

Para conseguir esse desempenho, Sullivan usou dados contábeis. Suas duas principais táticas da contabilidade foram a reversão de provisionamentos, os quais ele considerava altos demais em relação aos pagamentos futuros e a capitalização das despesas, que foi considerada uma solução criativa de Sullivan, onde ele pedia que sua equipe identificasse os custo do excesso da capacidade da rede.

Ele acreditava que esses custos poderiam ser tratados como gastos de capital e não custos de operações.

Kaplan e Kiron afirmam ainda que em 1996 Betty Vinson entrou na WorldCom, aos seus 40 anos como gerente na divisão internacional da contabilidade.

Porém Vinson e Normand planejaram se demitir, após proposta de Yates, então diretor da contabilidade, de fazer uma transferência de 828 milhões de provisionamentos de custos de linhas para a Demonstração do Resultado. Ebbers pediu que repensassem, e afirmou que não seriam colocados outra vez em uma situação difícil como aquela, Sullivan lhes assegurou que não fazia nada de ilegal e que assumiria a responsabilidade por suas ações. Entretanto em abril de 2001, os dois se viram novamente numa situação difícil, desta vez Sullivan lhes pede para transferir 771 milhões de custos de linha para gastos de capital.

Vinson desacreditara do pedido, mas teve cautela em sua demissão, devido não ter outro emprego em vista.

Vinson seguia fazendo a vontade de Sullivan, mesmo indo contra os seus princípios, ela se sentia refém da situação. Finalmente, em agosto de 2021, Cynthia Cooper deu inicio a uma auditoria operacional de rotina nos gastos de capital da WorldCom.

Cooper revelou um gasto de capital de 2,3 bilhoes, onde pediu explicações, visto que em uma tabela recebida por sua equipe, indicava que esse gasto era apenas de 174 milhões em despesas.