Resenha DESIGN PARA UM MUNDO COMPLEXO
Por: gisellemachado • 10/6/2016 • Resenha • 1.589 Palavras (7 Páginas) • 1.759 Visualizações
Design para um Mundo Complexo[pic 1]
Alunas: Maria Cláudia Marques
Giselle da Silva
Design para um mundo complexo
Introdução
Na introdução Cardoso afirma que o design nasceu com o propósito de pôr ordem na bagunça do mundo industrial, pois faziam-se a fabricação em massa, sem se preocupar com a adequação dos objetos para sua função. Foi quando veio à era funcionalista.
Com a globalização os conceitos foram mudando, pois hoje vivemos na era da informação, o que antes não se preocupava, hoje é preocupação. Segundo Cardoso hoje as indústrias estão com uma produção mais flexível, buscando atender a demanda por diferenciação. Hoje pensa-se muito em design por sustentabilidade e a globalização é um grande causador dessa mudança.
Cardoso afirma que o design nasceu para configuração dos objetos. Ele critica o pensamento de Sócrates, julgando ser funcionalista quando ele diz “boa forma é aquela sugerida pela função do objeto”. Cardoso justifica dizendo que “nada pode ser belo pelo propósito para o qual é bem adaptado”.
Concordo quando ele diz que o conceito de “forma” é ambíguo, pois devemos levar em consideração alguns aspectos no qual são bem complexos que varia da percepção pelo juízo que está sujeito a transformação com o decorrer do tempo.
O autor encerra a introdução considerando os fenômenos mais marcantes da atualidade, a realização das transições muito rápidas no tempo de hoje. Sugere também que analisemos o problema antes de propor soluções, pois já é um grande avanço compreendermos a complexidade das coisas.
Capitulo 1 - Contexto, memória, identidade: O objeto situado no tempo-espaço.
Cardoso nos ensina a distinção entre objeto e artefato. Explica que como objeto devemos considerar uma montanha, arvores, em resumo fatores da natureza, já o artefato é um objeto que sofre da ação humana e é obtido por meio da fabricação. Podemos classificar os artefatos como móveis e imóveis. Aí nos perguntamos, imóveis? Sim, e nos dá como exemplo as casas e se aprofunda com propriedade na explicação do Arcos da Lapa. No qual foi construído com a função de aqueduto e hoje é visto como símbolo turístico. Menciona também as bruscas mudanças que o monumento sofreu desde a sua criação, confirmando a tese de Cardoso que as coisas se alteram com o decorrer do tempo.
O autor explica os seis fatores que ele acredita condicionar o significado do artefato. Tais como: “uso”; “entorno”; “duração”; “ponto de vista”; “discurso” e “experiência”. Enfatiza a importância de cada um e afirma que eles trabalham juntos incidindo um sobre o outro para dar significado às coisas.
Falando em Memória, identidade e design, Cardoso começa dizendo que quando se discute o significado dos artefatos, é comum recorrer a “experiência do usuário”, pois “ a maioria das experienciais que temos ao nosso dispor não é acessada a qualquer momento pelos sentidos, mais por meio da memória”.
Afirma que nossa memória é falha, pois não trata-se de um banco de informações que guardamos para retirar quando desejamos. Ele faz uma relação da memória e experiência. Cardoso cita grandes marcas que fazem questão de preservar a marca capaz de ser percebida pelo consumidor por sua tradição e com um toque moderno que chamamos esse processo de “retro”.
Capitulo 2 - A vida e a fala das formas: Significação como processo dinâmico.
O autor começa por distinguir alguns significados que são por muitos confundidos, como é o caso de função, funcionamento, funcional, operacional. Cita como exemplo marcas de relógios, que tem a mesma função, porem a aquisição dos objetos se resume por uma questão de prestígio, status, poder,luxo , pois isso que chamamos de “valor agregado”. Os objetos que adquirirmos cria uma (suposta) imagem visual e marcarmos uma “posição” na sociedade em que vivemos.
Cardoso menciona que a aparência dos objetos nunca é neutra, pois ela sempre está agregada a um significado que pode variar de individuo para individuo. Reforça também que os objetos têm a vivencia no caso de determinado objeto ter pertencido a alguém que estimamos e, por isso mesmo, termos vontade de adquiri-lo como, por exemplo, a cadeira e a sandália por serem características dos irmãos Campana.Na essência podemos chamar esse valor de “valor agregado”.
Ele também menciona a necessidade de inovar para manter uma imagem e com isso um diferencial no mercado hoje tão competitivo.
Podemos considerar que um mesmo artefato tem várias utilidades, tornando-se maleável, muito mais adequada para o mundo complexo em que vivemos.
A interpretação do uso por parte dos usuários tem impacto nas transformações significativas dos objetos. O objeto se insere e define o seu sentido, e como a materialidade, independentemente da sua forma, da sua cor ou do seu feitio, faz com que certos objetos continuem a ter o seu conceito inicial.
Umas embalagens diferenciam para se destacar das concorrentes e outras já caminham para o lado do plágio com a intenção de entrar no mercado tão competitivo.
O autor afirma que um objeto pode ter vários significados em sua existência, inclusive coisas contraditórias. Quando ele diz: “Saber compreender os artefatos é entender que eles mudam com o tempo, impelidos pela ação dos usuários e condicionados pela força do ambiente, ate os limites suportados por sua materialidade”. Ele quer dizer que as coisas mudam!
Cardoso afirma que “os objetos não morrem; sobrevivem, nem que seja como lixo ou resíduos. Ele levanta uma questão que nos últimos cinquenta anos a humanidade já produziu maior quantidade de artefatos do que em toda a história. Defende o principio da manutenção, e que os produtos não deveriam terminar no descarte, pois o que não serve para uns é luxo para outros. Que a diferença entre descarte e venda é a atribuição de valor monetário. No comercio de artigos usados, há sempre alguém que compra o que foi descartado por outro. Dá exemplos que vemos no cotidiano, como reaproveitamento de garrafas pets; embalagens de geleias que são aproveitados como copo; reciclagem de latas de alumínios entre outros. Lamenta que o pensamento cíclico ainda é pouco difundido no ensino de design e que isso é um desafio cultural que ajudaria muito na crise ambiental, pois a reversibilidade minimizaria o acumulo de lixo.
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