Resenha Embalagens
Por: Hiana Garcia • 15/6/2023 • Resenha • 1.518 Palavras (7 Páginas) • 74 Visualizações
RESENHA DE ARTIGO CIENTÍFICO: SUSTENTABILIDADE QUANTO ÀS EMBALAGENS DE ALIMENTOS NO BRASIL
LANDIM, A. P. M.; BERNARDO, C. O.; MARTINS, I. B. A.; FRANCISCO, M. R.; SANTOS, M. B.; MELO, N. R. Sustentabilidade quanto às embalagens de alimentos no Brasil. Polímeros, v. 26, n. 1, p. 82-92, 2016.
O artigo a ser analisado foi publicado na Revista Online Polímeros, por alunos da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e Universidade Federal Fluminense. Trata-se de uma revisão bibliográfica cuja proposta é abordar a sustentabilidade envolvendo o setor de embalagens no Brasil.
Na introdução, o texto nos traz uma visão geral do impacto do alto consumo de embalagens, como este é utilizado em parâmetros de desenvolvimento e atividade econômica, além do conceito de sustentabilidade e sua aplicação teórica no setor de embalagens.
Na segunda seção, é realizado um aprofundamento a respeito da importância das embalagens, onde são listadas suas funções, a definição na legislação atual, os diferentes tipos de materiais que podem formar uma embalagem, os diversos tipos de embalagens, como as ativas e inteligentes e sua classificação (primárias, secundárias e terciária), além de alguns dados de produção. Em seguida, são apresentados individualmente os principais tipos de matériais – plástico, metal, vidro e celulose. Para cada material são descritas suas propriedades, bem como as vantagens e desvantagens de sua utilização.
A seguir são apresentadas breves seções sobre: resíduos sólidos, impactos de produção, composição e medidas tomadas para prevenir e reduzir sua produção; avaliação do ciclo de vida – método utilizado para calcular os impactos ambientais causados por produtos, processos ou atividades; e sustentabilidade, o conceito e como as empresas lidam com o mesmo.
Em relação à reciclagem, o artigo apresenta um texto para cada um dos principais materiais utilizados, apresentando dados e métodos de reciclagem que nos permitem perceber que alguns materiais tem alto índice de reciclagem por seu viés econômico, como os metais. Outros, como os plásticos, são de fácil reciclagem, mas não tem índices tão altos. Já os vidros, não possuem índices altos de reciclagem, mas são altamente reutilizáveis. Também são apresentadas seções sobre os polímeros verdes (polímeros com modificações que reduzem impactos ambientais) e embalagens biodegradáveis.
As considerações finais apresentam algumas conclusões genéricas, embora coerentes e reforçam a necessidade de políticas públicas para incentivar a população a reduzir o consumo e realizar o descarte adequado das embalagens. Um ponto de vista que poderia ser adicionado a esse item é que, muitas vezes, o viés econômico da reciclagem se sobrepõe à facilidade do método. Por exemplo, o metal é mais reciclado que o plástico, mesmo possuindo uma reciclagem mais difícil, pois o plástico original tem baixo custo, ainda que seja de fácil reciclagem.
Embora as embalagens biodegradáveis pudessem ter sido mais exploradas, com apresentação de exemplos de estudos existentes e aplicados, o artigo no geral apresenta uma boa estrutura, possuindo informações e temas suficientes em uma escrita e ordem que favorecem a compreensão do leitor. Além disso, a linguagem é acessível, permitindo que o leitor não necessariamente seja da área de alimentos para se inteirar sobre o assunto.
RESENHA DE ARTIGO CIENTÍFICO: INOVAÇÃO DAS EMBALAGENS COMO FATOR ESTRATÉGICO: ESTUDO DE CASO EM UMA INDÚSTRIA DE ALIMENTO
MACEDO, C. M.; RODRIGUES, L. C.; DRUMOND E CASTRO, M. C. Inovação das embalagens como fator estratégico: estudo de caso em uma indústria de alimento. Brazilian Journal of Development, v. 5, n. 8, p. 13515-13535, 2019.
O presente artigo consiste em um estudo de caso em uma indústria de alimentos e se propõe a tratar da inovação das embalagens como uma estratégia organizacional. A introdução é breve e apresenta alguns conceitos gerais de inovação através de diferentes perspectivas. A seguir, a fundamentação teórica se inicia com um aprofundamento no conceito de inovação e os tipos existentes. São mencionadas as diferentes classificações possíveis, de acordo com as teorias de vários estudiosos.
Também há uma subseção a respeito da inovação na indústria de alimentos, abordando como a inovação pode ser aplicada em diferentes âmbitos da indústria, a escassez de informação de como desenvolver novos produtos, a incapacidade de aplicar as pesquisas de mercado e a forma como o setor lida com isso, muitas vezes direcionando-se apenas à opinião da gestão e gerando dificuldade de atender às necessidades de inovação do consumidor. Em seguida, o texto refere-se as inovações tecnológicas e as embalagens e como a evolução da tecnologia tem mudado a relação produto-embalagem-consumidor. Apesar do estudo ser recente, quase todo o seu referencial teórico é baseado em estudos realizado há mais de cinco anos, o que pode ser irrelevante caso o motivo seja a escassez de estudos recentes.
A metodologia é apresentada e explicada com riqueza de detalhes sobre seu processo. Foi realizada uma pesquisa bibliográfica e um estudo de caso em uma indústria alimentos do setor de processamento de aves, suínos, massas e vegetais. O estudo foi realizado através de entrevistas com gestores e gerentes de diferentes áreas e os dados foram analisados conforme o referencial teórico.
A apresentação dos resultados é iniciada já com uma análise geral dos resultados e só depois as respostas são descritas. Esta estrutura exige do leitor mais atenção, pois a interpretação do texto pode ficar confusa nessa seção. A apresentação das respostas de uma mesma pergunta em uma tabela seria uma boa alternativa para facilitar a compreensão. Apesar disso, as comparações são realizadas de acordo com as teorias dos estudiosos citados, bem embasadas e descritas.
Os dois primeiros parágrafos das considerações finais se tornam redundantes, pois abrangem assuntos já citados anteriormente no artigo. Entretanto, as considerações seguintes abordam: a necessidade de desenvolvimento de uma dinâmica de inovação na empresa analisada, bem como a exploração de seu potencial interno e utilização como estratégia; a falta de envolvimento dos funcionários entrevistados na questão da inovação; a limitação do estudo por falta de conhecimento dos entrevistados e não participação de setores fundamentais da empresa.
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