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Resenha - Etnomidialogia: Mídia E Diversidade

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Por:   •  25/3/2015  •  440 Palavras (2 Páginas)  •  451 Visualizações

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O artigo “Etnomidialogia: mídia e diversidade” consiste na análise da noticiabilidade da mídia impressa em relação aos grupos sócio-acêntricos, principalmente os afrodescendentes, a partir de uma abordagem etnomidiologica. Para realizar a pesquisa, o autor Ricardo Alexino Ferreira buscou em materiais jornalísticos, sobretudo do século XIX, a maneira como os negros eram retratados nas notíciase como essa imagem reflete no jornalismo, na cultura e na sociedade como um todo até a atualidade.

Esse século é muito importante para este estudo, pois é nele que o conceito de nação brasileira passa a ser construído, com uma grande influência de correntes europeias, como o Positivismo, de Agusto Comte e o Evolucionismo, de Charles Darwin, sendo o último conhecido no Brasil por Darwinismo Social, em que a “raça” branca é superior em detrimento da negra. Esses pensamentos eram utilizados como justificativa para o status quo que a sociedade brasileira vivia naquele momento, sempre com o objetivo de transformar o país em uma nação civilizada, nos modelos europeus. Esse paradigma foi hegemônico até meados da década de 1990, quando, juntamente com os outros grupos sócio-acêntricos, como o LGBT, passaram a reivindicar por cidadania e o reconhecimento das diversidades.

Para compreensão desses fatos, a Etnomidialogia vem como uma ferramenta baseada na Teoria Geral dos Sistemas, formulada por Ludwing Bertalanffy, que permite uma organização dos fenômenos para melhor compreendê-los. A Etnomidialogia pode, então, ser definida como o entendimento dos fenômenos sociais, culturais e políticos dos diferentes segmentos da sociedade a partir da representação desses pela mídia geral, bem como sua auto representação em produções midiáticas próprias.

Essa terminologia funde-se à midialogia científica, pois busca nela novos conceitos de cultura, com uma abordagem interdisciplinar. Nesse contexto, nota-se que a cultura é um importante agente para a compreensão da própria midialogia. A partir dos anos 1990, os grupos sócio-acêntricos, como os negros, LGBTs, mulheres, idosos e deficientes físicos, por exemplo, passaram a reivindicar nos Três Poderes pelos seus direitos e sua cidadania. A mídia teve muitas dificuldades em retratar esses movimentos, e muitas vezes, o fazia de maneira descontextualizada, transformando todo um contexto de décadas em simples fatos pontuais.

Essa temática é muito importante para a compreensão da evolução da mídia, no que diz respeito ao tratamento aos grupos sócio-acêntricos, sobretudo o segmento afrodescendente, no decorrer dos séculos estudados. Além disso é perceptível a maneira que os recursos midiáticos são moldados de acordo com os interesses daqueles que detêm o poder econômico e político. E, como os recursos da etnomidialogia e midialogia, mesmo sendo disciplinas novas, são consideradas de grande valor para o enriquecimento da comunicação como um todo.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

FERREIRA, Ricardo Alexino; Etnomidialogia: Mídia e Diversidade. Rio de Janeiro, 2012.

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