Resenha Crítica : Letramento e diversidade textual
Por: Pmahler • 15/2/2018 • Resenha • 981 Palavras (4 Páginas) • 946 Visualizações
1. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
ROJO, ROXANE. Letramento e diversidade textual. In. CARVALHO, M. A. FREIRE DE; MENDONÇA, ROSA HELENA (org.) Práticas de Leitura e Escrita. Ministério da Educação – MEC, Brasília-DF.
2. APRESENTAÇÃO DA AUTORA/DO AUTOR DA OBRA
Professora do Programa de Pós-Graduação em Lingüística Aplicada e Estudos da Linguagem da PUC-SP. Pesquisadora do Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita (Ceale) e do CNPq.
3. RESUMO DA OBRA
A autora inicia o texto citando a frase: “Ler é melhor que estudar” de Ziraldo. A princípio a frase é analisada a partir de seu sentido afetivo, relembrando que juventudes de várias gerações costumavam a utilizar. Em seguida, Rojo passa a identificar as justificativas para a frase ser reconhecida como verdadeira a partir de um ponto de vista técnico.
A professora constata que por mais que a frase seja defendida por alguns grupos, a escolaridade oferecida a algumas parcelas da sociedade inviabiliza a capacidade dos indivíduos de serem proficientes tanto na leitura quanto na escrita, fazendo com que estes não leiam de fato.
Como resposta ao que foi levantado, a autora introduz os PCN, que em sua opinião: “representam um avanço considerável nas políticas educacionais brasileiras em geral e, em particular, no que se refere aos PCN de Língua Portuguesa nas políticas linguísticas”. O objetivo dos PCN é criar leitores e produtores de texto eficazes e presentes em práticas sociais e ações de linguagem, os quais produzem textos a partir dos aspectos percebidos em textos previamente lidos.
Tal objetivo difere da pedagogia clássica usada para o ensino da língua portuguesa ainda predominantemente utilizada nas salas de aula. Nesta metodologia, o aluno é treinado para reconhecer a língua e linguagem como um código. A partir deste código é esperado que o aprendiz seja capaz de decifrá-lo e criar a partir deste, estruturas textuais.
No primeiro tópico, denominado: Práticas de uso e atividades de linguagem, Roxane Rojo demonstra os objetivos estipulados para o ensino de língua portuguesa para o ensino fundamental (PCN, p. 32):
“Utilizar a linguagem na escuta e produção de textos orais e na leitura e produção de textos escritos de modo a atender a múltiplas demandas sociais, responder a diferentes propósitos comunicativos e expressivos e considerar as diferentes condições de produção do discurso”
Determina-se então que as práticas de uso e de linguagem são derivadas de uma ordem social, por isso é necessário que os produtores textuais estejam imersos em um cenário social no qual, através da linguagem, seja possível criar interlocuções com o intuito de comunicação, através dos gêneros textuais.
No enunciado seguinte, “Textos (enunciados) e gêneros”, Rojo explicita o fato de o texto ser o principal objeto de estudo e ensino nas aulas de língua portuguesa. Porém, com os PCN, a forma como o texto é estudado acontece de forma diferente. O gênero de um texto pode ser percebido através da sua estilística, temática e forma. A forma majoritariamente regular dos gêneros textuais possibilita uma homogeneidade ao uso e assim facilita a escolha do produtor do texto e seu aprendizado.
As três dimensões dos gêneros textuais são compreendidas como: o tema, a forma e as marcas linguísticas. Estas dimensões são dependentes do produtor, interlocutor e do contexto de produção. Diferentemente da gramática prescritiva clássica, em que as normas são estáticas, independendo das condições de produção dos enunciados.
Em “As situações comunicativas”, este raciocínio é continuado. Todo e qualquer discurso será, na maior parte das vezes, compreendido levando em consideração o vínculo social dos interlocutores, o contexto onde a comunicação acontece, entre outros fatores. Estes fatores moldam a forma como os gêneros são compreendidos e alocados e com o passar do tempo, certos gêneros
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