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Resenha Filme A Menina Que Roubava Livros

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Por:   •  20/6/2014  •  858 Palavras (4 Páginas)  •  985 Visualizações

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Publicado em 2005, The Book Thief, drama de guerra escrito pelo australiano Markus Zusak, com sua história comovente e de fácil identificação, não demorou a atingir o status de best-seller, desses que se encontra facilmente a venda nos mais variados locais. Mesmo com todo o evidente sucesso popular até que demorou relativo tempo para ser adaptado ao cinema. E, exemplos para corroborar a seguinte afirmação não faltam, nem sempre um bom livro se transforma em um filme igualmente bom. Penso que esse seja o caso de A Menina que Roubava Livros, dirigido por Brian Percival – conhecido pela serie de TV Downtown Abbey – e roteirizado por Michael Petroni – O Ritual (2011) e Crônicas de Nárnia: A Viagem do Peregrino da Alvorada (2010).

Da mesma forma que no livro de Zusak, o filme de Brian Percival abre com um narrador curioso: a Morte. Invisível, comumente construída de maneira sinistra e assustadora no cinema, tal como vimos em A Premonição (2000), o personagem Morte de A Menina que Roubava Livros surge através da voz reconfortante do carismático ator inglês Roger Allam, abalizando o clima “terno melancólico” que vai permear a narrativa. A narração acolhedora causa estranheza, mas penso que esse nem seja o maior problema dessa obra que busca trazer recortes dos fatos de uma Alemanha pré e durante segunda guerra através da jovem protagonista Liesel (Sophie Nélisse). A garota, separada de sua mãe pelas autoridades, é posta a viver com um casal alemão sem filhos, Hans (Geoffrey Rush) e Rosa (Emily Watson).

Salvo as tradicionais licenças das adaptações, sempre questionadas e discutidas pelos defensores da fidelidade em relação ao material original, uma das principais caracteristicas do texto de Zusak eram os recorrentes encontros involuntários de Liesel com a Morte. Tanto que o primeiro livro encontrado (roubado) pela menina – O Manual do Coveiro – seria um presente da supracitada Morte durante o enterro do irmão mais novo da protagonista. Mas em A Menina que Roubava Livros esses choques nunca são verdadeiramente palpáveis, A Morte é muito mais uma observadora distanciada, agindo apenas quando lhe é conveniente. Assim a trama do filme se foca nas desventuras de Liesel com seus pais adotivos, o garoto vizinho, Rudy (Nico Liersch), e um judeu acolhido no porão, Max (Ben Schnetzer).

O título, tanto o original quanto o nacional, evoca a edificação da personagem principal através da literatura. Analfabeta, Liesel aprende a ler com Hans em um processo bastante peculiar. Deveria ser comovente essa primeira descoberta da magia da leitura, mas não é, principalmente porque tais cenas são trabalhadas com todo cuidado para arrancar lágrimas dos espectadores mais incautos. Falta naturalidade. Falta sinceridade. Tudo parece mecânico, condensado em uma equação repleta de lugares comuns. Força no enternecimento da audiência num lamentável e didático processo de comiseração pela jovem protagonista. Força num sentimentalismo barato que faria os detratores de Cavalo de Guerra (2011) mudar sua opinião em relação ao (bom) filme de Steven Spielberg.

Entre cenas aleatórias com sua nova família – confesso que me senti constrangido em ver Geoffrey Rush e Emily Watson em papéis tão abaixo de seus respectivos talentos – e os coadjuvantes Max e Rudy, evidenciado o caráter episódico de A Menina que Roubava Livros, Liesel encontra

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