Revolta Do Vinagre
Monografias: Revolta Do Vinagre. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: fernandodicarli • 18/7/2014 • 1.029 Palavras (5 Páginas) • 209 Visualizações
A Revolta do Vinagre
As manifestações tiveram início em Porto Alegre, onde estava previsto que o valor da passagem de transporte pública aumentaria 20 centavos. Após ser feito o reajuste, movimentos estudantis e diversos manifestantes se uniram em forma de protesto pelas principais ruas da capital gaúcha para lutar contra o aumento da passagem de ônibus. Devido a força e destaque do movimento foi constatado que o aumento da passagem era abusivo, e a prefeitura se viu obrigada a abater os 20 centavos do valor que havia estipulado. Outras capitais brasileiras sofreram reajuste no valor do transporte público e protestos surgiram incialmente nas principais capitais para depois se expandirem para cidades menores.
Em São Paulo, as passagens de ônibus e metrôs sofreram o aumento de 20 centavos no dia 02 de junho, desencadeando uma onda de protestos na capital paulista. Os movimentos estudantis, o Movimento Passe Livre e milhares de manifestantes foram às ruas protestar contra o aumento do valor da passagem, contra o serviço de transporte público de péssima qualidade, como a super lotação dos ônibus e metrôs e pedir a isenção de vale-transporte. As manifestações ocorreram nas principais avenidas de São Paulo, impedindo o trânsito em horário de pico, e a polícia não reagiu bem à isso. A reação da polícia foi extremamente violenta com os manifestantes. Foram usadas bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha para conter os manifestantes que carregavam nas mãos faixas com dizeres como “Sem Violência”, “Vem pra Rua”, “O Gigante Acordou”, “Não é só por 20 centavos, é por direitos” e apontavam flores para os policiais.
Devido a ação extremista e agressiva dos policias, os manifestantes paulistas divulgaram centenas de vídeos nas redes sociais, como Twitter e Facebook, em que eram mostradas cenas de violência gratuita contra os que protestavam, cenas absurdas de abuso de autoridade, pessoas que eram atacadas sem motivo, inclusive dentro de suas próprias casa e tentativa de inibir quem tentava filmar tais covardias. Os conteúdos foram compartilhados por milhares de usuários e começaram a se formar pelo Brasil diversos grupos que organizaram protestos simultâneos em diversos estados, tanto para apoiar São Paulo, quanto para se manifestar contra essa postura do governo, já que manifestações pacíficas não são contra a lei e não mereciam ação policial violenta.
Dentro dos grupos de protestos organizados nas redes sociais eram dadas dicas de como se comportar nas manifestações caso a polícia reagisse de forma violenta novamente. Uma das dicas mais compartilhas foi a de levar um tecido embebido em vinagre, pois ajuda a aliviar os sintomas do gás lacrimogênio. O personagem de quadrinhos “V de Vingança” foi utilizado como mascote nas caminhadas de protesto e manifestantes usaram a máscara do personagem nas ruas. Começaram a pipocar montagens nas redes sociais em que o “V de Vingança” era substituído por “V de Vinagre”, e foi aí que um título surgiu para nomear os protestos: A Revolta do Vinagre.
A cobertura dos protestos realizada pela mídia (exceto internet) foi feita de forma bem parcial. Em noticiários de televisão, jornais e revistas eram mostradas apenas cenas em que os manifestantes eram descritos como vândalos, que estavam na rua apenas para atrapalhar a ordem e o progresso. Inclusive nas redes sociais foram criadas teorias de que pessoas infiltradas pela polícia ou pelo governo eram pagas para destruírem bancos e viaturas policiais, para que a polícia pudesse justificar as atitudes violentas que tinha para com os manifestantes.
Durante uma noite de protestos em São Paulo, a ação violenta da polícia resultou em diversos manifestantes machucados e 7 repórteres do jornal A Folha de São Paulo feridos, inclusive dois deles foram atingidos com tiros de bala de borracha no olho, mesmo estando portando
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