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Saude Ambiental

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Por:   •  22/3/2015  •  4.270 Palavras (18 Páginas)  •  241 Visualizações

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RESUMO

Este estudo qualitativo objetivou compreender o significado de participação para os integrantes do Comitê da Sub-Bacia Hidrográfica do Rio Salgado, CE, Brasil, subsidiando a promoção da saúde para um ambiente sustentável no que se refere aos recursos hídricos; refletir sobre a interface enfermagem/ambiente a partir do componente hídrico. Os sujeitos foram 18 representantes do comitê. Os dados foram coletados através de entrevista, analisados através do Discurso do Sujeito Coletivo. A compreensão de participação pelos sujeitos foi resumida no discurso síntese: participação envolve consciência social, informação, comunicação em busca de soluções que representem a coletividade. A interface da enfermagem no comitê se apresenta como uma possibilidade de ampliação de seu objeto ao incorporar o campo ambiental nas ações de promoção da saúde.

Descritores: Participação cidadã; Recursos hídricos; Promoção da saúde; Enfermagem.

INTRODUÇÃO

A sensibilização global para as questões ambientais tem se apresentado como uma das preocupações crescentes nas últimas décadas do Século XX e nos primeiros anos do Século XXI.

Os problemas ambientais, marcados pela intervenção humana sobre a natureza, pelo aumento populacional, destruição de ambientes silvestres e nível de poluição que se origina da concentração e extensão das atividades de produção e consumo, influenciam sobremaneira a qualidade de vida da humanidade, pois a degradação ambiental significa uma ameaça aos sistemas de suporte a vida(1).

Dentre os problemas ambientais que entraram no cenário mundial, podemos destacar a crescente poluição química e seus impactos sobre a qualidade da água, do ar, do solo e dos alimentos, bem como o reconhecimento dos riscos ecológicos globais resultantes dessa poluição, como é o caso do efeito estufa ocasionando o aquecimento do planeta, a redução da camada de ozônio podendo aumentar o número de casos de câncer de pele(2).

Podemos citar também como outros problemas ambientais a extinção de espécies, a destruição de florestas, a redução da biodiversidade e a previsão de escassez de recursos naturais básicos, como é o caso da água para consumo humano(1).

Assim, se faz necessário situarmos dentre a crise ambiental, a água para consumo humano, posto que dentre os maiores problemas relacionados à água, podemos citar a contaminação de mananciais, o que acarreta cada vez mais sua diminuição para consumo humano no mundo.

Sendo assim, a água para consumo humano já se apresenta como um problema para a humanidade, tanto em decorrência da falta de acesso, como pelo uso de água contaminada, colocando esta temática na agenda das discussões mundiais, o que preocupa cientistas do mundo inteiro, pois há estimativas de crise da água prevista para o ano de 2020(3).

A água é considerada um elemento essencial à subsistência e às atividades humanas, sendo imprescindível à vida. Também se constitui um fator condicionante do desenvolvimento econômico e do bem-estar social, o que a caracteriza como um elemento de inquestionável valor sanitário e social e sua escassez ou uso inadequado representa séria ameaça para o desenvolvimento sustentável e para a preservação do meio ambiente(4).

A gestão das águas se dá através do Comitê de Bacia Hidrográfica que tem como função a gestão dos recursos hídricos de sua área territorial, trabalhando de forma planejada e organizada com vistas à captação, abastecimento, distribuição, despejo e tratamento da água consumida a partir das deliberações do colegiado que deve participar de todas as decisões(5).

O Comitê de Bacia Hidrográfica tem em sua essência a participação das diversas esferas públicas e privadas. Esta participação envolve usuários, sociedade civil, organizada e representante de governos municipais, estaduais e federal para discutir, refletir e buscar soluções para a problemática dos recursos hídricos. Para tanto, é necessário o envolvimento dos profissionais de saúde, dentre estes os enfermeiros, pois a participação de todos é decisiva para o planejamento e execução de ações em torno da bacia, tratando os problemas sobre meio ambiente e recursos hídricos de forma integrada, visando assegurar às atuais e futuras gerações água em quantidade e qualidade, com a finalidade de alcançar práticas conducentes com a promoção da saúde da população e com a sustentabilidade ambiental.

Nesse sentido, este estudo objetivou compreender o significado de participação para os integrantes do Comitê da Sub-Bacia Hidrográfica do Rio Salgado, subsidiando a promoção da saúde para um ambiente sustentável no que se refere aos recursos hídricos, bem como refletir sobre a interface entre a enfermagem e a saúde ambiental a partir do componente hídrico.

MÉTODOS

Optou-se pela pesquisa qualitativa por oportunizar uma aproximação com as experiências construídas pelas pessoas envolvidas, o que viabiliza o investigador descrever, registrar, analisar e interpretar os fenômenos investigados(6). A pesquisa foi desenvolvida no período de março a outubro de 2008, no contexto da Sub-Bacia Hidrográfica do Rio Salgado, que é composta por vinte e três municípios do sul - leste do Estado do Ceará, Brasil. Esta bacia por apresentar uma extensa área de abrangência foi subdividida em cinco microbacias. Selecionamos para este estudo a microbacia três, por esta apresentar o maior número de delegados no comitê da sub-bacia hidrográfica, com um total de vinte representantes, além disso, os representantes dos poderes público federal e estadual concentram-se em sua maior parte nas cidades de Crato e Juazeiro do Norte, municípios que fazem parte dessa microbacia, o que justifica nossa escolha por este local de pesquisa.

Utilizamos na seleção dos sujeitos os seguintes critérios de inclusão: ser membro do comitê há pelo menos seis meses, terem participado das duas reuniões do comitê anteriores a coleta de dados, aceitarem voluntariamente participar da pesquisa mediante assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. E como critérios de exclusão ser membro do Comitê há menos de seis meses, ter apresentado duas faltas consecutivas nas últimas reuniões do comitê que antecederam a coleta de dados.

Logo, participaram de nosso estudo dezoito representantes do Comitê da Sub-Bacia Hidrográfica do Rio Salgado, sendo oito representantes do poder público estadual e federal, um represen-tante do poder público municipal, cinco representantes da sociedade civil e quatro dos usuários.

A coleta de dados aconteceu através da entrevista, mediante

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