Sistema Educacional Brasileiro
Ensaios: Sistema Educacional Brasileiro. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Dadoeva • 19/3/2015 • 360 Palavras (2 Páginas) • 561 Visualizações
A situação do sistema educacional brasileiro é no mínimo preocupante. Os dados estatísticos, as reportagens em jornais e na televisão, as inúmeras pesquisas e os testes internacionais nas mais diversas áreas do conhecimento demonstram explicitamente a decadência intelectual e cultural que devasta a sociedade brasileira. Diante deste quadro assombroso precisamos, antes de tudo, sondar as “raízes do mal” e tomarmos outros rumos, pois como frisava o crítico literário Otto Maria Carpeaux, o destino intelectual das nações depende fundamente da qualidade das universidades.
O professor, o mestre, o educador, era visto em épocas passadas como uma espécie de sacerdote; seu papel e sua atividade revestiam-se de um caráter sacramental, sua função era de ordem espiritual. Conforme demonstra o historiador das ciências Georges Gusdorf, a função do professor na modernidade guarda semelhanças com o papel do xamã, do mago, do curandeiro nas culturas primitivas. Eram estes os depositários das tradições sagradas, os mestres dos rituais de iniciação. Era papel deles assegurar a continuidade da vida social pela transmissão dos saberes e “segredos” que lhe servem de base. Desse modo, o mestre, o verdadeiro professor, é aquele que inicia o neófito na vida adulta, no longo e tortuoso caminho da construção da personalidade. Ele é como um “artesão” que forja a si mesmo, edifica sua própria individualidade para que então, num segundo momento, possa dedicar-se inteiramente na árdua tarefa de transmitir “as armas e ferramentas” para que os alunos, “discípulos”, conheçam a si próprios e assim se tornem senhores de seu universo interior.
A categoria sofre há anos com políticas de sucateamento da educação. A principal pauta de reivindicação de ambos os seguimentos é o combate à meritocracia ou plano de metas, programa que incentiva a aprovação automática e transforma a formação dos alunos em produto de mercado. O professor perde a autonomia de ensino e ensina apenas o necessário para que se atendam as necessidades do mercado, exigidas pelos exames do governo. Some-se os baixos salários e a falta de infraestrutura necessária nas salas de aula para que a situação se torne insuportável e culmine na combatividade da categoria, ainda que o sindicato que a dirija seja de pouca representatividade dos interesses dos professores.
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